Postal de Pamplona (Iruña) #2

o dia em que beijei Hemingway

10153289_10206935421730317_3182517115229151745_n

Há quase 20 anos que não vinha a Pamplona, acho que já vos tinha dito por aí. Viemos em 1996, de carro, dpercorrendo toda a costa norte de Espanha, da Galiza à costa Basca, provavelmente a costa mais bonita do mundo (pelo que recordo, mas posso estar enganada, afinal já passaram muitos anos). Muitas cidades nessa viagem, de Renault 4, até Estrasburgo, atravessando toda a França duas vezes e parando muitas vezes pelo caminho, um mês inteirinho na estrada. Tenho saudades desse tipo de viagens mas, principalmente, terei sempre saudades da pessoa com quem as fiz.
Uma dessas cidades, mesmo antes de entrarmos em França, foi Pamplona. Perdão, Iruña. Lembrava-me de pouca coisa da cidade. Tinha melhor memória de termos, depois, atravessado os pirinéus. Ainda as estradas não eram tão boas como agora, mas assim mesmo, sempre, incomparavelmente melhor que as que tínhamos em Portugal. A diferença agora – nas estradas – não é tão grande. [Read more…]

Postal de Pamplona (Iruña)

11011076_10206930783774371_1726405529199850425_n

(Muito pequeno)

Depois de mais de 8 horas de viagem, ver as caras dos amigos à nossa espera lembra-nos o que é mais importante na vida. Que não vale a pena, por exemplo, lamentar o facto de se viver no cu da Europa e ser tão difícil chegar a qualquer lado.

O quarto é grande. Branco. Confortável. Amanhã vamos às montanhas. Afinal somos sociólogos rurais. Há um colega que me diz (como sempre que me vê), entre cervejas, ‘Elisabete cada día estás más guapa’. Não é verdade. Estou velha a cada dia e a cada dia mais feia. Mas maneira como ele o diz de cada vez – com se fosse verdade – reconcilia-me com a idade, com o cansaço, com o resto. Lembra-me outra vez o que é mais importante. Ter amigos. Em toda a parte.

Buenas noches.