The Cult – Radio Session (1984-1986)
Expor ao vento. Arejar. Segurar pelas ventas. Farejar, pressentir, suspeitar. Chegar.
Apesar de a Carla Romualdo, com o irritante brilhantismo do costume, já ter glosado esta expressão, numa rede social felizmente perto de mim, deixo aqui o meu contributo. Ou contribruto.
O mundo da comunicação social está pejado de gente que sabe tudo aquilo que sentimos e está a par de tudo o que desejamos, para além de saber muito bem, talvez melhor do que nós, o que é que sabemos.
É vulgar, portanto, ouvir frases como “As pessoas em casa não compreenderiam que…”. Ouvi-a recentemente na boca de um político que consegue ser a pior versão das más versões dos políticos que temos.
Pergunto-me sempre como é que esta gente sabe o que é as pessoas em casa compreenderiam ou não compreenderiam. Sonho com o dia em que um telespectador ligue para um programa em que o público participa para comunicar que está em casa e ninguém sabe o que é ele compreende ou deixa de compreender e que agradecia que deixassem de falar dele ou por ele.
Uma variante desta frase tem um alcance ainda maior, porque não se limita à casa. É uma frase que vai pelas ruas, pelas avenidas e colhe, qual touro holístico, qualquer cidadão esteja ele onde estiver.
Essa frase tanto é usada por políticos como por concorrentes do Big Brother e pode assumir inícios como “Os portugueses sabem que…” ou “Os portugueses sentem que…”. Não há relativização, não há excepções, os emissários de tais frases incluem nos seus enunciados todos os portugueses, como se os conhecessem de ginjeira, incluindo a residência com número da porta e código postal, o restaurante da diária costumeira e a série preferida.
É verdade que somos um país pequeno, mas ainda deve haver um ou dois cidadãos de que nunca ouvimos falar e cuja opinião ou sentimentos não conhecemos.
A linguagem é feita de uma espécie de automatismos, expressões fixas que são repetidas até à vacuidade, mesmo que pareçam cheias de significado.
A expressão “líder da oposição” é uma delas. Trata-se de uma espécie de cargo para o qual não há uma eleição, apenas uma nomeação. Normalmente, essa nomeação é feita pela própria pessoa que ocupa o alegado cargo, a fazer lembrar um elogio em boca própria, que é, como se sabe, vitupério.
É certo que a nomeação para o cargo está associada ao facto de se ser o líder do segundo partido mais votado nas eleições. Mesmo assim, nunca se percebe muito bem como é que isso implica liderar a oposição, já que esta pode ser constituída por vários partidos de diferentes ideologias que nunca obedeceriam ao dito líder da oposição, que poderá, então, ser da oposição, mas não líder.
Neste momento, o aparente cargo está a ser disputado por Pedro Nuno Santos e por André Ventura, enquanto Luís Montenegro está à janela, sabendo bem o que a Carochinha acabou viúva devido ao excesso de apetite do João Ratão.
A propósito, e em homenagem a um recente aniversariante, aqui fica um vídeo.
Dos 50 deputados do Chega, 23 têm problemas com a justiça. A lista negra, retirada do Reddit:
“1. A informática: Cristina Rodrigues (eleita pelo Porto) Constituída arguida pelo MP em 2022, e sujeita a termo de identidade e residência por suspeitas de ter acedido indevidamente e eliminado milhares de emails do PAN quando se desvinculou do partido. Evita prestar declarações sobre o caso.
https://www.sabado.pt/portugal/detalhe/cristina-rodrigues-constituida-arguida-por-apagao-informatico
2. O omnipresente: Eduardo Teixeira (eleito por Viana do Castelo) Acusado por falsas presenças como deputado do PSD. Em causa, crimes de falsificação de docs ou falsidade informática. Conseguiu estar presente, em simultâneo, em reuniões em Viana do Castelo, e no Palácio de São Bento, em Lisboa.
3. O penhorado: Filipe Melo (eleito por Braga) Condenado a pagar uma dívida de 15.000€ + juros à Assoc. que pagou consultas e tratamentos do seu filho. Não pagou, teve o salário penhorado. Mesmo antes deste caso, surgiu na lista pública de execuções por valores que ultrapassavam os 80.000€.
4. O “desconizado”: Pedro Frazão (eleito por Santarém) Condenado pelo Tribunal de Cascais a retratar-se das declarações falsas que proferiu sobre Francisco Louçã. Condenado a pagar 100€ por cada dia em atraso da rectificação. Recorreu para o Tribunal da Relação. Perdeu novamente.
5. O heterónimo: Ricardo Dias Pinto (eleito por Lisboa) Surge na lista pública de execuções com uma dívida de quase 15.000€. Ricardo Dias Pinto (ou Ricardo Regalla Dias, ou Ricardo Moreira Regalla Dias-Pinto) não tem, contudo, bens penhoráveis para cobrir esse valor.
6. O virulento: Rui Paulo Sousa (eleito por Lisboa) Acusado pelo MP em 2022 pelo crime de desobediência (jantar comício com 170 pessoas em pleno estado de emergência COVID-19). Após mentir sobre autorização da DG Saúde, argumentou que não tinha consciência de que estava a violar as regras.
7. O acólito: João Esteves da Silva Vice da distrital de Castelo Branco e conselheiro nacional, condenado em 2002 pelo Supremo Tribunal a 3 anos de prisão por um acumulado de pequenos furtos e burlas (roubava o conteúdo de caixas de esmolas, assaltou casas, veículos, lojas e restaurantes).
8. O sueco: Vítor Ramalho, empresário agrícola, candidato (Póvoa de São Miguel, Moura) Detido por homicídio qualificado. Acusado pelo MP de tentar matar a tiro um casal de imigrantes, tendo-lhe sido apreendidas 13 armas. Relatório da PJ aponta para 9 crimes de homicídio na forma tentada.
9. O Tupac: Fábio Lemos, militante Actualmente detido a aguardar julgamento por agredir imigrante, já fora indiciado por outra agressão a um outro casal em 2023. Preso em 2021 no âmbito de uma guerra de gangs com “evidentes traços de ódio racial”. Suspeito de homicídio qualificado.
https://www.iscte-iul.pt/assets/files/2024/02/26/1708946789019_109773152.pdf
10. O mãos-de-fada: Pedro Alves, líder do Chega-Aveiro Condenado, em 2020, por violência doméstica, a um ano e seis meses de pena suspensa, a pagar 600 euros de indemnização, e a frequentar um programa especial para condenados por violência doméstica.
11. O saudável: Eduardo Cassiano Nogueira Pinto Miranda, n.º 3 da lista pelo círculo de Vila Real Condenado em 2019 (2 anos) do crime de burla ao Serviço Nacional de Saúde num esquema de falsificação de receitas comparticipadas que segundo o MP lesou o SNS em mais de 300 mil euros.
https://www.dn.pt/lusa/perfil-dois-rostos-de-um-burla-ao-servico-nacional-de-saude-10955382.html/
12. O segurança: Hélio Filipe, segurança de André Ventura, delegado eleito por Lisboa Acusado pelo MP (Julho de 2021) de 16 crimes, entre os quais ofensas à integridade física qualificada, sequestro, extorsão, falsificação de documentos e roubo. Aguarda em liberdade a marcação do julgamento.
https://www.iscte-iul.pt/assets/files/2024/02/26/1708946789019_109773152.pdf
13. e 14. Os jornalistas freelancers: Luc Mombito (dirigente nacional do Chega) e Nuno Pontes (dirigente, autarca e assessor do Chega) Acusação pelos crimes de ameaça agravada (ao jornalista Pedro Coelho), atentado à liberdade de imprensa e posse de arma proibida (no caso de Nuno Pontes).
15. O municipal: José Manuel Pombinho Barreira Soares, deputado eleito por Lisboa Acusado de agressão na forma tentada, de um deputado municipal do PSD (Rui Rei), durante a Assembleia Municipal de Vila Franca de Xira
16. O escolhas-múltiplas: António Pinto Pereira, deputado eleito por Coimbra Alvo de acção disciplinar em 2018 por ter manipulado testes de escolha múltipla. Alunos confirmam, e o Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP) da Universidade de Lisboa não desmente.
https://www.sabado.pt/portugal/detalhe/a-nova-estrela-do-chega-suspeito-de-alterar-notas
17. O árbitro: Pedro Pinto, deputado eleito por Faro Acusado de insultar e agredir árbitros/adversários durante um torneio de futebol Sub-13 no Crato. O deputado terá ainda impedido situações de ataque da equipa adversária. Acusado igualmente de ameaçar assessor do PS nos corredores da AR.
18. O coronel: Luís M. P. Lopes (“Simpson”), militante Detido em 2021 pela PJ por tráfico de armas de guerra, na posse de dezenas de armas proibidas de diversos calibres e géneros (pistolas, revólveres, carabinas, caçadeiras, facas e soqueiras), além de detonadores e milhares de munições.
https://ominho.pt/detidos-por-trafico-de-armas-em-braga-pagam-200-mil-euros-para-sair-em-liberdade/
19. A sucateira: Milena Alexandra Boto e Castro, vereadora eleita na Câmara Municipal de Benavente Condenada pelo crime de receptação num processo em que o tribunal deu como provado que comprou sucata roubada a um grupo criminoso liderado por um militar da GNR de Samora Correia
20. A espírita: Maria Manuela Pereira Tender, deputada eleita por Vila Real Ex-deputada do PSD, acusada de falsear presenças na AR na polémica das “presenças-fantasma” de 2018. Afirmou estar simultaneamente em reuniões da CM de Chaves e em reuniões plenárias da Assembleia da República.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Manuela_Tender
21. O talhante: António Laranjo (“Toni”), número 3 da lista em Viana do Castelo Empresário de “negócios da noite” na praia da Amorosa, ligados à exploração sexual de jovens sul americanas. Irmão detido em rede organizada de tráfico de brasileiras para prostituição em Portugal → Luxemburgo.
22. O traficante: Sérgio Júnior (“Sérgio Chorão”), deputado municipal em Braga Detido em Outubro de 2023 pela PSP por tráfico de droga e posse ilegal de armas. Na operação da PSP foram apreendidas várias armas, 38.105 € em numerário, inúmeros comprimidos e substâncias dopantes
23. O táxi: Mário Monteiro, líder do Chega em Ovar Denunciado por entregas de dinheiro ao presidente da CM Ovar em troca da adjudicação de uma obra. Dirigente assume ter sido correio de suborno, entregando vários envelopes com dinheiro, num total de 120 mil euros.
São 23 deputados em 50, 48%. É obra. Andamos a sustentar quem não quer fazer nada.
Na ressaca do Macbeth de anteontem, com Ralph Fiennes e Rebecca Scroggs (que substituiu Indira Varma), com Simon Godwin ao leme, eis um Macbeth mais antigo (1979), com Ian McKellen e Judi Dench, sob a batuta de Trevor Dunn.
A Democracia é o que nós dissermos que é.
Os resultados são o que nós quisermos que sejam.
Fascistas são os que nós dissermos que são.
Progresso é o que nós quisermos que seja.
Só os nossos podem ter opinião.
Só os nossos podem ter liberdade.
Só as nossas lutas são justas.
Só nós sabemos o que é melhor para vocês.
Greve geral nas redacções – página do Sindicato dos Jornalistas.
Há 16 anos, em reportagem na Faixa de Gaza, tive como timoneiro e intérprete Ayman Fahmi Nimer, profissão que foi desenvolvendo depois da sua ter sido truncada pelo criminoso bloqueio israelita ao território, que se tornou absoluto por volta dessa data. Desde então ficamos amigos e tenho mantido o contato possível com ele e a sua família, que procura agora reunir-se no exílio e dar ao Ayman o tratamento médico de que precisa. Por isso mesmo Nesma El Nimer, uma das suas filhas, contou a história do seu pai – que também é a sua – e precisa da solidariedade de todos os que possam para conseguir os fundos necessários para a evacuação e tratamento de Ayman Nimer.
Apelo de Nesma El Nimer:
Antes de falar do que realmente pretendo, 5 pormenores que me chamaram a atenção:
– o definhamento justo e implacável do PCP;
– a perversão ADN que foi, na minha convicção pessoal, deliberadamente permitida pela CNE e desleixadamente menosprezada pela própria AD;
– a constatação que a decisão da IL de não integrar a AD foi anti-patriótica;
– a quase impossível vitória da AD porque ao contrário do que se quer fazer crer, é notável conseguir ganhar ao PS quando à sua direita ou no seu espaço tem 2 partidos que totalizam 23% e à esquerda do PS, só foram contabilizados 12% dos votos;
– depois da desgraça que foi a governação socialista, ainda haver quase 30% de pessoas que votaram PS.
[Read more…]O melhor texto de reacção aos resultados das eleições do passado Domingo está no jornal Público. Escreveu-o o sempre sóbrio e implacável nas ideias, Ricardo Paes Mamede.
E a frase que fecha o texto é chave-de-ouro e resume bem o crescimento da extrema-direita. Cito:
“(…) A generosidade com que pessoas e instituições endinheiradas financiam organizações políticas que apostam na crispação, sugere que uma parte dos ricos em Portugal já não tolera as opções de quem governou o país nos últimos anos, por muito moderadas que fossem. Não há aqui nada de novo: quando acham que a democracia lhes retira privilégios — sob a forma de impostos ou de direitos laborais que consideram excessivos —, alguns poderosos financiam o caos, dando poder a quem oferece ordem e “moderação”. Esperam com isso manter os seus benefícios. O problema, como a história mostrou muitas vezes, é que se arriscam a perder o controlo sobre o monstro que criaram.”
Na mouche. Parabéns pela clareza, Ricardo.
O Partido Socialista (PS) perdeu as eleições que ninguém ganhou, excluindo a agremiação onde se arrolam mil e um interesses obscuros.
Em relação a 2022, o PS perde quase meio milhão de votos. A “grande” Aliança Democrática (AD), coligação entre três partidos – uns mais moribundos do que outros -, conseguiu a proeza de, em relação a 2022 e ao PSD de Rui Rio, só ter ganho 259 224 votos. Já a terceira força política, arregimentou os votos daqueles que no seu extremismo se vêem representados mas, sobretudo, dos descontentes; se, por um lado, nos congratulamos porque a abstenção baixou, também saberemos ver que esses, os cordeiros inocentes, saíram para votar no lobo que lhes esfolará a pele mal tenha oportunidade. É, de todos, o mal menor, pois hoje, se a gente adulta estiver atenta e se galvanizar, será o primeiro dia do fim da vida da extrema-direita como a conhecemos na Assembleia da República. Com tantos deputados quantos os anos que durou o Estado Novo, a cooperativa de interesses de colarinho branco chamada Chega terá, agora, a difícil tarefa de transformar os votos que teve em propostas concretas e realistas, para lá da gritaria, do insulto e da mentira reles e facilmente desmontável, o que, convenhamos, será quase tarefa impossível para quem entrou na política apenas e só a reboque dos caciques milionários que comandam o país. [Read more…]
O 11M, como é conhecido em Espanha, foi há 20 anos.
Com epicentro na estação de Atocha, Madrid foi abalada pelo rebentamento de 10 bombas, que causaram a morte de 193 pessoas e ferimentos a mais de 2000.
Uma tragédia de proporções aterradoras, que produziu traumas que ficaram para sempre.
Nesse dia, descobrimos, da pior maneira, que a invasão do Iraque colocou os lacaios de Bush na linha de mira da Al-Qaeda.
Seguiu-se Londres, em 2005.
Sorte a nossa, Portugal escapou. Talvez porque os terroristas não viram em Durão Barroso mais do que aquilo que ele foi: o mordomo da Cimeira das Lajes. [Read more…]
que pode acompanhar neste link. As primeiras notas, inevitavelmente, dizem respeito ao crescimento da extrema-direita.
A AD, enquanto marca eleitoral, perdeu as eleições, em votos e em mandatos, e só pode propor governo com os deputados emprestados da oligarquia madeirense. Não deixa de ser uma ironia rebeliana que a direita festeje umas eleições convocadas por suspeitas de corrupção, à boleia de 3 deputados da Madeira eleitos por partidos embrulhados em suspeitas de corrupção, e que a extrema-direita, que tanta demagogia propala contra a corrupção, queira ser chamada a governar a reboque deste dominó de corruptos. O próximo governo não vai ser um governo, vai ser uma quadrilha em cadeia.
Com mandatos em todos os círculos eleitorais à excepção de Bragança, o fascismo metastizou o país nos 50 anos do 25 de Abril. São 48 deputados, tantos quantos os anos vividos em ditadura. Se somarmos a esse dado o pior resultado da esquerda na era democrática, estamos nas piores condições possíveis para defender os direitos de quem trabalha. Para salvar o país do cancro da extrema-direita vai ser preciso, porém, mais do que lamentos. É preciso uma esquerda mais capaz, menos deslumbrada e consciente que o tempo que temos pela frente não se enfrenta com a brandura com que nos têm brindado. Que os líderes da oposição sejam uma nova resistência. No parlamento e nas ruas. No boletim de voto e em todas as frentes onde o fascismo mostre os dentes. Cá estaremos, com tudo o que precisarmos. Só assim podemos voltar a virar o jogo como tão bem o soubemos fazer há 50 anos.
O facto mais extraordinário desta eleição foi a vitória de pirro de Luís Montenegro. Esteve dois anos em campanha e, ainda assim, foi incapaz de capitalizar com os problemas estruturais no SNS, na Educação, na Justiça e na generalidade da Administração Pública. Não foi além de uma vitória tangencial, apesar dos casos e casinhos que enfraqueceram o PS. E permitiu que o CH ocupasse parte do seu território natural. Quando se exigia uma vitória expressiva, não foi além dos 30%. Como diria o amigo de Ventura, “que passou-se”?
Nada ficará decidido hoje.
E será interessante perceber o que farão os protagonistas nos próximos dias.
O PS não quer acordos com o CH.
Montenegro disse que “não é não”.
Ventura já se fez à AD e até avisou, há dias, que tinha amigos no PSD. Apesar de se referir ao partido como “prostituta”.
Problema: se PS e AD se entenderem, a oposição fica entregue ao CH. E isso fará com que o CH cresça ainda mais.
Outro problema: se a AD fizer um acordo com o CH, perde a face e será penalizado no futuro.
Terceiro problema: o PS até pode ganhar, mas não tem ninguém com quem se entender.
Tenho o pressentimento que teremos novas eleições em breve.
Por isso sosseguem: isto ainda pode piorar.
Vá lá que o ADN não elegeu um chalupa. Mas faltou pouco.
Oito anos de governo PS. Um governo PS com maioria absoluta que não conseguiu terminar a legislatura. Uma coligação com o CDS (coisa que não fizeram nas anteriores e que teria evitado a maioria absoluta). Um PS em frangalhos. Melhor cenário era impossível. No mínimo exigia-se uma vitória robusta e, com alguma sorte, uma maioria absoluta.
A esta hora ou dá empate ou uma vitória de pirro. Pior era quase impossível. A clubite da militância dos partidos acrescida de lideranças que vivem numa bolha dão nisto. Já dizia o outro: fraco Rei faz fraca a forte gente….
Mantendo a tradição, o Aventar vai antecipando os resultados das sondagens à boca das urnas. A tradição ainda é o que era.
Dados de sondagens “à boca das urnas” pelas 16h de Portugal continental:
AD 30,07% ; PS 28,5% ; CHG 18,7%; ; IL 4,4%; CDU 4%; BE 3,8%; LV 3%; PAN 1,5% e ADN 1%
Nenhuma televisão estará em condições de dizer às 20.00 que há um vencedor.
Dia Internacional da Mulher.
O dia perfeito para recordar que o partido de André Ventura tem militantes que defendem a remoção dos ovários das mulheres que recorrem à IVG.
Entre outras ideias que visam reduzir a mulher ao papel que teve durante o Estado Novo: uma subalterna do marido ou do pai, submissa, na cozinha, sem carreira profissional, de pernas abertas sempre que o homem quiser.
Sem levantar ondas.
Calada e obediente.
Ou, regressando ao léxico fascista do Estado Novo, “recatada e do lar”.
Mulheres: um voto em André Ventura é um voto contra os vossos direitos. [Read more…]
Em 2019, aquando da candidatura de André Ventura às presidenciais, do nada surgiram centenas de páginas facebook oficiais e não oficiais do CHEGA. Enquanto as páginas oficiais revelavam uma baixíssima atividade, comparável aos restantes partidos pequenos/novos, já os sites oficiosos do CHEGA pareciam inundados de apoiantes e imensamente profícuos em comentários. Como foi denunciado na altura em reportagem jornalística, o CHEGA teria criado cerca de 20 mil perfis falsos. E era nestas páginas oficiosas do CHEGA que eles faziam o seu trabalho, e aqui sublinho a palavra trabalho, porque era evidente que havia perfis que dedicaram meses de trabalho a tempo inteiro à criação de páginas, de conteúdos, de perfis falsos e à escrita de comentários das 8h às 24h. Um desses perfis, era esta Sophia Vilaverde ou “Vani para os amigos”. Era evidente que a Vani estava a fazer um trabalho remunerado, como é que se pode explicar que geria a página “CHEGA Portugal – Força Nacional” (encerrada entretanto pelo facebook) que produzia conteúdos da manhã à noite e tinha centenas de comentários em cada post. Quanto mais racista fosse o post mais comentários atraía. A Vani passava o dia a responder aos comentários dessa página bem como de outras páginas oficiosas do CHEGA.
Como foi paga a Vani? Quem pagou a Vani?
Esta é a grande questão. Mais do que analisar aqui os milhares de comentários de incitamento ao ódio racial, ao genocídio ou ainda aqueles em que se faziam ameaças explicitas à integridade física de minorias, de mulheres e de portugueses racializados. Quem e como pagou à Vani e às restantes dezenas de gestores de páginas oficiosas do CHEGA que se escondiam por trás de perfis falsos , quem pagou aos criadores de conteúdos e aos gestores dos tais 20 mil perfis falsos, que surgiram do nada de um dia para o outro, num partido pequeno e acabado de criar? [Read more…]
Rui Cristina, o político sorridente que surge nesta foto com André Ventura, é o cabeça de lista do CH por Évora. Em Janeiro, era deputado do PSD, o partido “do sistema” que Ventura apelidou recentemente de “prostituta”. Quer isto dizer que Ventura recruta cabeças de lista em prostíbulos?
Who’s the whore now?
Raro é o dia em que não lido com indianos, nepaleses, brasileiros e pessoas de outras nacionalidades que chegaram à Trofa nos últimos anos, em busca de uma vida melhor.
Vamos sublinhar já esta parte: em busca de uma vida melhor.
Como aqueles portugueses que começaram a sair daqui quando Portugal era uma ditadura fascista. Fugiam de um regime opressor, fugiam da guerra e da miséria. Os mesmos motivos que levam indianos, nepaleses e brasileiros a fugir.
Ao contrário daquilo que afirma a extrema-direita e a direita radical, coro ao qual se juntou recentemente Pedro Passos Coelho, não se registou qualquer aumento de insegurança, ou mesmo da criminalidade, decorrente da chegada destas pessoas ao nosso país.
É falso e é uma canalhice usar este pretexto para atacar os imigrantes.
E é xenofobia também. [Read more…]
Era um modesto hotel de uma cidade de província. Um desses estabelecimentos semifamiliares, em que o dono parece ter conseguido desenvolver o dom da ubiquidade, não só para controlar os empregados e guardar a sua propriedade, mas também para observar com deleite a nossa cara de susto quando nos surpreendia em cada esquina. Era um […]
Ainda vamos ver o “Ministro” Nuno Melo a propor a incorporação obrigatória dos sem abrigo nas Forças Armadas….
E muitos boys & girls sem emprego. O governo exonerou a mesa da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.
“St. Thomas’?”, perguntei aos deuses da Ortografia. “Deveria ser St. Thomas’s!”, exclamei. Felizmente, não estou sozinho — há quem se defenda, alegando que é um plural. Really? Oh dear!
“Morta por dentro, mas de pé, de pé como as árvores” e (peço desculpa pela javardicezita) “Prefiro morrer de pé do que votar no Luís André“. A primeira dá o mote. A outra… A outra… A outra (ui!), valha-nos Nossa Senhora da Agrela.
OK. Já agora, como é que ficou aquela história do “agora facto é igual a fato (de roupa)”? Alguém sabe? É para um amigo.
É o tema do II Congresso dos Jovens da Família do Coração Imaculado de Maria. Aguardo as conclusões para ficar a saber se sou homem, se sou mulher e se sou de verdade.
Às escondidas. Aguarda-se o anúncio de um feriado nacional dedicado ao terrorismo fascista.
Para ouvir com bolas de naftalina nos ouvidos.
Greve geral nas redacções – página do Sindicato dos Jornalistas.
que pode acompanhar neste link. As primeiras notas, inevitavelmente, dizem respeito ao crescimento da extrema-direita.
Mesmo que não se confirme, o facto de André Ventura apresentar o nome de Miguel Relvas como aliado diz-nos tudo sobre a farsa anti-sistema que o seu partido tenta vender.
de José Pacheco Pereira, regressemos a A São solidária e a função diacrítica de há uns tempos.
Ainda sou do tempo em que o preço do azeite subiu porque mau tempo, más colheitas, imposto é roubo e socialismo. Afinal, era só o mercado a funcionar.
Depois do debate Mariana Mortágua/André Ventura vários comentadores em várias TVs comentaram o dito, atribuindo notas. Sebastião Bugalho, depois de dizer que MM mentiu, diz que ela ganhou o debate. Desde que começou a escrever no Expresso, Sebastião Bugalho marcelizou-se.
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