José Sócrates e Pedro Passos Coelho, irmãos siameses

Eu, de Pedro Passos Coelho, não espero o que o país espera, a julgar pelas sondagens. Quando o Sr. ascendeu à liderança do PSD fez um bom discurso e eu, tal como outros, com a actualidade ainda quente, elogiei o regresso da política – que não a politiquice usual e corriqueira, mas a política, temas colocados em cima da mesa, escolhas perante as quais o país se defronta.

Num país civilizado, tal facto não mereceria o mínimo encómio. No paízinho rasteiro e trauliteiro em que nos transformámos, havia ali uma nuance a registar, um facto positivo a despontar. Não sendo crédulo, saudei a nuance e permaneci atento.

Foi sol de pouca dura e, em poucas semanas, Pedro Passos Coelho dissipou o meu reticente benefício da dúvida. Se no congresso laranja meteu o neo-liberalismo no saco, apressou-se a retirá-lo agora, regressando a ele, se estendeu a mão a Sócrates e se prestou a apoiá-lo em nome do “superior” interesse nacional, apunhalou-o assim que virou as costas pedindo desculpa aos portugueses (por se ter movido em nome do dito superior interesse nacional? Por afirmar solidariedade a Sócrates e puxar-lhe o tapete com a demarcação? Diga-se, em abono da verdade, que o PS não se portou melhor anunciando a seguir a continuação da febre de betão que, aparentemente, ocultara na reunião entre os dois líderes, a tal da contenção e “salvação” do país). [Read more…]