Vamos lá ver

Nos EUA, os democratas não aceitam financiar mais um troço do muro na fronteira com o México e Trump recusa-se a assinar o orçamento que desbloqueará o shutdown sem esse financiamento. Este é o impasse.

O presidente Trump anunciou no sábado que iria estender as protecções de deportação para alguns imigrantes ilegais em troca de 5,7 mil milhões de dólares de financiamento para um muro ao longo da fronteira com o México. [NYT]

É uma abertura para negociar desde que um dos lados opte por capitular. Ou, por outras palavras, é o que se chama de chico-espertice. Quem quer negociar não chega a uma reunião com um discurso “Não aceitam as minhas condições? Bye-bye.“, como aconteceu numa das anteriores tentativas.

Mas, note-se, não me estou a queixar. O espectáculo, para o qual nem tive que pagar bilhete, está a ser divertido.

Infantilidades?

“Uma resposta infantil não merece outra resposta infantil”

Falemos então de infantilidades e sobre como é que isto começou.

Antes do Natal, houve um acordo entre Democratas e Republicanos para financiamento do governo e evitar o shutdown. No dia seguinte, a Fox News, que mais parece o jornal oficial da Casa Branca, lançou uma campanha a picar Trump, dizendo que este estava a ser cobarde. E a seguir, Trump deu o dito pelo não dito e fez saber que não aprovaria o orçamento, o que levou o líder Republicano do Senado a dar um passo atrás, rasgando esse acordo.

Incitado por Rush Limbaugh e Ann Coulter, Trump faz uma declaração de última hora dizendo que ele não vai assinar a legislação republicana [portanto, do seu próprio partido] para manter o governo aberto e exige 5 mil milhões de dólares para fazer um muro na fronteira. A maioria republicana da Câmara dos Deputados aprovou uma lei que morre no Senado [republicano]. Trump culpa democratas pelo shutdown. [The Guardian]

[Read more…]