O celibato como sistema reprodutivo de pessoas, bens e saberes em aldeias camponesas

        Este texto é a reconstrução por escrito das minhas palavras sobre a reprodução no IV Congresso de Antropologia de Espanha, realizado em Alicante. Ao trabalhar o argumento que apresentara com base num esboço, outras ideias levaram-me um pouco mais longe em relação à exposição original. De facto, este texto é fruto do estudo que venho desenvolvendo sobre racionalidade, reprodução e estratégia, para o qual me sirvo de dados sobre camponeses europeus, estando, portanto, entrelaçado com o argumento que debato em vários outros textos dispersos pelo mundo. É, por isso, que no final, incluo uma lista deles que, oxalá, pudessem juntar-se a este para sua melhor compreensão. Em qualquer caso, o que pretendo aqui é inspeccionar as ideias e factos que, não sendo das aldeias estudadas, fazem parte da etnografia que um antropólogo europeísta deve consultar e que é possível encontrar na História, na lei positiva e canónica, na religião como na doutrina, Igreja e fiéis, assim como na economia teórica e conjuntural. É este o contexto dos factos da lógica camponesa que, na sua dimensão própria, está registado nas relações sociais e na tecnologia, que são os textos do saber oral e da sua cultura.

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