Laura Dekker, uma heroína!

O Público, hoje, mostra precisamente como não se dá uma notícia. A seco, pela rama, sem atentar no seu significado, sem pensar por um segundo no que se diz, sem compreender o que se noticia.

Uma rapariga de dezasseis anos completou uma volta ao mundo à vela, em solitário. É uma façanha incrível, que melhores ou piores condições materiais e tecnológicas não devem diminuir. Uma rapariga adolescente, no seu barco, fez tudo o que foi preciso, içou todas as velas, efectuou todas as manobras, enfrentou todas as tempestades, superou todos os medos e fragilidades, derrotou angústias e solidões, e deu a volta ao mundo. Sozinha. Numa casca de noz. Vinte e quatro horas sobre vinte e quatro, durante um ano e um dia.

Não se imagina o que esta rapariga cresceu por dentro, os pontos extremos a que levou  o corpo e os sentimentos, as forças que viu, os maravilhamentos que viveu, os terrores a que o mar a obrigou.

Como eu te invejo, Laura Dekker.

Um País Que Não Protege As Crianças?

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E NEM TIRARAM A CRIANÇA AOS PAIS!

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Ao contrário de uns e outros, na Austrália deixam as pessoas seguirem as suas ideias e os seus sonhos.

Laura Dekker, não teve a mesma sorte. O País não era o mesmo, as ideias não eram as mesmas e a idade também não. Teve ainda o azar de ter um País (as respectivas autoridades) que se meteu onde se calhar não deveria, e a retirou à custódia dos pais, como se eles fossem criminosos.

Jessica Watson (a jovem de dezasseis anos que, sozinha, vai dar a volta ao mundo num barco à vela), vive num País diferente, com ideias diferentes, com pessoas diferentes. Está a cumprir o seu sonho, com o apoio dos pais e das autoridades locais.

Partiu hoje para uma viagem solitária de oito meses.

Boa viagem, Jessica.

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