O Público, hoje, mostra precisamente como não se dá uma notícia. A seco, pela rama, sem atentar no seu significado, sem pensar por um segundo no que se diz, sem compreender o que se noticia.
Uma rapariga de dezasseis anos completou uma volta ao mundo à vela, em solitário. É uma façanha incrível, que melhores ou piores condições materiais e tecnológicas não devem diminuir. Uma rapariga adolescente, no seu barco, fez tudo o que foi preciso, içou todas as velas, efectuou todas as manobras, enfrentou todas as tempestades, superou todos os medos e fragilidades, derrotou angústias e solidões, e deu a volta ao mundo. Sozinha. Numa casca de noz. Vinte e quatro horas sobre vinte e quatro, durante um ano e um dia.
Não se imagina o que esta rapariga cresceu por dentro, os pontos extremos a que levou o corpo e os sentimentos, as forças que viu, os maravilhamentos que viveu, os terrores a que o mar a obrigou.
Como eu te invejo, Laura Dekker.
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