D. Manuel (In)Clemente e o Papa Francisco

Tenho-o dito e escrito amiudadas vezes: sou agnóstico. Esta opção, a meu ver, não impede a observação e juízo das realidades e comportamentos dos homens da ICAR; e ainda menos nega o direito à expressão da opinião a respeito daquilo que altos responsáveis da igreja, do Papa Francisco ao reaccionário cardeal patriarca, afirmem publicamente. Sobretudo, quando as matérias entendidas como capítulos de teorias eclesiásticas e à vida concreta de milhões que, por esse mundo fora, são dizimados por poderosos – homens dos sectores políticos, económicos, sociais, das nomenclaturas clericais e outras.

Do ‘Diário Económico’, e não é por mero acaso que jornais que tratam e dissecam negócios se intrometem na questão, retirei a seguinte pergunta e resposta de D. Manuel Clemente:

Pergunta do jornalista:

O Papa Francisco tem sido anunciado como uma lufada de ar fresco pela sua proximidade, ao contrário do Papa Bento XVI. Podem criar-se falsas esperanças de uma abertura da Igreja, que depois não se concretizam? Se quiser, um efeito Obama: quando chegou, pensou-se que mudaria tudo nos EUA e já vimos que isso não acontecerá. O Papa Francisco pode ficar marcado por um efeito Obama?

Resposta do cardeal patriarca, Clemente:

Isso é inevitável. Quando lançamos uma proposta, criamos sempre o risco de alimentar expectativas que depois não se realizam. Não é por causa disso que nós não devemos propor. O Papa Francisco achou que devia fazer uma consulta – que é a palavra que ele utiliza – aos cristãos em geral acerca da temática do próximo sínodo. Ele acha isso importante, portanto, é expectável que as pessoas pensem que será quase como um recomeço da Igreja. Mas não vai ser. Quem avança levanta uma certa poeira, que depois assenta e continua a estrada.

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