Eutanásia, o boomerang português

[Francisco Salvador Figueiredo]

Parece um assunto bastante complicado, mas só o deve ser para as pessoas que sofrem e que a querem. Não é fácil alguém decidir se vai acabar com a sua própria vida ou não. Nem sequer é justo. Mas para se chegar a este ponto é necessário ter havido bastante sofrimento. O corpo e a vida de cada um de nós apenas ao seu respetivo dono diz respeito.

Da mesma forma que temos um carro, um quadro ou um aquecedor, temos o nosso corpo e a nossa vida nas nossas mãos. Ao longo do nosso crescimento, fazem-nos acreditar que não precisamos de ninguém para alcançar o que queremos, que temos de lutar, que temos de chegar aos nossos objetivos.

Com que direito o Estado impede que uma pessoa possa optar pelo futuro da sua vida? Nenhum. O Estado não tem o direito de impedir uma pessoa de querer colocar um fim à sua própria vida. Pior do que o Estado querer ou não despenalizar a Eutanásia são aquelas pessoas que apoiam o Estado a não despenalizar a mesma. A Eutanásia sendo legal dá liberdade de escolha às pessoas. Ao ser legal, ninguém está a obrigar doentes que sofrem a morrer. Apenas lhe dão o poder de decisão.

Alguém que não queira isto está a pedir ao Estado para escolher por ela mesma e isso apenas revela falta de livre arbítrio. Neste momento, preferia comer um cabrito assado do que pedir uma Eutanásia. Mas não é por essa ser a minha preferência que a dos outros tenha de ser a mesma. E não, a Eutanásia não vai virar moda. A Eutanásia não é uma coisa gira para se usar com camisas aos quadrados. E, sim, é verdade, pode haver profissionais que se recusem a fazer a Eutanásia. E apenas há que respeitar.

Da mesma forma que uma pessoa tem liberdade para escolher o seu rumo, o profissional tem o direito às suas convicções. Se eu não conseguir arranjar camarão num supermercado, vou a outro. Ninguém obriga o supermercado a ter camarão, também ninguém me obriga a comer camarão. Mas é sempre melhor ter esta liberdade. Espero que todas as pessoas que leram isto, nunca necessitem de tomar uma decisão destas. Se necessitarem, farei de tudo para os convencer a não fazer. Mas a última palavra que seja vossa, sempre vossa e não de uma minoria representativa. Menos Estado. Mais Liberdade.

Comments

  1. Pedro Vaz says:

    Como seria de esperar a Nova Ordem Mundial Anti-Humana a trazer esta agenda para Portugal. Os fantoches do BE já criaram um “Movimento Cívico” e os comentadores e “opinion makers” de serviço já a vender o produto…metodologias clássicas.

    E falar de cuidados paliativos no SNS? Está quieto…vão logo para a cova como o bom gado que são.

    “Menos Estado. Mais Liberdade.”

    Engraçado como se tornam todos anti-Estadistas quando lhes convêm, de novo, metodologias clássicas da Nova Ordem Mundial.

    • Paulo Marques says:

      Diga lá ao seu querido líder que mais défice é bom, então.

      • Pedro Vaz says:

        Mas existe sempre dinheiro para “refugiados de smartphones e sapatinhas Nike” são os nossos substituidores logo são a nova Master Race.

        Para nós é aborto, feminismo, LGBTismo e eutanasia, para eles dinheiro dos nossos impostos e Islamismo…e esta heim?

        • POIS! says:

          Ai que nem posso, pois!

          Ai que o Pedro Vaz é tão cómico! Ai que não posso parar de rir!

          “e esta heim?” Ah! Ah! Ah! Ahhhhh! Ó Xô Vaz, tenha cuidado! Não nos faça isto! Há á quem tenha sido obrigado a chamar o INEM!

        • Paulo Marques says:

          Isso é mais ou menos do que o empregador corrupto do querido líder anti-corrupção nos custa?

        • brasuca pro brasil says:

          Vaz

          bandido brasuca

          Não dizes nada que se entenda

    • Paulo Marques says:

      Ai, espera… mais despesa para o serviço que o querido líder quer acabar? Tá certo, pá.

    • POIS! says:

      Pois muito bem!

      Esses gajos da NOMA-H (cujo verdeiro nome é, apurei, por coincidência ,NOMA-H) são deveras perigosos, estando, na sombra, dissimuladmente, de modo encobertamente disfarçado, por detrás do. caso denunciado como “Sleeping Beauty Leaks”

      Foram eles que fizeram tudo para que a Aurora, conhecida por Bela Adormecida, ficasse a dormir durante 100 anos a ver se morria. Como todos sabem, a Aurora picou-se numa agulha infetada com um produto que se apurou ser sumo de cauda de ornitorrinco, uma poderosa droga estupidamente estupefaciente. Sabe-se agora que a Fada era membro precisamente da NOMA-H, segundo ficheiros na posse de Rui Pinto.

      São estas coisas que ninguém diz e as elites escondem que o povo tem de saber que são coisas que as elites mantêm na sombra para melhor manobrarem para que as coisas não se saibam e os gajos da elite fiquem bué da ricos e tal.

  2. Paulo Marques says:

    Falta pouco para resolver o que é uma questão de bom senso, e, tal como as outras, rapidamente se escoará qualquer oposição que não seja ganhar meia dúzia de votos a quem jura por um livro que nunca leu.

  3. Jens Graf says:

    #Morteaoscotas

  4. JgMenos says:

    Eutanásia e assassínio legal – a associação sempre ignorada.

    • POIS! says:

      Ora pois! Assim sim!

      São estas afirmações lapidares que fazem avançar a Humanidade e tanto prestigiam o nosso pensamento filosófico!

      É um pensamento deveras báratrico, de uma profundez só ultrapassada pela do Canhão da Nazaré e, mesmo assim, só na maré alta!

      Houvesse justiça neste país e já estaria eternamente gravado em letras de latão sobre pedra-pomes, no cimo da Serra da Estrela, para que pudesse ser avistado do Espaço!

  5. Luís Lavoura says:

    Calma, Francisco Salvador.
    É evidente que a eutanásia tem que ser regulamentada. Não é assim à balda, “cada um tem o direito de” e anda prá frente.
    As pessoas têm o direito de se suicidar. Com sucesso, entenda-se – se forem apanhadas a meio do suicídio, são impedidas de o concluir. Se eu for atirar-me do tabuleiro superior da ponte D. Luiz, e alguém me vir a fazê-lo, esse alguém tem o direito e, de facto, o dever de me impedir de me atirar.
    A eutanásia é ainda pior, porque não é alguém a suicidar-se, é alguém a pedir a outrém que o mate.
    É evidente que tal prática tem que ter limites muito estritos, uma regulamentação muito estrita. Não pode ser assim à balda, dizer que qualquer pessoa tem o direito de o fazer e prontos.

  6. Rui Naldinho says:

    Estou completamente de acordo com esse raciocínio. Apenas um reparo. Este nada tem a ver com o texto, mas com a “infinita misericórdia” que todos temos de ter com os políticos que nos governam, sempre prontos a dar um passo à frente, mas sem criar antes, as condições mínimas para a prossecução dos objectivos a que se propõem.
    A Eutanásia é uma escolha pessoal, de facto. Mas ainda assim, não se pode morrer em qualquer lado e de qualquer maneira. Isto não é como um funeral, onde cada um escolhe a agência funerária, o tipo de cerimónia e o fausto da mesma. O Estado tem de criar primeiro as condições para que alguém o faça em locais fiscalizados pelo Estado. Seja no plano médico, seja no plano jurídico. De preferência no SNS. E depois de “avalizado” por um Juiz, mandatado para esse efeito.
    Caso contrário, um dia destes temos um qualquer Duarte Lima a despachar uma Rosalina Ribeiro, sob a forma de Eutanásia!

  7. Julio Rolo Santos says:

    Quem reprova uma eventual legalização da eutanásia é quem não tenha, em algum momento, passado pelo sofrimento de uma doença incurável sem esperança de melhoras. Ninguém tem o direito de impor aos outros aquilo que não desejaria para si, o sofrimento indesejável sem esperança de cura. Eu sou a favor da legalização da eutanásia.


    • Só tenho pena que a obra do acaso não dê esses estados terminais extremamente dolorosos exactamente aos opositores da eutanásia. Era a esses que eu gostava de a aguentarem se à bronca em nome do valor superior que é a vida, bla bla bla bla

    • A.Silva says:

      “Quem reprova uma eventual legalização da eutanásia é quem não tenha, em algum momento, passado pelo sofrimento de uma doença incurável sem esperança de melhoras”, ó idiota, pelos vistos tu já passas-te por isso, estás é mal morto.

      Haja tino.

      • POIS! says:

        Ora pois assim é que é!

        Aqui se manifesta a subtil ironia, o fino trato, a esmerada educação, o sublime respeito de pelos seus opósitos, a excelsa capacidade de argumentação de A. Silva, um exemplo marcante da intelectualidade deste nosso tempo!

        Tal não constitui surpresa. Frequentador desde criança dos melhores salões da nossa sociedade, onde sempre sobressaiu pelo seu brilhantismo só comparável ao Grande JgMenos, tem revelado, mesmo nos momentos mais dramáticos, um espírito pacificador e uma tolerância assombrosas.

        É inevitável não dar relevância a expressões tão geniais como “tu já passas-te por isso” e o remate com subtil humor “Haja tino”. De rãs? Eis a eterna dúvida!

      • Paulo Marques says:

        Pois, é natural que o Silva não tenha amigos e tenha sido deserdado pela família por achar que só ele importa.

  8. A.Silva says:

    “Da mesma forma que temos um carro, um quadro ou um aquecedor, temos o nosso corpo e a nossa vida nas nossas mãos.”

    Foda-se, o problema é esta gente miserável que acha que a vida se pode comparar à porra de um carro.

    Gente perigosa esta!

    • POIS! says:

      Pois muito bem!

      Mais uma vez, ainda que sem surpresa, nos surpreende a fina e arrazoantemente respeitosa argúcia com que A.Silva confronta os seus oponentes.

      É insofismavel que, atrevendo-nos atrevidamente a interpertar as excelsas palavras de A.Silva, a existência humana não pode colacionar-se à moca de um automóvel.

      Sim, até porque uma viatura de rodas perdura por muito mais! E não fosse a prática indiscriminada da auto-eutanásia, que enche de chapa ainda jovem milhares de avarosos sucateiros, e tal seria demonstrado à evidência. Veja-se o que se passa, por exemplo, em Cuba.

    • Paulo Marques says:

      Claro que não, há dinheiro para o parque automóvel (seja no privado ou no público), mas para consultas não há, o carro é muito mais importante.