A coragem saiu à rua, em Moscovo e Teerão. Numa e noutra capital, milhares de manifestantes ocuparam as cidades para enfrentar o totalitarismo e foram violentamente reprimidos, presos e torturados. Muitos acabaram mortos. Mais morrerão.
A estes protestos juntam-se outros, um pouco por toda a Europa, dos lesados do capitalismo de guerra, que começa a atirar os do costume para novos patamares de pobreza, que em breve se poderá traduzir em racionamento severos e filas para o pão, enquanto a super-elite, coadjuvada por políticos “moderados”, vê as suas fortunas aumentar para níveis sem precedentes e inimagináveis para o comum dos mortais.
À boleia das ondas de choque da invasão terrorista de Putin, da ganância criminosa das máfias de colarinho branco e do desespero de quem se confronta com a possibilidade de perder a casa ou não ter o que comer, emerge a nova extrema-direita, ainda que com o mesmo fedor de sempre, prometendo Deus, pátria e família, mas sem uma palavra que seja para os pobres, as desigualdades e a voracidade das elites. Porque não quer saber dos primeiros e não ousa enfrentar as segundas para garantir financiamento das terceiras. A natureza anti-sistema da extrema-direita é tão real como a Terra plana ou o Jardim do Éden. E não é preciso ir muito longe. O financiamento de Champalimauds e Mellos ao partido de André Ventura é suficientemente esclarecedor.
No fundo, estamos sob ataque de várias formas de extremismo. O extremismo militarista e ideológico de Putin, o extremismo religioso dos fundamentalistas islâmicos, o extremismo do capitalismo selvagem e dos seus burocratas, e o extremismo dos saudosista do velho fascismo, com o mesmo cheiro a mofo e morte de sempre. E tudo isto sob ameaça velada de um Inverno nuclear, que cresce na exacta mesma proporção em que a invasão russa falha.
Nunca foi tão importante lutar e defender a democracia. Ela não é, nunca foi, um dado adquirido. E isso implica necessariamente recusar alianças com autocratas, combater fundamentalismo religioso e exigir o fim do capitalismo predador e monopolista. Ou, um dia destes, ainda acordamos no Airstrip One.
E na democrática Ucrânia, avalizada pela NATO e pela UE, estão todos os cidadãos contentes? Ninguém se manifesta colectivamente? Ninguém se alevanta contra o regime de Kiev? Ninguém é refractário? Que aconteceu aos eleitores e activistas dos 12 ou 13 partidos na oposição, entretanto ilegalizados? Estão mudos e quedos? E se assim é, porquê essa inactividade? Ninguém foge, uns para a Rússia, outros para a União Europeia? E se fogem, porque o fazem?Estranho mundo este!
Adenda – No texto fala-se no “extremismo militarista e ideológico de Putin» sem que fale uma única vez sobre a … USA/NATO! Possívelmente porque esta dupla não é “estremista militarista e ideológica”, seja lá o que isso fôr?
E o islamismo da Arábia Saudita será menos extremista, mais democrático, mais tolerante mais respeitador dos direitos humanos que o do Irão?
Será o regime da Ucrânia, não um “capitalismo selvagem”, mas sim um “capitalismo de rosto humano”, seja lá também o que isso fôr? Não totalitário mas respeitador escrupuloso dos direitos humanos?
Estranho mundo este!
Os lambe-cús de todo o odor soviético, sempre cuidam de dizer que havendo males outros, sempre o mal se tolera.
Estúpidos são, mas mais que tudo são seres desprezíveis que tudo igualam para que tudo se lhes tolere.
Nada mudaram desde os tempos de Estaline!
Caro Victor, na “democrática Ucrânia, avalizada pela NATO e pela UE”, não se podem queixar…
Os extremismos precisam de ser definidos para ser combatidos com estratégia, ou, em realpolitik, para serem contidos dentro das necessidades realistas. Fechar os olhos aos nossos amigos, como referiu o Vítor, só aumenta a habituação a contradições insanável onde acabamos cada vez mais com uma miríade de realidades individuais incompatíveis.
Quanto à primeira parte, se Putin é “extremista ideológico” a ser combatido, que o deve ser em geral, ajudava definir o extremismo e ideologia em termos que não são reflexo dos objectivos de blocos do bem, o que tem aumentado dos efeitos que referi, ainda para mais em termos de crise. E quando as sucessivas previsões e promessas se espalham ao comprido, para nem falar de manipulações toscas.
E eu gosto muito de ti, mas não se safa também a vaga “máfia de colarinho branco”, também ela cheia de pífia critica a morder as margens. Esta semana aturamos lágrimas de crocodilo pelo mini-orçamento britânico por faltar o sorriso à austeridade, quando não passou de um ajustamento financeiro à solução milagrosa anti-inflação, rapidamente resolvido socializando as perdas de maneira perfeitamente normal.
O grave é que os nossos líderes e elites, mais até que o povo, não vão muito além desta análise superficial que lhes é sussurrada ao ouvido, esperando continuar bem o que nunca esteve bem com paliativos nas margens enquanto tudo apodrece. E arde ou inunda.
Hum, extrema-direita é isso? muito bem, não o vejo denunciar as atrocidades cometidas pela extrema-esquerda, não dá apoiantes para a causa? então é por isso que cheira a mofo!
Diga lá quis foram os crimes cometidos pela “estrema esquerda”?
Será quando foram presos pela PID/DGS e pelo COPCON?!
Va dar banho ao cão!!!
Mais um ‘inocente’!
Insultar a inteligência é já de si grave crime; mas pode juntar-lhe alguns ‘incidentes’ como os da Revolução Cultural Chinesa, Camboja e mil outros por todo o lado onde há cretinos a clamar pela «igualação porque sim» e sempre arranjam um ‘querido líder’ para orquestrar a escravização e miséria de multidões.
Para esta criança os presos pelo COPCON são vítimas esquerdalhas, só rir com os esquerdalhos que comem gelados com a testa.
No contexto da actualidade sobre a qual se debruça o texto, que atrocidades cometidas pela extrema-esquerda considera terem sido omitidas?
O referendo cubano sobre a família foi uma afronta a… alguma coisa.
Bem, ok, o capitalismo de estado chinês tem problemas conhecidos nem se percebe para que fim pragmático, se quer chamar isso extrema-esquerda.
Para uns quantos iluminados que por aqui pululam chamam extrema esquerda à China, ao Vietname e ao Camboja. Haverá mais com certeza, mas a verdade é que quem os alimenta são o capitalismo global, nesta versão neo liberal século XXI, de pôr tudo e todos a trabalhar por um prato de arroz. Descobriram que o seu melhor investimento era plantar indústrias, mesmo de ponta, nos países ditatoriais onde os ordenados são impostos pelo PC local, sem greves e eleições livres. Depois chamam-lhe de extrema esquerda.
Sim, se não fosse a ganância capitalista todos esses países estariam hoje muito mais dependentes da ordem democrática, para sobreviverem.
É preciso ter lata!
«se não fosse a ganância capitalista todos esses países estariam hoje muito mais dependentes da ordem democrática, para sobreviverem» … como se viu nos tempos da revolução cultural chinesa.
Vê-se nos restantes clientes a ordem democrática, o melhor acabou a ser a Coreia por mais poder e cumprir violar os preceitos da “liberdade do mercado”; e mesmo assim, só se for uma democracia à Menos.
O que queriam para a China sabemos muito bem; ter ali o embaraço do operário burro dá muito jeito, já sobre o gigantesco progresso posterior tão caladinhos, tal a vergonha.
Sempre me espanta que ainda haja idiotas que não entendam que a ordem democrática depende do direito à propriedade privada e que esta é o fundamento da ordem capitalista.
Só quem não quer ver pode recusar que a burocracia de Estado é o fundamento de toda a opressão, que se acrescida do poder económico sempre a garante.
Ó cretino, ninguém põe em causa o direito à propriedade privada.
Só tu nessa insana mente achas que aqui são todos estalinistas, e que querem nacionalizar tudo.
Não admites nem por nada, que qualquer sistema social e económico implantado, seja ele qual for, necessita de regulação, até para que os direitos a essa propriedade privada cheguem ao maior número de pessoas.
Para mim o canibalismo capitalista é a prova de que a concorrência não existe. Para ti, pelos vistos, deve ser o contrário.
A cambada esquerdalha está tão entretida a odiar o capitalismo que de regulação fazem a ponta dum corno; só pensam em fixar preços e em sacar impostos!
Regular é criar as condições de seriedade na gestão definindo uma ética suportada em leis que nem promoveriam Ricardos E.S. nem Sócrates e Varas.
Acredito que os cretinos preferem que se criem razões que lhe suportem o ódio (e por essa via lhe deem votos) do que criar uma regulação que lhes vedasse a possibilidade de ascender pela corrupção e o parasitismo.
Portanto, controlo de capitais, transparência bancária, fim das várias formas de evasão fiscal e da especulação? Ou é da boca para fora?
Como todo o esquerdalho, o idiota acima sempre vê a gestão da economia capitalista do ponto de vista do coirão improdutivo sentado numa qualquer sinecura de Estado.
O capitalismo realiza-se gerindo os capitais investidos nas empresas e colocando produtos e serviços nos mercados; o que ocorra nesse plano é que importa, e é o que alimenta esta canalha ignorante e raivosa.
Portanto, não quer regras, não quer investimento, e, acima de tudo, não faz ideia do que é uma moeda.
Nada de novo.
Os lambedores de botas à espera do mijo dourado acham que só há poder no estado malvado, e que a propriedade privada é democrática não havendo qualquer poder dos trabalhadores sobre esta.
Deve ser a democracia de um dólar, um voto.
Iraque, Síria, Líbia, e agora a Russia; etc, etc, etc.
—> A PAZ NO PLANETA PASSA PELA IMPLOSÃO DA CIVILIZAÇÃO DA PILHAGEM!
Respeito pelos povos autóctones a explorar as suas riquezas.
Sim:
– urge o legítimo direito ao Separatismo Identitário!
SIM:
–>> na origem da nacionalidade esteve o Ideal de Liberdade Identitário:
– «ter o seu espaço, prosperar ao seu ritmo».
—>>> NÃO, NÃO foi o cidadanismo de Roma!…
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Já há vários séculos que é a mesma coisa:
– VÊM DE LONGE HÁ PROCURA DO SAQUE DA RUSSIA.
– a Russia não vai para longe… todavia, no entanto… A RUSSIA, PARA SUA SEGURANÇA, TEM DE OLHAR PARA OS TERRITÓRIOS À SUA VOLTA.
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—>>> A NATO está ao nível de Napoleão e de Hitler:
– não foi a Russia que se aproximou das fronteiras da NATO… a NATO é que (à procura do saque) se aproximou das fronteiras da Russia.
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Na Guerra da Crimeia (1853-1856), a Grã-Bretanha e a França capturaram Sebastopol e baniram temporariamente a marinha russa do Mar Negro: o objectivo era impedir o acesso da Russia ao oceano Atlântico.
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Os russos já estavam à espera:
– o bloqueio doméstico de mercadorias Russia Kaliningrado ;
– a sabotagem do gaseoduto Nord Stream;
– etc.
Daí a importância estratégica do Donbass:
– a NATO, via Ucrânia, preparava-se para bloquear o acesso da Russia ao oceano Atlântico.
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SIM:
Os boys e girls da civilização da pilhagem não só bloqueiam a introdução da taxa-Tobin (seria utilizada para a formação profissional, e para a formação de empresas autóctones)… como também… procuram CERCAR, ENCURRALAR, ESTRANGULAR (sanções económicas, etc) os povos que não estão interessados em vender as suas riquezas a multinacionais ocidentais.
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SIM:
Inúmeros povos autóctones poderiam, perfeitamente, estar a explorar as suas riquezas naturais.
…
mas foram impedidos de tal
…
devido às inúmeras sabotagens sociológicas conduzidas pelos boys e girls da civilização da pilhagem (cidadanismo de Roma).
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Mais:
– os acordos de Minsk… afinal… foram para entreter os ‘parvos’ dos russos…
– “terrorismo nuclear russo”… afinal… foi um bombardeamento dos mercenários de Kiev…
– etc.
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SEPARATISMO 50-50:
– os globalization-lovers, UE-lovers, etc, que fiquem na sua (possuem imensos territórios ao seu jeito)… respeitem os Direitos dos outros… e vice-versa.
Começa pelos povos autóctones subordinados ao colonialismo russo e logo verás o mundo alterado.
Quanto à importância estratégica do Donbass para o acesso da Rússia ao Atlântico dá a justa medida do que é um lambe-cús russos.