O ano é 1995 e eu estou a ver a final do Chuva de Estrelas. Entre músicas mais ou menos conhecidas para um miúdo de 10, 11 anos, aquela Nothing Compares 2 U bateu-me por ter uma sonoridade totalmente diferente daquilo que a rádio e os 4 canais de TV tinham para oferecer a um jovem com acesso limitado à imensidão do mundo da música. Foi o dia em que Inês Santos me deu a conhecer Sinead O’Connor.
Não sou o maior fã da sua música, devo confessar, mas aquela actuação e aquela música nunca mais me saíram da cabeça. Essa e a Wuthering Heights, de Kate Bush, interpretada por Jessi Leal, que venceria o concurso dois anos mais tarde. E pelos mesmos motivos.
Mais do que a sua música, marcou-me um episódio de 1992, que só conheci muitos anos mais tarde. Em directo no Saturday Night Live, Sinead O’Connor rasgou uma foto de João Paulo II, em protesto contra os abusos sexuais na Igreja Católica, que a instituição ainda negava. Pagou cara a ousadia, mas conseguiu atenção global para o escândalo, num tempo em que não se viralizavam causas na internet. Não se ia lá com dancinhas da moda.
É certo que a forma de protesto não é consensual, longe disso, até porque nenhum protesto agrada a todos. Mas enfrentar o Vaticano, daquela forma, naquele tempo, sabendo hoje o que sabemos sobre o encobrimento que foi feito do horror que foi e é o historial de abusos sexuais na Igreja Católica, inclusive durante o papado de João Paulo II, foi de uma coragem extraordinária. Se não for por mais, e pela fabulosa Nothing Compares 2 U, Sinead conquistou a eternidade muito antes de partir. Jesus, a existir, haverá de ter apreciado vê-lá enfrentar os sumo-sacerdotes. Também Ele enfrentou uns quantos. Com os resultados que – alegadamente – se conhecem.
RIP, Sinead O’Connor 🖤
P.S. Estranhamente, terminou convertida ao Islão.
Estranhamente? A escolha religiosa nada tem de racional. Nem o grau de fé que a impele.
Era uma artista notável , merecia mais que o rótulo de 1 hit wonder.
Entretanto, um país pára (literalmente) por causa de um evento. Notável. Ainda se queixam quando se encerra uma ponte ou uma avenida…
Estranho? Nem por isso.
Estou como aqueles cómicos na Antena 1. Essa coisa ainda não começõu e eu já estou farto dela
Mas enfim, oremos
“em protesto contra os abusos sexuais na Igreja Católica, que a instituição ainda negava”
negava e nega, Faz é umas operações de charme e cosmética, sacrifica uns quantos, para que a situação se mantenha.
A única maneira de começar a resolver essa situação, era que os padres fossem autorizados a a casar e que a profissão fosse aberta às mulheres. Curiosamente não vejo os movimentos feministas a exigir tal coisa.
Isso não resolvia, mas criava condições para começar a resolver.
De outra maneira, a pedofilia vai continuar.
Porque será que este fenómeno acontece maioritariamente na Igreja de Roma e em outras Igrejas Cristãs na área protestante como a Anglicana, Sueca etc não se ouve falar nisso .Não é estranho não, é a lógica da natureza humana e nessas Igrejas cerca de 50% dos Padres são do sexo feminino.
O Papismo sempre foi retrogrado e ate nestes pormenores isso é bem revelador.
Acho que não voltas para ler os comentários, mas olha: então não é que quando criticou Israel não foi outro senão o nosso amigo Ben-Gvir que fez por que ela se calasse? O mundo é pequeno.
Não sei se casar os padres resolveria grande coisa até porque boa parte dos pedófilos conhecidos são honestos pais de família. nas outras igrejas também os há, só que é mais fácil controlar o gado crente e não o deixar abrir a boca.Muitas dessas outras igrejas começaram a deixar entrar mulheres porque também por lá, apesar de os padres de poderem casar, havia uma boa dose de falta de vocações. É também da natureza humana serem as mulheres as mais férreas adeptas de práticas religiosas e as mais aptas a dar a vida pelo sua igreja. Pelo que qualquer religião que queira garantir pessoal, não tem mkais que abrir a posrat às “postoras”. De resto, a maior parte dessas igrejas peotestantes quem não as conhecer que as compre, a começar pelas evangélicas que são a praga da América Latina, defendendo regimes abertamente fascistas e cobrando dízimos aos fiéis, prática que na ijreja católica acabou há muito.
E isto não é defesa da igreja católica, que eu não professor religião alguma. Mas poque me parece que zurzir na católica vai deixando muitos outros vendilhões do tempo à solta para viver à custa da credulidade dos fiéis.Anda aí muito fariseu e isso é mal de todas as religiões.
DEe cresto não é estranho que alguém desiludido pelo Cristianismo e continuando a acreditar num Ene Supremo se vire para uma religião vista como alternativa, seja o Inslamismo ou o Hinduísmo, este último tem um monte de divindades à escolha.