No rescaldo das eleições espanholas, que tem como desfecho mais provável a repetição do sufrágio, uma boa parte da direita portuguesa viajou no tempo, até 2015, e perdeu-se na boa velha ignorância sobre o funcionamento da democracia representativa. Ou então, influenciada pelos seus novos potenciais parceiros, deixou-se levar pelo populismo mais básico e infantil.
E porque chora essa direita?
Chora porque os seus amigos do PP venceram as eleições, mas não têm uma maioria para governar. Apesar do contributo dos neofranquistas do Vox.
É uma daquelas coisas chatas da democracia representativa: não governa quem fica à frente. Governa quem tem maioria no Parlamento. Porque são deputados que se elegem em Legislativas, não governos.
Aliás, não existe eleição alguma, em Espanha ou Portugal, para eleger um governo. Os governos, cá como lá, são uma emanação da arquitectura parlamentar. Governa quem consegue apoio maioritário para ser investido, no hemiciclo ou nas cortes.
E de pouco interessa, caras pessoas, se existem “pessoas que acham que votam em governos”. Também existem pessoas que acham que podem estacionar em cima do passeio, que o fazem impunemente, mas isso não as livra de levar uma multa. Mesmo que seja a primeira vez.
Miguel Pinto Luz, vice-presidente do PSD e entusiasta de uma aproximação à extrema-direita, usou o Twitter para fazer serviço público e mostrar ao país, de forma categórica, o estado a que o seu partido chegou. Escreveu:
Onde já vimos isto?
Aqui, como em Espanha, a esquerda especializou-se em desvalorizar e passar por cima dos resultados das eleições quando lhe convém. Especializou-se em não respeitar a vontade expressa nos votos dos eleitores. No fundo, a não respeitar o funcionamento da democracia. E essa atitude não podemos deixar de lamentar e condenar.
Um partido com dirigentes destes não é alternativa a coisa nenhuma. Não admira que esteja a ser progressivamente engolido pelo CH e que não consiga descolar nas sondagens.
Aqui, em Portugal, o que aconteceu após as Legislativas de 2015 foi exactamente o mesmo que aconteceu após as regionais de 2020 nos Açores: governou o segundo partido mais votado, por ter sido aquele que conseguiu negociar uma solução parlamentar maioritária. É a democracia representativa a funcionar em pleno. Mais não se lhe pode pedir.
Já em Espanha tivemos alguns casos, como o das regionais na Extremadura, onde o PSOE foi o partido mais votado, mas é coligação PP/Vox que governa, por ter sido ela a encontrar uma solução maioritária. Uma vez mais, é a democracia representativa a funcionar em pleno.
Mas Miguel Pinto Luz, num exercício de populismo que nem se deu ao trabalho de disfarçar, culpa a esquerda de algo que a direita também faz, como se de um atentado à democracia se tratasse. Não é. Atentado à democracia é usar a demagogia para deturpar a percepção pública sobre o seu normal funcionamento, agravado pela dualidade de critérios de quem reescreve a história e apaga as situações em que o seu partido e o seu congénere espanhol usaram o exacto mesmo expediente para governar.
Todo este tweet é um caso de estudo sobre o populismo e a demagogia que estão cada vez mais presentes neste PSD. É falso, desonesto, manipulador e promotor de ignorância e desinformação. Mas é serviço público, porque é revelador da radicalização do PSD. Um partido que preferiu este senhor e Luís Montenegro a Jorge Moreira da Silva.
Sim, elegem-se deputados, e nao Governos… se bem que o Santana não era muito legítimo porque não fora eleito.
Não, não é maioria representativa, é maioria negocial. O PS fez aliança porque “a esquerda tem maioria”, mas é constantemente apelidado de centrão ou mesmo direita liberocas. Naturalmente, a coligar-se seria com psd. Será que quem votou cdu ou Bloco se viu representado numa aliança com PS? Ou quem vota Chega se revê numa aliança com psd, assumindo que se denominam “anti-sistema”?
As pessoas votam em partidos (sabem lá os deputados), depois estes lá se organizam entre eles. Curiosamente os líderes, que os deputados representantes eleitos riscam lá alguma coisa nas negociações.
Quanto a esse cromo em particular, eu também era um grande jogador de bilhar, tinha era azar de jogar sempre em mesas inclinadas.
Os grupos parlamentares o PS e PSD acordaram muito mais que quaisquer outros partidos, pelo que nem se vê a razão da queixa. Têm assim tanto desprezo por quem trabalha que meia dúzia de medidas a devolver um ligeiro equilíbrio é tão horrível?
A questão é saber se as coligações representam a tal vontade do povo. Porque conentadores assumem que, quem vota cdu, aceita uma coligação com ps, porque ambos são de esquerda (e vice-versa), e quem vota Ch aceita governo com psd (e vv).
Tudo para legitimar alianças pós eleitorais, que são alianças políticas (e não ideológicas, como quiseram pintar na Geringonça) feitas entre Direcções. Formalmente nada a opor, um partido não quis governar em minoria, outro chegou-se à frente, mas isso de dizer que os porugueses optaram em maioria pela esquerda… é de politologo.
Achar que os eleitores sabem no que votam já é de politólogo…
A Direita, em Espanha – e por cá, porque os diretrolhas do burgo já estavam a embandeirar em arco com as sondagens – está derrancadinha de todo, coitadinha!
Para começar, meteu-se com o Sanchez por pactuar com o EH Bildu, que apelidou de terroristas, o que, ao que parece, só lhes deu força: ganharam as eleições em Guipuzcoa com mais de 30% dos votos e ainda aumentaram o grupo parlamentar…
Depois, numa cena verdaeiramente caricata, o Feijãóó vai de pedir batatinhas ao Partido Nacionalista Basco, convidando-o para um arranjo em conjunto com o Vox, partido que os quer ilegalizar e até meter na cadeia…
Que mais irá acontecer? Esperem pela estreia da monumental película “Derecholas al borde de un ataque de nervios”…
O Miguel Pinto Luz deveria fazer um estagiozinho na Finlândia, onde
1) dos 9 partidos que elegeram deputados este ano, 7 são dirigidos por mulheres;
2) esses 9 partidos elegeram cada um 48, 46, 43, 23, 13, 11, 9, 5, e 1 deputados. Faz algum sentido afirmar que algum dos três principais partidos ganhou e que os outros dois foram derrotados?
E o que tem serem dirigidos por mulheres?
A anterior PM, que lembre-se herdou o cargo por nomeac,äo, após demissäo do PM Rinne, fez täo bom servic,o que levou uma ripada quando foi pela primeira vez a votos.
A coligac,äo anterior, de 4 partidos dirigidos por mulheres, só comec,ou a funcionar quando o Keskusta pôs lá um homem…
Mais acrescento: dos 9 partidos que elegeram deputados na Finlândia, os 2 maiores (conservadores deo Kokoomus e extrema-direita dos Persut) säo os tais que säo dirigidos por… homens (com “h” bem minúsculo).
Li um editorial do dito, acha que o partido vai aplicar políticas social-democratas. A isto. só se pode dizer que é doido, ou mentiroso compulsivo; viu-se bem o que fez o último que o prometeu.
Ja estavam fartos de jogar as cartas
https://www.rtp.pt/noticias/pais/jmj-mais-de-metade-dos-policias-voluntariaram-se-para-trabalhar-diz-paulo-vizeu-pinheiro_a1503047
Muita treta para sempre ignorar duas condicionantes de uma qualquer aliança:
– Qual a proximidade entre os aliados
– Que valores dominantes são reconhecidos no equacionar de diferenças.
Sempre que a diferença de valores excede limites, há traição.
Sempre que valores dominantes não são reconhecidos na ponderação de diferenças, há oportunismo.
PS: no esterco esquerdalho que deu pelo nome de geringonça, o orçamento ignorava limites e as cativações definiam os valores dominantes; e os coirões treteiros orgulhavam-se de não haver revisão orçamental, isto é, a farsa não ia a votos.
Pois claro! “A farsa não ia a votos”.
Ao contrário dos tempos da saudosa era salazaresca, quando a farsa, não só ia a votos, como elegia 100 por cento dos deputados, nas listas da gloriosa União Nacional!
Para evitar previsíveis problemas, as mesas de voto eram , aliás, presididas por um PIDE, sendo os outros membros indicados pela Legião Nacional, e vice-versa e versa-vice.
Considera então haver menor diferença entre partidos (mais ou menos veladamente) anti-democráticos como o Vox ou o Chega e os seus parceiros PP e PSD do que entre partidos claramente democráticos como o Sumar ou o BE e o PSOE e o PS. É um ponto de vista…
Considero o que escrevo.
E só tal näo considera quem näo conhecer PSD+Chega, ou PP+Vox…
Não, não: o orçamento ignorava limites na pafienta, na geringonça o partido do governo ignorava o orçamento para ir bem além das metas que a primeira falhou por completo. Haja justiça.
A democracia dos totalitários.
Os totalitários que chegam ao poder por processos eleitorais, não o são menos por isso.
Aí chegados, por voto maioritário ou uma qualquer geringonça, logo reclamam o poder da maioria para impôr toda a panóplia de pressupostos das suas crenças, impondo-as à totalidade da população.
Chamem-se Hitler, Maduro ou Putin, Erdogan , Moti ou XI Jinping, o que os caracteriza é o desprezo pela liberdade que a outros cabe de lutar por diferentes ideias nos limites da não violência e de regras legais que prezem e assegurem essa liberdade.
E TODOS os que fazem a subsistência do cidadão depender de rendimento sobre o qual o Estado tem poder de decisão, negando a propriedade e a livre empresa, SÃO TOTALITÁRIOS.
Estimado Salazarento Menor
Grande tirada :
“Chamem-se Hitler, Maduro ou Putin, Erdogan , Moti ou XI Jinping, ” “o que os caracteriza é o desprezo pela liberdade que a outros cabe de lutar por diferentes ideias ……etc etc etc”
Ja vi que a doença Salazarenta é mesmo incurável ou então não há mesmo nenhuma honestidade intelectual
Esqueceu-se de incluir na lista dos seus ditadores preferidos o nome de um senhor natural de Vimieiro, Santa Comba Dão de seu nome António de Oliveira Salazar, ou foi apenas uma gralha tipo
A bem da Nação
Carlos Almeida
Diz um assumido Salazarista
“A democracia dos totalitários.”
Um bocadinho de honestidade intelectual ate num Salazarista fica bem. E não dói nada
Tendo em conta que, tal como se esquece do senhor das botas, se esquece da quantidade de condenados e violentos associados à sua agremiação favorita, deve ser para rir.
Já sobre achar que há estado sem decisões sobre rendimento, propriedade, e livre empresa tem muita companhia no lamber de botas à elite.
Esta grande besta, ainda não percebeu que os partidos que apoia são fascistas… , ou sabe?
Lá vêm os tótós escamotear que são faces da mesma moeda totalitária o socialismo (só há um, o verdadeiro!) e obfascismo.
Lá vêm os cretinos associar o salazarismo ao fascismo, quando, sendo autoritário e anti-democrático, nunca se declarou totalitário; do fascismo derivou o corporativismo que o 25A conservou em parte: os comunas queriam manter a unicidade sindical (tal como no salazarismo) e agora o Costa quer acabar com as ‘ordens’ só para que os profissionais liberais não chateiam a sua proa de chefinho de carneiros.
Lá veio o fasço defender que o importante é o povo meter uma cruzinha na escolha única e defender o elitismo de bem das ordens.
E ainda não lhe mijaram para cima!
“Lá vêm os cretinos associar o salazarismo ao fascismo”
Credo, que ideia .
Ultimamente o branqueamento da Historia da jeito e não é só um Salazarento menor a tenta-lo.
De facto a Mocidade Portuguesa não usava as mesmas fardas do organismo italiano, mas a saudação era igual. Sei do que estou a falar porque tive que andar na BUFA obrigatoriamente uns anos,
Quem te desse com uma farda da MP pelos c*!
Estes idiotas são estúpidos ao ponto de julgar pela crença pacifista do momento um tempo (1936) com uma guerra em Espanha, seguida da IIGG (1939), da guerra na Argélia (1954) de que se previa derivar o ocorrido no Ultramar (1961).
Parvalhões!
Idiotas!
Estimado JgMenos
Muito obrigado pelos insultos, que vindos de V. senhoria, são pouco eficazes.e funcionam ao contrario
Ja agora relembro-lhe que na Guerra civil de Espanha entre o Governo Republicano Legitimo e o tropa comandada por Franco, o Governo Fascista de Salazar enviou tropa da Legião para ajudar os Franquistas.
Mas nem um nem outro eram fascistas, credo
Mas isso deve estar por dentro porque o caríssimo JgMenos, tem pinta de Legionario
Claro que não, os tanques e bombardeamentos feito pelos nazis era só de conveniência, como os judeus que queriam recambiar.
Isso, e ao contrário do todo poderoso Putin que ameaça chegar a Paris a qualquer momento, a realpolitik das trocas comerciais com os Nazis não tinha problemas; afinal, uns milhares de civis mortes são uma catástrofe, milhões são uma oportunidade de negócio. Tal como nas colónias.
Pois claro! E só assim se compreende aquele bilhetinho enviado pelo Oliveira da Cerejeira ao Benito Mussolini:
“A tua foto, meu Benitinho,
Tenho na escrivaninha.
Que Deus te traga o socialismo,
E sorte na tua guerrinha!”.
Confere!
O homem é fascista, defende o fascismo e claro que sabe. E gosta de insultar os outros porque sente-se extremamente frustrado por (ainda) não poder mandar o SBU ucraniano para cima de ninguém que aqui escreve e lhe expõs as sandices. Por mim não lhe quero dar com nada pelos cornos, quero apenas que vá ver se o mar dá choco.
E, traduzindo o idioma “Menês”, para ele totalitário é todo aquele que achar que os recursos do seu país não são para ser dados a preço de banana aos Estados Unidos.Democrata é todo aquele que estiver disposto a ajudar os tais poderes a pilra os recursos dos outros. Para ele os dirigentes que recusam o neocolonialismo deviam ser todos abatidos e quem combateu o colonialismo é um bandido porque nós temos o direito divisno a governar o mundo. É muito básico, muito simples, mas há muitos desses e essa é a razão da alhada em que estamos metidos. Ver se o mar dá choco podia ser de valor para tal criatura.