Uma maçã podre do desporto português: Laurentino Dias

Estávamos nos inícios de Setembro de 1988. Já se tinham realizado duas jornadas do Campeonato Nacional de Futebol quando a «bomba atómica» foi lançada: o Famalicão, acusado de corrupção na época anterior (compra do jogo contra o Macedo de Cavaleiros), era despromovido à III Divisão. Alguns dias antes, o Conselho de Disciplina da FPF dera como não-provada a tentativa de corrupção, mas o Conselho de Justiça foi de opinião contrária. O beneficiário directo foi o Fafe, que assim ascendeu à I Divisão em substituição do Famalicão.

O advogado do Fafe e grande responsável pela reviravolta federativa era então Laurentino Dias, que à época ocupava também o lugar de Presidente da Assembleia Municipal de Fafe e de Deputado à Assembleia da República pelo PS. Dizia-se à boca cheia, na altura, que foram as suas movimentações de bastidores que permitiram a despromoção do Famalicão.

22 anos depois, agora Secretário de Estado do Desporto, Laurentino Dias intervém de forma descarada na vida interna de uma Federação à qual tirou recentemente o Estatuto de Utilidade Pública. Ao enviar recados sobre Carlos Queirós e ao avocar a si o processo, via Autoridade Anti-Dopagem, mostra mais uma vez o quão negativo tem sido a sua passagem pelo desporto português ao longo das últimas décadas. E com isto, sofre o futebol luso e a Selecção Nacional. A debandada dos jogadores já começou.

Laurentino Dias é uma maçã podre do desporto português, que deve ser removida o quanto antes para bem de todos nós.