Israel muda lei para poder incluir no Governo um ministro condenado por corrupção

O novo Governo de Israel, novamente chefiado por Benjamin Netanyahu, que venceu as últimas eleições em coligação com forças ultra-sionistas de extrema-direita, pretende alterar as leis fundamentais do etno-Estado israelita para poder incluir em funções governativas um político condenado por corrupção.

O Governo israelita pretende fazer aprovar leis que mudem o carácter do Estado, tornando-o mais favorável aos políticos, dando-lhes ainda mais poder, ao mesmo tempo que pretendem aprovar leis que retirem direitos às mulheres, aos homossexuais e aos judeus ortodoxos. Uma destas leis diz respeito à possibilidade de antigos políticos condenados por corrupção, poderem vir a ser governantes. Na verdade, esta lei já se encontra, em parte, em vigor, caso a pena a que o condenado tenha sido sujeito tenha efeitos suspensivos.

Esta lei, chamada “Lei Deri”, foi feita à medida do político ultra-ortodoxo Arye Deri, condenado por fraude fiscal e que está a ser, hoje, indicado para Ministro das Finanças do Governo de Benjamin Netanyahu.

Para além disto, o governo sionista de extrema-direita israelita, pretende alargar a ocupação dos Territórios Palestinianos Ocupados, com particular incidência sobre a Cisjordânia, não só mantendo, como expandindo a invasão na Palestina e aumentando a repressão sobre os palestinianos.

Depois de décadas de terror a que o povo judeu esteve sujeito às mãos do nazismo e do fascismo europeus, a criação do Estado étnico de Israel, em terras outrora pertencentes à Palestina, trouxe à luz da realidade a radicalização, à direita, daqueles que se dizem representantes da religião judaica, num país onde nem todos os judeus são sionistas ou em que nem todos os israelitas são judeus. Assim, prova-se, Israel estará, sempre, condenado ao fracasso, enquanto Estado – e só continuará a sobreviver com o apoio e a conivência dos Estados Unidos da América e da União Europeia.

Aryeh Deri, Benjamin Netanyahu e Bezalel Smotrich no Parlamento em Novembro. Fotografia: RONEN ZVULUN/REUTERS