Um grupo de profissionais da Saúde e das Ciências Sociais e Humanas redigiu uma carta ao presidente da Câmara Municipal do Porto, o monarca Rui Moreira.
O conteúdo da carta pode ser lido AQUI.

Stencil e fotografia de: FILHO BASTARDO
Expor ao vento. Arejar. Segurar pelas ventas. Farejar, pressentir, suspeitar. Chegar.
Um grupo de profissionais da Saúde e das Ciências Sociais e Humanas redigiu uma carta ao presidente da Câmara Municipal do Porto, o monarca Rui Moreira.
O conteúdo da carta pode ser lido AQUI.
Stencil e fotografia de: FILHO BASTARDO
Na imagem, Eddie Redmayne como Lili Elbe em “A Rapariga Dinamarquesa”, filme de 2015.
Em 2015, Eddie Redmayne interpretou Lili Elbe em “A Rapariga Dinamarquesa”.
Conhecido pelos seus papéis em “Os Miseráveis”, “A Teoria de Tudo”, “Monstros Fantásticos e Onde Encontrá-los” ou “Os 7 de Chicago”, em “A Rapariga Dinamarquesa” interpreta uma mulher trans, uma das primeiras a submeter-se a uma cirurgia de redefinição de género.
Pelo papel, Eddie Redmayne foi nomeado para o prémio de melhor actor pela Academy Awards, nomeado para o prémio de melhor actor pela British Academy Film Awards, nomeado para melhor actor nos Golden Globes.
A sua participação enquanto Lili Elbe mereceu, da parte da comunidade LGBTQI+, as mesmas críticas que agora recebeu André Patrício por interpretar uma personagem de uma mulher trans na peça de Pedro Almodóvar “Tudo Sobre a Minha Mãe”. Apesar do excelente desempenho enquanto mulher trans, o actor sofreu duras críticas e veio a público pedir desculpa por ter aceitado o papel, afirmando que se fosse hoje, talvez não tivesse aceitado interpretar Lili Elbe, uma mulher trans, sendo o actor inglês um homem cis.
Continuo a discordar desta ideia de que só actores e actrizes trans possam desempenhar papéis que personifiquem pessoas trans. No entanto, Eddie e algumas activistas trans, mostraram que se pode ter outra abordagem sobre o assunto, já de cabeça fria, e que ajude (nos ajude, enquanto sociedade) a entender os vários ângulos desta problemática. E como?
Eddie Redmayne decidiu ir fazer um workshop com actrizes trans e entender melhor os seus argumentos. Percebeu o que já sabia: as pessoas da comunidade LGBTQI+, sobretudo as pessoas trans, não têm as mesmas oportunidades no acesso e são muitas vezes excluídas em detrimento de actores e actrizes cis que vêem interpretar essas personagens. O actor inglês afirmou, desta forma, que enquanto não houver igualdade no acesso e no número de oportunidades, não voltará a interpretar uma personagem trans.
A discussão deve fazer-se nestes termos. Em “A Rapariga Dinamarquesa”, ninguém invadiu os locais de gravação, ninguém tentou ostracizar directamente o próprio Eddie, mas as críticas foram reais e a negrito, pelo que o actor decidiu voltar à escola.
Reflectir. Progredir. Não excluir. Ouvir. Falar. Aprender.
Quem foram os 1,7% de militantes Cheganos que não votaram no querido líder André Ventura e quando é que devem ser empurrados de um penhasco?
Fotografia: Leonel de Castro/Global Images
Com o frio que se faz sentir já há vários dias, a maioria dos municípios, sobretudo os do Norte do país, decidiram activar o plano de contingência.
A excepção? O Porto dos marialvas do Porto, o Nosso Movimento. Estes monárquico-liberais de cabelo à foda-se, de cuzinho “alapado” nas suas casas da Foz, sempre tão lestos a cumprir as ordens quando é necessário entrar Pasteleira adentro para criminalizar a pobreza ou a sugerir o retrocesso na lei da descriminalização do consumo de droga, escondem-se quando os portuenses realmente precisam de amparo, especialmente se esses portuenses não pertencerem aos saraus nobres como pertencem os caga-tacos imperiais que mandam no Porto.
As temperaturas têm chegado aos zero graus. Repito: zero graus.
Ao senhor presidente da Câmara Municipal do Porto, o famigerado Selminho, deixo a nota: o Porto não é só prémios para inglês ver. Pode ficar muito bonito no seu mural esse ar de british da Foz armado ao pingarelho, mas fica-lhe muito feia essa indiferença por quem sofre (que só destapa o véu que mostra a vossa indigência mental).
Keyla Brasil, artista trans, invadiu o palco de uma peça no Teatro S. Luiz, protestando contra aquilo que denomina de ”transfake” (uma expressão, julgo, importada dos Estados Unidos da América), por um actor, que se identifica com o género masculino, estar a interpretar, na peça, o papel de uma mulher trans.
O argumento das activistas centra-se na questão da representatividade e do “lugar de fala”, exigindo, e bem, que mais artistas trans sejam contratadas para o teatro, artes performativas e para outros trabalhos onde, sabemos, há ainda discriminação e desigualdade no acesso; argumentam, também, e é aqui que a minha discórdia se apresenta, que só actores ou actrizes trans possam representar os papéis ficcionais de personagens trans. Nada mais errado, a meu ver, pois a representação não é um sinónimo de representatividade. Vejamos as definições dos dois conceitos, aplicados à questão em discussão:
1 – Representação: (teatro) “exibição em cena”, “espectáculo teatral”, (cinema, teatro, televisão) “desempenho de actores; interpretação; actuação”;
2 – Representatividade: “qualidade do que é representativo”; Representativo: “que representa”; “que envolve representação”; “constituído por representantes”.
Analisando as duas expressões, podemos concluir que as mesmas se inter-ligam. A representação pode ser representativa de alguma realidade, pode é ser, apenas, representação e, como tal, o teatro reveste-se apenas da premissa da interpretação de textos e personagens, não sendo raras as vezes que uma estória, sendo ficcional, retrata partes da realidade em que nos inserimos. A falta de representatividade no que à presença de pessoas trans na vida social e no mundo laboral, as suas dificuldades no acesso a direitos que são comuns, ou deviam ser, a todos os Seres Humanos, é real e não a podemos escamotear. [Read more…]
…é o novo líder da Iniciativa Liberal.
O homem que há uns meses assumiu, com a maior das naturalidades, contrariando assim o que diz a Constituição, que saiu da Sonae pelo próprio pé para não ser despedido por ser candidato político, tem agora a missão de tornar os liberais “mais populares”.
Estaremos sempre nos antípodas, no que ao pensamento político e ideológico diz respeito, mas desejo-lhe boa sorte – até porque a opção “Carla Castro”, nem tanto pela própria mas por quem a ela se colou, era (ainda mais) perigosa (para o partido e para o país).
Agora, e como já avisou, começa a purga.
Rui Rocha. Fotografia: Paulo Spranger/Global Images
Nota: diz a Constituição que “Ninguém pode ser prejudicado na sua colocação, no seu emprego, na sua carreira profissional ou nos benefícios sociais a que tenha direito, em virtude do exercício de direitos políticos ou do desempenho de cargos públicos”.
Lavagem de roupa encardida, acusações de traição e portas trancadas para a votação: assim está a ser convenção para eleger o novo CEO liberal.
Já sabem: quando a IL chegar ao governo, nada de ir lanchar ou mijar no horário da votação. Esta gente não confia nela mesma, devemos confiar neles?
O consumo foi descriminalizado, mas não despenalizado. Consumir substâncias psicoativas ilícitas, continua a ser um ato punível por lei, contudo deixou de ser um comportamento alvo de processo crime (e como tal tratado nos tribunais) e passou a constituir uma contraordenação social. [sic](fonte: SICAD)
Não sei se os senhores do Porto, o Nosso Movimento, do PS Porto e do PSD Porto conhecem a lei, mas convinha, antes de fazerem e/ou aprovarem propostas populistas de perseguição e opressão, lerem o que já está estipulado na mesma para não fazerem figuras de antas.
O consumo de certas substâncias já é punível por lei, caso o mesmo seja feito na via pública. Um cidadão pode estar na posse de x gramas de y substância psico-activa, sem que isso constitua um crime; o consumo na via pública também não é criminalizado, mas é punível (em primeira instância, como uma contra-ordenação em que o cidadão é instruído a apresentar-se na Comissão Para a Dissuasão da Toxicodependência – caso re-incida, poderá ter penas acessórias de trabalho comunitário a que poderão acrescer multas). [Read more…]
Imagem retirada do Instagram.
Há relatos de professores multados por trazerem mochilas ao colo ou por estarem a comer dentro do autocarro. Há autocarros que pararam em mais do que uma operação stop.
Eu, que tantas vezes andei de autocarro, nunca vi uma única operação stop a autocarros que saíssem de Lisboa para o Porto, nem do Porto para Lisboa. Já vale de tudo para tentar melindrar quem, há anos, luta por melhores condições e reivindica a justiça para a sua profissão. Quando, em Brasília, se fala do alinhamento dos militares com os vândalos, não se espera que em Portugal a GNR e a PSP se aliem também aos vândalos para tentar destruir a democracia: neste caso, os vândalos são o Governo português, a direita à direita do PS e a extrema-direita.
Os Governos do PS sempre tão lestos na tentativa de criminalizar as greves e os grevistas, têm o desplante de se dizerem de esquerda, terem socialista no nome, enganando incautos, terem liberalizado a economia portuguesa e privatizado anéis e dedos, desde 2019 que querem macronizar a política portuguesa; e ainda se ofendem muito quando alguém de esquerda lhes diz, com propriedade, que de esquerda é que o PS não é. São iguais aos liberais e dão combustível aos proto-fascistas.
Votaram nisto? Agora aguentem, lidem com isso e tentem não se deixar enganar da próxima vez. A única esquerda está à esquerda do PS (mesmo que neste caso, os sindicatos afectos ao PCP mostrem conhecer o dono e entrem na estratégia de tentar sectarizar uma luta de todos os profissionais da educação, dando combustível a este des-governo que dá combustível à extrema-direita).
Vocês são todos muito inteligentes.
Fotografia retirada do jornal Público
João Miguel Tavares sugeriu, no sítio onde escreve, que “num sistema democrático a polícia deve ter a possibilidade de usar força letal”, referindo-se à invasão, por parte dos apoiantes de Bolsonaro, dos edifícios dos Três Poderes e afirmando que, na sua visão, a polícia, a tal que até foi conivente com o desenrolar dos acontecimentos, deveria ter o direito de atirar a matar sobre os terroristas.
Assim mesmo, olho por olho. Dente por dente. Puxar cabelos e lutar na lama. Igualarmo-nos a quem queremos combater.
Ora, João Miguel Tavares diz-se liberal mas, como liberal que diz ser, parece não ter percebido que, num sistema democrático (e liberal), deve acontecer exactamente o oposto do que diz (isto é, a polícia não poder usar força letal, a não ser em casos em que a própria vida do profissional da polícia ou de terceiros seja colocada em perigo). A Lei e a Constituição, pelo menos a portuguesa, são muito claras a esse respeito. Não conheço os meandros da Constituição brasileira, mas com certeza também será directa e sucinta em tal aspecto. Os terroristas bolsonaristas que destruíram tudo o que se atravessava no seu caminho, durante os tristes acontecimentos do último Domingo, hão-de ser julgados dentro dos trâmites da Lei; sem fuzilamentos ou execuções sumárias. A vida não é o ‘Inglourious Basterds’.
Já João Miguel Tavares, dizendo-se um liberal, começa a amealhar demasiadas opiniões que o colam aos miguelistas ou não fosse ele um Miguel.
Fotografia: Orlando Almeida/Global Imagens
Paulo Macedo, da Caixa Geral de Depósitos (CGD), antigo ministro da saúde do governo da Troika, está na RTP1 em conversa com Fátima Campos Ferreira.
Numa altura em que indemnizações milionárias a gestores públicos são tema de conversa, seria relevante perguntar ao Presidente Executivo da CGD o porquê de a Caixa ter pago, em 2018, 951 mil euros a um administrador para se ver livre dele.
Gostaríamos todos de saber.
No seu discurso de ontem, reagindo à barbárie que os apoiantes de Bolsonaro impuseram em Brasília, Lula da Silva chamou à extrema-direita aquilo que ela é: neo-fascistas de trazer por casa. Logo se levantaram, inconformamos, os empedernidos liberais do extremo-centro, dizendo que as declarações do presidente brasileiro polarizam e acicatam a reacção.
Esta posição é, apenas, e na verdade, mais uma das infindáveis tentativas de colar a extrema-direita à esquerda, quando sabem perfeitamente que o que está em causa não é uma questão de extremos, mas sim de fascistas versus democratas. Esta estratégia de fazer equivaler a esquerda, fundamentalmente social-democrata, à extrema-direita racista, xenófoba, homofóbica e corrupta é antiga, foi recauchutada e colhe hoje os seus frutos. Mas não há equivalência possível entre quem defende os pressupostos constitucionais que regem uma democracia e aqueles que, inscientes, a querem destruir, começando por corroê-la a partir de dentro, para depois extravasarem e passarem à violência declarada contra as Instituições democráticas. Em Portugal sucede o mesmo, sobretudo depois da entrada declarada da extrema-direita na Assembleia da República: a tentativa de colar o Chega, representante dessa direita retorcida e podre de bolor, aos partidos representantes da esquerda tradicional, como o Bloco de Esquerda e o Partido Comunista, partidos que, quer se queira quer não, quer se goste ou não, nunca tiveram um projecto político de destruição da ordem constitucional e democrática. A estratégia, diga-se, é igual aqui, no Brasil, na Espanha, na França ou na Itália.
Ao Brasil, aos democratas brasileiros, da direita moderada à esquerda, que não se revêem em tais actos e respeitam a democracia, vai daqui toda a minha solidariedade e a vontade de que esses insurrectos fascistas sejam postos no seu devido lugar: na cadeia.
Viva o Brasil. Vivam os brasileiros.
Fotografia retirada de: Revista Veja
Em Portugal, a direita representada por Iniciativa Liberal, CDS-PP e Chega, torceu para que Bolsonaro vencesse. Do filho de Paulo Blanco, passando pelo Ventura original e acabando no Ventura do Chega, os reaccionários sempre desejaram que isto acontecesse.
Tanto em 2018, quando Jair Bolsonaro venceu as eleições a Fernando Haddad, como agora em 2022, alguns representantes da direita portuguesa, dos liberais aos democratas-cristãos, tinham muita dificuldade em “escolher um lado”, para não assumirem, claramente, que votariam em Bolsonaro; já a extrema-direita, representada por André Ventura, nunca escondeu: Bolsonaro ou a guerra civil.
O resultado está à vista e sabemos a intenção futura: importar este tipo de caos para Portugal. É preciso chamar os bois pelos nomes: são neo-fascistas, mais ou menos assumidos. E não passarão, se nos impusermos já.
Imagem de: Tomás Nery
Fotografia retirada do Instagram de: Bloco de Esquerda
Assinalam-se hoje, dia 8 de Janeiro de 2023, 13 anos desde que a Assembleia da República aprovou e legislou o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Em 2010, uma das lutas mais antigas do Bloco de Esquerda foi aprovada com os votos a favor do próprio partido, do Partido Socialista, do Partido Comunista Português e do Partido Ecologista “Os Verdes”. O Partido Social-Democrata e o CDS-PP votaram contra, sendo que sete deputados/as do PSD se abstiveram e duas deputadas independentes do PS votaram contra.
Os direitos não são eternos, conquistam-se e, se não houver zelo, num instante os perdemos. É, então, necessário mantermo-nos alerta e não deixar que as forças reaccionárias de direita revertam os direitos sociais que foram conquistados nos últimos 20 anos.
Voltamos a estar numa situação em que forças extremistas de direita querem usurpar o Estado de Direito para si, para assim o poderem destruir para criar outro em que o Direito não dite leis fundamentais.
Se a votação decorresse hoje, seria novamente aprovada, como é óbvio. Perante a nova conjugação de forças, é sabido que os que aprovaram a lei em 2010 (BE, PS e PCP), a voltariam a aprovar. Não é linear, hoje, a posição do PSD, uma vez que nos últimos anos vários militantes e figuras de proa do partido assumiram, em público, a sua homossexualidade; mas desconfio que se absteriam. O CH votaria contra, ocupando o lugar do CDS. E a IL, apesar de alguns movimentos conservadores dentro do partido, votaria a favor, tal como o PAN e o Livre.
Mas, por muito que a aferição nos diga que, hoje, a posição talvez saísse reforçada, há tendências da sociedade cada vez mais extremistas que nos fariam questão de lembrar que, para além dos ciganos, das gajas e dos pretos, os gays são um dos maiores problemas da sociedade.
Zelemos pelos nossos direitos e digamos a quem ainda não se habitou: é lidar.
Nos últimos dias enquanto funcionário público, o CEO da Iniciativa Liberal cumpriu a promessa de tornar os liberais mais “populares”: agora chama-se Quim.
Fotografia: Carlos M. Almeida/LUSA
Foi a votos, hoje, uma moção de censura apresentada pela Iniciativa Liberal.
Como era expectável, a moção chumbou, ou não bastassem os deputados eleitos pelo Partido Socialista, em maioria, para a moção não passar. Com os votos contra do próprio partido do Governo, do Partido Comunista e as abstenções do Partido Social-Democrata, do Bloco de Esquerda e do Partido Animais e Natureza, só o proponente da moção, a IL, votou a favor, juntamente com a extrema-direita, representada pelo Chega.
Rui Rocha, deputado liberal e candidato à liderança da IL. Fotografia: António Pedro Santos/LUSA
Fazem-se acordos e demissões.
Não há dinheiro para as Habitações.
O Pedro Nuno já ninguém atura,
Metam o Galamba na Infra-estrutura.
Há para o menino e para a menina,
Mas quem é esta Marina?
Mas que o socialismo é esse?
É o caciquismo do PS.
Divide-se o ministério em dois
e há mais jobs para os boys.
Ainda em 2022, depois da cadeia de hiper-mercados alemã Lidl se ter aproveitado de uma causa social para flechar o coração mole dos seus clientes, através de publicidade em folhetos, escrevi um texto criticando esta nova moda de empresas cotadas em bolsa, que vivem do lucro, usarem causas sociais para tornarem os seus produtos mais apelativos e a sua marca mais “trendy” (como se diz agora).
Durante a época natalícia, várias operadoras de telecomunicações decidiram apropriar-se do tema da saúde mental, usando tal flagelo como forma de vender mais pacotes de televisão e internet. Muita gente aplaudiu, centenas e milhares de partilhas nas redes sociais e as operadoras a passar a imagem de boas samaritanas do bem-estar físico e psicológico.
Já trabalhei num call-center de uma das operadoras. Ao ver o anúncio, torci o nariz. “Saúde mental?” – questionei-me. “Mas o publicitário que fez o anúncio já entrou nalgum call-center desta operadora?”. Claramente, não.
Hoje, é notícia um antigo trabalhador de uma destas empresas, Rui Oliveira, que relata a sua história ao Expresso: Rui, que sofria de ansiedade e depressão, foi despedido da empresa com a justificação de que os trabalhadores de tal empresa… “não podem sofrer de ansiedade ou depressão”. Quando as empresas de capital, cotadas em bolsa, são vistas como “boazinhas” por conta de um anúncio, cheira-me sempre a esturro. Ver as pessoas alienadas a adorar estas empresas por uma ”boa acção”, soa-me sempre ao vilão da Disney ou da Marvel, que engendra um plano maquiavélico, mascarando-se de “pobrezinho”, para a seguir destruir tudo e conquistar o Mundo.
Não se enganem: as empresas vão continuar a aproveitar-se de causas sociais para vender. E vão continuar a despedir pessoas que não tenham o “mindset” apropriado… toda a gente sabe que quem está deprimido, não está disposto a fazer “networking” para depois acabar num “rooftop” a beber um “drink” com os ”workmates”.
Rui. Foi despedido de uma empresa de telecomunicações por ter ansiedade e depressão.
Imagens: jornal Expresso
A social-democracia de mão estendida.
Ao fim de sete anos no Governo, Pedro Nuno Santos saiu. E saiu pela porta pequena. Depois de herdar uma das pastas mais difíceis, sabia-se, de antemão, que Pedro Nuno Santos ou faria um excelente trabalho ou um péssimo trabalho. Fez um péssimo trabalho. Entrou de peito feito, a prometer fazer tremer as pernas aos “banqueiros alemães” e saiu de pernas a tremer, com a Ferrovia em condições cada vez mais precárias, a TAP em piloto automático à espera de se despenhar e a Habitação pela hora da morte.
Apontado como um putativo sucessor de António Costa no PS, Santos nunca se afastou dessa hipótese, bem pelo contrário, dando-lhe força e arregimentando apoios nas bases do PS. Tal facto irritou, e continua a irritar, de sobremaneira, António Costa. Se o Primeiro-ministro é um político audaz, experiente e oportunista, Pedro Nuno Santos é o miúdo impertinente, com vontade de chegar aos lugares mais altos e desbocado que foi fazendo frente, umas vezes de forma assumida, outras com vergonha, ao líder social-democrata do PS. Prova disso foi a decisão, em nome próprio, sobre o novo aeroporto de Lisboa. E, desde então, PNS estava no fio da navalha, à espera de um novo “caso” que o obrigasse a sair pelo próprio pé. [Read more…]
Em entrevista a Piers Morgan que sairá amanhã, Pedro Nuno Santos critica o seu anterior clube e diz que o cozinheiro do PS ainda é o mesmo do tempo do engenheiro Sócrates.
O novo Governo de Israel, novamente chefiado por Benjamin Netanyahu, que venceu as últimas eleições em coligação com forças ultra-sionistas de extrema-direita, pretende alterar as leis fundamentais do etno-Estado israelita para poder incluir em funções governativas um político condenado por corrupção.
O Governo israelita pretende fazer aprovar leis que mudem o carácter do Estado, tornando-o mais favorável aos políticos, dando-lhes ainda mais poder, ao mesmo tempo que pretendem aprovar leis que retirem direitos às mulheres, aos homossexuais e aos judeus ortodoxos. Uma destas leis diz respeito à possibilidade de antigos políticos condenados por corrupção, poderem vir a ser governantes. Na verdade, esta lei já se encontra, em parte, em vigor, caso a pena a que o condenado tenha sido sujeito tenha efeitos suspensivos.
Esta lei, chamada “Lei Deri”, foi feita à medida do político ultra-ortodoxo Arye Deri, condenado por fraude fiscal e que está a ser, hoje, indicado para Ministro das Finanças do Governo de Benjamin Netanyahu.
Para além disto, o governo sionista de extrema-direita israelita, pretende alargar a ocupação dos Territórios Palestinianos Ocupados, com particular incidência sobre a Cisjordânia, não só mantendo, como expandindo a invasão na Palestina e aumentando a repressão sobre os palestinianos.
Depois de décadas de terror a que o povo judeu esteve sujeito às mãos do nazismo e do fascismo europeus, a criação do Estado étnico de Israel, em terras outrora pertencentes à Palestina, trouxe à luz da realidade a radicalização, à direita, daqueles que se dizem representantes da religião judaica, num país onde nem todos os judeus são sionistas ou em que nem todos os israelitas são judeus. Assim, prova-se, Israel estará, sempre, condenado ao fracasso, enquanto Estado – e só continuará a sobreviver com o apoio e a conivência dos Estados Unidos da América e da União Europeia.
Aryeh Deri, Benjamin Netanyahu e Bezalel Smotrich no Parlamento em Novembro. Fotografia: RONEN ZVULUN/REUTERS
Imagem retirada de: distribuicaohoje.com
No última dia sete deste mês, a MC, empresa que agrega o grupo Sonae, dona do Continente, Meu Super ou Go Natural, comunicou a intenção de atribuir mais 500€ ao salário de 36 mil trabalhadores, num investimento a rondar os 15 milhões de euros. Aquilo que parecia ser um apoio extraordinário para mitigar os efeitos da inflação na carteira dos trabalhadores, afinal não o é.
Em declarações ao site NiT no passado dia 9 de Dezembro, fonte da empresa MC afirmou que este apoio suplementar, no princípio apresentado como uma ajuda para “mitigar os impactos sentidos no custo de vida, proporcionando um Natal melhor para todos”, vai chegar aos trabalhadores do grupo Sonae… através de um cartão criado especialmente para o efeito e que obrigará os trabalhadores a… gastarem o apoio de 500€ no Continente (Continente, Continente Modelo e Continente Bom Dia, Continente Online, Bagga e supermercados Go Natural).
Significa, portanto, que o apoio suplementar não é um apoio… é um empréstimo. Os mais de 15 milhões investidos pela Sonae nesta medida vão retornar… à Sonae. Tirem o cavalo deste temporal os trabalhadores que achavam que iriam poder pagar a conta da luz, da água ou explicações escolares aos filhos, por exemplo.
Lembram-se daquela ideia mirabolante, que nem um José Está Lindo Pino Ché pós-moderno teria, do líder da extrema-direita portuguesa, André Ventura, aquando da atribuição de 125€ por parte do Estado? Essa do “nada de gastar em putas e vinho verde”? É basicamente o mesmo que a Sonae está a impor aos seus trabalhadores… só que estes, não podendo gastar em putas, podem sempre comprar vinho verde… se for no Continente.
Quando a esmola é grande, o trabalhador deve sempre desconfiar. E quem dá e volta a tirar…
Já não era sem tempo que algum partido com assento (que não é um bidé) parlamentar pegava no tema do flagelo que é ter um bidé em casa, esse vaso sanitário onde gente pobre lava o rabo, o escroto e o pé.
Urge, então citar um trecho de um lindo poema, entitulado “Rabo, escroto e pé”:
“O meu coração sofre,
Por tu não enxergares
Que eu necessito
De lavagens parcelares.
Entre um duche e outro,
Há várias limpezas
Que eu tenho de fazer
Às minhas miudezas.
Rabo, escroto e pé
É o que eu lavo no bidé.
Resiste a qualquer escrutínio:
O asseio do meu períneo.”
O poema, cantado, no vídeo abaixo:
Numa proposta de alteração ao Orçamento de Estado para 2023, a Iniciativa Liberal (IL) sugeriu a criação de apenas dois escalões, em vez dos seis existentes em 2020 (agora são nove, em 2023).
Mas, diz a Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) que “a variação da receita de IRS no Continente em 2020, caso a proposta da IL substituísse a redação do art. 68.º do CIRS em vigor nesse ano, atingiria o montante aproximado de –2,9 mil M€, cerca de 22,8%”. Foi a própria IL que pediu este parecer, por via da Comissão Parlamentar de Orçamento e Finanças.
O parecer esclarece que, caso a proposta da IL estivesse em vigor já em 2020, as finanças públicas sofreriam um rombo de 3.000 milhões de euros. Milhares de milhões que já não são totalmente aplicados na Saúde, na Educação ou na Habitação e que, caso a IL conseguisse pôr na Lei a sua proposta, ficariam ainda mais calvos de meios e profissionais.
A vida adulta, confirma-se, é bastante diferente da adolescência arrebatada que levou a IL a eleger um deputado em 2019 e oito em 2022. Como se viu no Reino Unido, os choques fiscais trazem mais problemas (nomeadamente aos pobres e à proclamada classe “média”) do que benefícios à maioria dos cidadãos (como se aferiu pela situação britânica, há uma minoria que, certamente, lucraria com isso – por isso parem lá de dizer que a Direita não respeita minorias).
Por fim, noutra notícia, datada de 9 de Novembro de 2022, mas que se relaciona: “IRS reduziu desigualdades em 12% em 2020”. Segundo noticia o Jornal de Negócios, uma “análise inédita com base em microdados da Autoridade Tributária mostra que o IRS é um instrumento poderoso de redução das desigualdades de rendimento. Mas mostra também que os rendimentos mais altos estão concentrados numa fatia pequena da população.” Comprova-se, portanto, que a realidade liberal não é a realidade factual e que os ataques dos ultra-liberais à progressividade fiscal não são mais do que um ataque a um dos melhores instrumentos de redução das desigualdades entre a população.
O que importa, pois, não é, então, eliminar a progressividade e adoptar apenas dois escalões, beneficiando quem arrecada mais ao final do ano, mas sim tornar essa progressividade mais justa entre escalões e mais abrangente.
O ainda líder dos liberais diz afastar-se da liderança para “tornar a IL mais popular”.
Ser popular… ou ser populista, Cotrim de Figueiredo?
Ps. Como não poderia deixar de ser, as principais figuras da IL já se predispuseram a acusar a UTAO de ignorância por essas redes sociais fora. O “complexo de deus” tem destas coisas.
“Por este rio acima”, sexto álbum de Fausto, comemora 40 anos de existência.
Editado a 19 de Novembro de 1982, é o sexto álbum de Fausto, sendo o primeiro álbum de uma trilogia chamada “Lusitana Diáspora”, que inclui ainda “Crónicas da Terra Ardente” (1994) e “Em Busca das Montanhas Azuis” (2011).
Inspirado nas viagens de Fernão Mendes Pinto relatadas em “Peregrinação” (1614), contraria a obra no sentido em que Fausto nunca saiu de Lisboa para compor o disco e sendo a viagem do cantautor uma viagem interior, em que o seu “eu” desflora o país que o rodeia e as tormentas do seu povo.
Editado pela Triângulo da Sassetti, produzido por Eduardo Paes Mamede, escrito, composto e interpretado por Fausto, com a companhia de Júlio Pereira, Pedro Caldeira Cabral e Rui Júnior, o disco “Por este rio acima” será, para sempre, um marco na cultura popular portuguesa.
Fausto Bordalo Dias nasceu em 1948 no interior do navio “Pátria”, algures entre Angola e Portugal.
Fotografia: Manuel Castro
C’est vraiment trop injuste… — Calimero *** Não pretendo meter foice em seara alheia, pois há abundante literatura acerca do fenómeno de não se aceitar um resultado negativo, na perspectiva de, obviamente (o obviamente é, por definição, indiscutível), sermos os maiores e, logo, se perdemos, como somos os maiores, é claro que fomos prejudicados por algum […]
Como escreve Natalie B. Compton, “um urso fez uma pausa para uma extensa sessão fotográfica“. Onde? Em Boulder, CO, nos Estados Unidos da América.
N.B.:
Ah!, saudade. Até uma ou outra nota semitonada tem outro encanto.
Debate político entre Aventadores. A Esquerda, a Direita, e não só.
A actualidade em análise com as opiniões dos participantes no Aventar sobre a actualidade.
Debate sobre política, sociedade, actualidade, entre outros.
As músicas escolhidas pelos participantes do Aventar com espaço para entrevistas e apresentação de novas bandas, tendências e sonoridades.
Aqui reinam as palavras. Em prosa ou poesia. A obra e os autores.
e comprou-lhe um imóvel a preço de custo, após investimento de 340 mil euros da autarquia. Serão Carreiras e Pinto Luz os mais recentes avençados do PCC?
Discordo. Os *aspetos nunca são positivos.
Quem foram os 1,7% de militantes Cheganos que não votaram no querido líder André Ventura e quando é que devem ser empurrados de um penhasco?
Hoje, por causa de umas pipocas, lembrei-me das melhores da minha vida (com manteiga), comidas em Show Low, AZ, no regresso de Fort Apache. Entre Show Low e Holbrook, há uma terra chamada Snowflake.
agora fazei o favor de ler o artigo do Henrique Burnay, no Expresso. Totalmente grátis.
li por aí que uma liberal acusou a IL de ter uma espécie de familygate na estrutura do partido. Estou chocado (NOT).
e até o sniper que queria abater o Marcelo foi apanhado. As forças de segurança funcionam, os juízes é que não querem prender larápios. Investigue-se.
Sabem quem é, no tal Conselho Estratégico Nacional do PSD (uma invenção do Rui Rio e que o Montenegro foi atrás) o responsável pela área da Cultura ? Por aqui vi tudo. Além do CV que está aqui, é comentador de bola num programa da CMTV.
Há um provérbio turco que reza assim “Se meteres um palhaço num palácio ele não se transforma num príncipe, mas o palácio transforma-se num circo”.
Parabéns Dr. Luís Montenegro!
Exército Americano estima que o plano climático custar-lhes-á mais de 6,8 mil milhões USD em 5 anos. Só podem estar doidos, a gastarem dinheiro em algo que não existe.
Ariana Cosme e Rui Trindade escrevem, hoje, dia da manifestação dos professores em Lisboa: «Está na hora de se reconhecer que este Governo e este ministro são, afinal, os melhores interlocutores que os professores e os seus sindicatos poderiam ter.»
diz o Der Terrorist.
Isto não é a Ribeira. E o <i> de Fontainhas não leva acento. É como o <i> de ladainha, rainha, grainha, etc. Siga.
“As autoridades *diz que sim”. Se as autoridades *diz que sim, estou mais descansado. Menos bola, menos precipitação, menos espectáculo, menos propaganda (“está a ser reposta a normalidade”…) e mais rigor, sff.
Nos últimos dias enquanto funcionário público, o CEO da Iniciativa Liberal cumpriu a promessa de tornar os liberais mais “populares”: agora chama-se Quim.
conduzido pelo Daniel Oliveira. O artigo no Expresso é aberto e merece ser lido.
o Presidente da República promulga o OE2023. Mas faz mal. Faz muito mal.
Em entrevista a Piers Morgan que sairá amanhã, Pedro Nuno Santos critica o seu anterior clube e diz que o cozinheiro do PS ainda é o mesmo do tempo do engenheiro Sócrates.
Se a renúncia ao cargo na TAP nos custou meio milhão, nem imagino a factura que virá com a demissão do governo. Que tal criar um imposto para acautelar o próximo job?
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