Liberdade de expressão e galopes de estado

Nem imaginam o gozo que me deu isto:

A Procuradoria-Geral da República (PGR) anunciou hoje que não vai abrir qualquer inquérito com base nas declarações feitas por Otelo Saraiva de Carvalho a propósito das manifestações de militares, “a não ser que factos posteriores o justifiquem”. in Público

depois de ter escrito ontem mais ou menos o mesmo: há leis parvas, o artigo 326º do Código Penal, pela sua inutilidade óbvia , ultrapassa todos os limites. A menos que a ideia tenha sido a de muito simplesmente violar a liberdade de expressão (alteração violenta do Estado de Direito pode muito bem ser lido como defender uma revolução, por exemplo), desconfio que foi mesmo.

Ou seja, só pela sua designação, vários partidos políticos portugueses seriam imediatamente extintos, numa golpada semelhante à que tem afastado os independentistas bascos de processos eleitorais, e a ideia era essa, não era?

Não houve foi até hoje condições políticas para a aplicar mas a nossa direita desde que foi vítima de um golpe de estado seguido de um processo revolucionário que não sonha com outra coisa (esquecendo-se de que chegou ao poder através do 28 de maio, uma verdade agora muito inconveniente).