DEPENDÊNCIAS

 

Há uns anos, aquando de uma greve de camionistas, muitas pessoas ganharam consciência de alguns dos perigos deste mundo em rede que temos vindo a construir. Ao fim de alguns dias de greve, as prateleiras dos supermercados começaram a esvaziar-se pelo país fora, produtos essenciais esgotaram, a gasolina faltou nos postos de abastecimento, os transportes individuais foram abalados, etc., etc.

Nessa época já o mundo funcionava em rede, já os consumos pouco tinham de produção local ou de proximidade, já nos pratos nacionais repousava na mesma refeição um bife irlandês, batatas francesas, cebolas espanholas, tomates italianos, pimentos sul-americanos e, enfim, uma alface portuguesa, mas estávamos todavia num mundo predominantemente analógico em que ainda viviam mais pessoas nos campos do que nas cidades e o digital não reinava como hoje.

A situação evoluiu e a dependência em rede aumentou.

A escalada previsível de ataques cibernéticos, de que é exemplo o agora sofrido pela Vodafone, devia preocupar-nos e alertar-nos.

Não se trata de saudosismos bucólicos ou de propôr regressos a passados idílicos e românticos. Um ataque a uma única empresa acarreta reacções em cadeia que implicam a paragem forçada de outras empresas, a falta de resposta de transportes, ambulâncias paradas, serviços hospitalares que não funcionam e por aí fora, até, num absurdo não tão absurdo, à paralisação total.

Bem sei que há quem esteja encarregado de fiscalizar, precaver, evitar, reagir e corrigir, mas trata-se de um jogo entre o gato e o rato em que os hackers fazem de ratazanas.

O problema é que, além de fugirem sempre à frente do gato, volta e meia é o próprio gato que lhes serve de refeição.

Nebuchadnezzar descarrega EMP no site da UGT

UGT

(site da UGT depois do ataque informático desta noite)

Há “rebeldes” chateados com o líder da UGT. Ser funcionário (e assalariado) de uma instituição tão importante para a matrix como o BES é um fardo pesado. Principalmente quando se trata de um líder sindical que aceitou renegociar com o governo, propostas referentes a alterações ao Código do Trabalho, recentemente chumbadas pelo TC. Propostas de popularidade muito questionável…

Será que o forçaram a tomar o comprimido azul?