O pedófilo do Colégio Militar


Impressionante a reportagem da «Sábado» desta semana com um pedófilo em prisão preventiva que assume todos os seus crimes. Jovem advogado da «Teixeira Duarte», chegou a inscrever-se em colónias de férias, como monitor, para poder estar mais perto das crianças. O uso de clorofórmio como forma de adormecer as suas vítimas tornava-o especialmente perigoso.
O que mais impressiona neste caso, para além da confissão total, é a educação deste rapaz. Filho de um militar, passou os primeiros anos no Colégio Militar e, depois, fez todo o ensino básico e secundário num colégio interno para rapazes. Não vou dizer que a sua pedofilia se deveu a este contacto íntimo com rapazes durante tantos anos, mas decerto que ajudou. Foram muitos anos de fardas, de camaratas e pijamas, de balneários, duches e sabonetes a cair ao chão.
Seria pedófilo na mesma? Certamente que sim, mas o ambiente em que viveu toda a infância e adolescência só ajudou a incrementar essa sua faceta. Porque, quer se queira quer não, um colégio interno é das coisas mais anti-natura que se podem conceber na educação de uma criança. É pegar numa criança e enfiá-la numa prisão durante os melhores anos da sua vida. É tirar-lhe tudo.
E, em casos como este, os resultados estão à vista…