Ponto prévio: a primeira de todas as Isabéis é a minha avó, que aparece aqui fotografada num dos seus muitos esplendores.
Não sou insensível a contos de fadas, até porque fazem parte da minha formação, sendo que, a partir de dada altura, tive de fazer um esforço para que não fizessem parte da minha deformação.
Não aceito, de qualquer modo, que esses contos de fadas sejam queimados em autos-de-fé politicamente correctos, porque também não me passa pela cabeça que as pirâmides egípcias sejam arrasadas para que os escravos ou os crentes (outra maneira de se ser escravo) que as construíram sejam compensados pelas vidas que perderam mesmo antes de morrer. É preciso aprender a viver com contos de fadas.
A rainha Isabel II, falecida de fresco, e a sua família fizeram parte de um conto de fadas com pessoas reais, que acompanhei na minha infância, em fotografias de jornais e de revistas cor-de-rosa. Como qualquer romântico incurável, maravilhei-me com casamentos que pareciam ter trazido os filmes da Disney para a realidade.
Depois, cresci devagarinho, descobrindo a humanidade dos divórcios, a inevitável fealdade da política (que não a torna menos necessária) e o parasitismo de mais uma família que era também uma atracção turística. [Read more…]
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