O Brasil em Lisboa


No verão e antes da praia, os passeios fazem-se à beira Tejo, aproveitando para conhecer melhor as magníficas perspectivas que a cidade de Lisboa apresenta quando é vista do sempre esquecido, ou desprezado rio. Para oriente, as decrépitas edificações que a gente da Câmara Municipal quer alienar em benefício do betão dos condomínios estrangulados por rodoviárias e carris de um indesejado TGV que qual charrua, arará várias léguas de terra construída há séculos. Pouco importará a liquidação de Xabregas e antigos vales pontilhados de quintas onde ainda se descobrem palácios que viram dramas familiares e festas de estalo. Para os senhores do momento, as festas são outros e os estalos, esses, merecê-los-iam nas suas luzidias faces.

Para ocidente, as antigas glórias da expansão. Dúzias e dúzias de vezes os mesmos percursos, e os mesmos edifícios onde há sempre algo de novo que pensei jamais ter visto.

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O zumba no caneco…

Estes rapazes e raparigas de capa e batina, com instrumentos musicais a tiracolo, com as as capas no chão a pedirem dinheiro para uma qualquer viagem de  curso, cheiram-me a carnaval, a “fazer de conta”, aquilo não é nada para arranjar dinheiro para uma viagem.

Hoje no Mosteiro dos Jerónimos lá vi uma “Tuna académica” e fiquei com a ideia que é de uma das novas Universidades, há por ali muita novidade quanto à vestimenta, parece que sairam do atlier da Ana Salazar, barretes, casacas à maneira, botas a condizer. Cheira-me a fim de semana bem passado, com uma noitada no Bairro Alto e umas quecas longe das vistas .Estamos a melhorar, até agora o que se via (na mais bela praça do Mundo) eram excursões de gente da terceira idade, garrafão na mão e uns petiscos de fazer água na boca, saboreados entre os belos jardins e àrvores frondosas.

Mas, estava eu, com a “tuna”, os rapazes e as raparigas têm um grande orgulho em serem alunos universitários e tocarem um qualquer instrumento porque não fraquejam, não desistem, não param um minuto que seja. E, ali estão, com o pézinho a dar para o lado compassadamente, e nem se apercebem do alívio na cara dos turistas quando se vêm livres deles.

É que visitar o mosteiro com aquelas dezenas de pessoas à nossa frente é penitência suficiente!