Vou mostrar-te como eu era

Naquilo a que agora se chama “redes sociais” encontra-se a cada passo quem utilize como imagem para o seu perfil uma foto da infância. E já ninguém se espanta quando, ao descobrir um amigo ou conhecido nesses espaços virtuais, se depara não com o quarentão que conhece mas com um rapazito sardento e de franja, com vagas semelhanças com aquele que virá a ser.

Recuperadas para um espaço que não é o seu, surgem sempre um pouco tristonhas, essas imagens dos anos sessenta ou setenta, quando não mais antigas, como se se envergonhassem dos calções tão fora de moda ou das trancinhas ingénuas. Estão como peixe fora de água, acabrunhadas por terem sido arrancadas das gavetas ou dos álbuns que as avós foram guardando, e trazidas para ali, tantas décadas depois, e em representação de alguém que não reconhecem. [Read more…]