Os exames do Primeiro Ciclo

primáriaReitero o meu agnosticismo face às eventuais virtudes pedagógicas dos exames de quarto ano, em particular, e dos exames, em geral. Por outro lado, não consigo compreender que os eventuais traumas provocados nas crianças (a carecer de demonstração científica) ou que as semelhanças com outros tempos sejam argumentos suficientes para se excluir a realização dos ditos exames. Não nego, no entanto, que o assunto mereça um debate, ainda que menos apaixonado e o mais informado possível, tendo sempre em conta os interesses dos alunos. Parece-me, a propósito, muito equilibrada a reflexão do Mário Carneiro.

Dito isto, a verdade é que, mais uma vez, o Ministério da Educação e da Ciência (MEC), impondo medidas sem pensar nas consequências, confirmou ser o maior problema da Educação em Portugal, o responsável pelo acumular de caos na vida das escolas e das famílias.

Em primeiro lugar, ao obrigar muitos alunos a deslocarem-se à escola-sede do mega-agrupamento (o trambolho logístico), criou problemas acrescidos a pais e directores. Os primeiros, em muitos casos, viram-se obrigados a fazer malabarismos para levar os filhos ou a abandoná-los no local do exame, com horas de antecedência; algumas escolas, por decisão das direcções, perante a irresponsabilidade do MEC, tiveram de pagar transportes a quem não tinha possibilidade de levar os filhos ao exame. É claro que, com a leviandade do costume, Nuno Crato desvalorizou as críticas[Read more…]

Esquerda, direita, exames

O regresso dos exames no último ano do Primeiro Ciclo reavivou fantasmas reaccionários e revolucionários.

Por uma vez, Nuno Crato revelou coerência entre o que defendia como comentador e o que pratica como ministro, ao revalorizar a importância dos exames. Devo dizer que, como simpatizante do comentador e opositor do ministro, não tenho, perante os exames, uma reacção instintiva de adesão entusiasmada ou de repulsa enojada. Antes procurarei reflectir, o que não me parece acontecer com a direita ou com a esquerda, especialmente se parlamentares, porque a Assembleia da República é, demasiadas vezes, palco de coreografias. [Read more…]