Negócio florescente em Maputo, é o da segurança privada. Enormes painéis nas empenas dos edifícios mais altos anunciam serviços de segurança, encontramos empresas de segurança em ruas insuspeitas, cruzamo-nos nas avenidas com jipes paramilitares, confundimos os seus profissionais com polícias se não estivermos familiarizados com os uniformes, espantamo-nos ao vê-los ostentando armas, algemas penduradas na cintura, bastões ameaçadores.
Existem empresas cheirando a dinheiro, brilhando nos seus equipamentos inspirados em filmes americanos, empresas assim assim, empresas modestas, de fardamento surrado, que prestam serviços ao pequeno comércio, seguranças de ministérios ou organismos oficiais, meros cidadãos particulares, alguns uniformizados outros não, a quem chamam guardas, etc, etc.
De vez em quando, à porta de pequenas lojas em pleno dia, deparamos com um guarda armado com algo parecido com canhangulos de aspecto artesanal e anacrónico.
Este modelo securitário, de inspiração sul-africana e bem aproveitado pelas empresas de segurança (muitas delas detidas por europeus e sul-africanos), explora um medo e uma insegurança que nada tem de comparável entre as duas realidades.
Por isso mesmo, à noite, a partir das onze e meia, meia-noite, quando as ruas da cidade parecem absolutamente desertas, encontramos dezenas de homens a dormir encostados a portas e paredes, [Read more…]
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