Francisco José Viegas

Porque reconheço em Francisco José Viegas uma enorme integridade, não posso deixar de reagir a alguns posts que aqui no Aventar têm sido publicados, nomeadamente, este escrito pelo Ricardo Santos Pinto.

Todos temos direito a opiniões próprias. E quase todas as opiniões devem ser respeitadas. Agora fazer extrapolações de alguns factos reais para, expressa e literalmente, se pôr em causa o carácter de um Homem bom, sério e competente, é algo que nos deve inquietar. Assim:

1.- No ajuste directo em causa, a empresa adjudicatária denomina-se “Ideias e Conteúdos – Produções em Comunicação – Sociedade Unipessoal, Lda”., que, como a própria firma diz, tem apenas um sócio que se chama Ana Paula de Sousa Bulhosa (informação pública disponibilizável em qualquer Conservatória do Registo Comercial).

2.- O montante do ajuste, obviamente, que não foi entregue a FJV, mas sim à empresa adjudicatária que, presumo, com ele deve ter pago os necessários custos de produção (estudos, projecto, deslocações, filmagens, staff, etc.), bem como, garantido a sua legítima margem de lucro.

3.- Sinceramente, não sei nem posso asseverar que 138.600,00€ são ou não exagerados para pagar a produção de 7 documentários (para TV e DVD) de aproximadamente 1 hora cada. O que sei é que, na minha confessada ignorância, o valor em causa não me sugere, sem mais, quaisquer suspeitas.

4.- FJV foi a pessoa escolhida para coordenar e apresentar os referidos documentários. Como não disponho de quaisquer informações privilegiadas, presumo, novamente, que deva ter recebido honorários por tais serviços. O que é natural, normal e legítimo.

5.- Em defesa da verdade, o ajuste foi efectuado pela Direcção Regional de Cultura do Norte e não pela Secretaria de Estado da Cultura ou pelo Ministério da Cultura de então.

6.- O pagamento do montante da adjudicação teve o co-financiamento do Programa Operacional Regional do Norte, da Fundação EDP, da RTPN e das autarquias de Mesão Frio, Peso da Régua, Lamego, Sabrosa, Sernancelhe, Moimenta da Beira, Tabuaço, Mogadouro e Freixo de Espada à Cinta.

7.- A opinião dominante aponta no sentido dos referidos documentários além de possuírem qualidade, proporcionaram à região retorno económico (como resulta de breve procura na net).

8.- Por último, mas de maneira nenhuma menos importante, a decisão de fazer os documentários através da referida empresa estava tomada pela DRCN em Janeiro de 2009; Elísio Costa Santos Summavielle só se tornou Secretário de Estado da Cultura em 31 de Outubro desse ano.