Sócrates tem sido só o PM “socialista” de cariz neoliberal sem precedentes no seu partido. Num pequeno país de economia frágil, ultrapassou largamente as derivas de Tony Blair, o grande autor do ‘New Labour’. As políticas de Sócrates, em 6 anos, deixam para a posteridade muitas mazelas, de que destaco:
- a duplicação do endividamento externo do País;
- a submissão absoluta aos interesses dos grandes empreiteiros e banca através da expansão de negócios de Parcerias Público-Privadas;
- a revogação e a criação de leis laborais muito penalizantes para os trabalhadores – com uma tal intensidade que nem Bagão Félix se atreveu a utilizar;
- a eliminação de direitos dos cidadãos em matéria de acesso a cuidados de saúde e outros benefícios assistenciais;
- a extinção de prestações sociais históricas, como o ‘abono de família’;
- o record das mais altas taxas de desemprego da democracia pós-25 de Abril;
- negociatas e trapalhadas a torto e a direito, umas vezes com a chamada do tio Monteiro à boca de cena, outras com a exposição de ‘boys’ do tipo Rui Pedro Soares.
Todavia, a despeito de curriculum e desempenho sórdidos, Sócrates galvanizou, em euforia, a plateia do Congresso com golpes de baixa política e um apelo de voto útil à esquerda. À esquerda? Que descaramento!
Da demagogia e do talento de Sócrates para o topete, já conhecíamos o suficiente. Dos patéticos sorrisos do veteraníssimo Almeida Santos, também. Da capacidade ‘político-plasticina’ de Jorge Lacão, idem. O que, de facto, me impressionou foi o acéfalo entusiasmo dos militantes que, em delírio e sem ponta de consciência política ou mesmo de respeito por outros candidatos, caucionaram, sem reservas, a nefasta liderança do “engenheiro” que, pelo menos, para a respectiva ordem profissional é falso. Tanto como para a política, acrescento eu. [Read more…]
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