Boris não dá a pata

Fotografia: TOBY MELVILLE / REUTERS

Boris Johnson, primeiro-ministro britânico, dos Tories, foi multado pela polícia, juntamente com o Ministro das Finanças, por ter quebrado as regras impostas por conta da pandemia, nas fatídicas festas de Downing Street.

O primeiro-ministro do Reino Unido terá, agora, de pagar uma multa relativa aos crimes que cometeu, sendo que foi o Governo do próprio a impor as medidas que o mesmo decidiu, voluntariamente, quebrar. Boris Johnson diz que não se apercebeu de que estava a “violar as regras”.

Ou seja, aqui temos um PM que impõe X medidas, espera que a população as siga à risca, mas que depois as quebra porque, diz: “não as conhecia”. Só acredita nisto quem:

1 – For muito inocente;

2 – Fizer parte da cúpula.

Como sempre, é o povo quem anda a “toque de caixa”. Aos governantes, aos poderosos e aos que estão “à margem da lei” mas são protegidos pelos legisladores, nada acontece.

A Boris ficaria bem a demissão. Seja por não ter condições para se segurar no cargo, seja porque traiu o seu povo, impondo medidas que o mesmo decidiu que não se aplicavam a ele.

E, como sempre, só o povo salva o povo. Mas continuaremos nisto enquanto continuarmos alienados com a política do ódio e do medo.

“The best way to scare a Tory is to read and get rich”

Brassed off

Brassed off, lixados, como em pissed off, é um filme duro (parte 1, parte 2) sobre tempos difíceis como aqueles que agora vivemos. O filme tem por fundo o declínio da indústria mineira durante os anos de Thatcher e Major. Passa-se em meados dos anos 90 em “Grimley”, uma versão pouco camuflada da verdadeira  Grimethorpe, aldeia que fora, dois anos antes, declarada pela UE como a mais pobre de Inglaterra. Apesar da crise, os mineiros continuaram a sua  banda de metais, brass, atingindo considerável sucesso. Sem querer estragar o filme a quem o queira ver, destaco apenas o discurso final sobre um governo que destruiu não só uma indústria mas também vidas, a comunidade, os lares, tudo em nome do progresso e por um punhado de tostões.

O vídeo acima, parte do filme, é o adágio do Concierto de Aranjuez de Joaquín Rodrigo, originalmente escrito para guitarra clássica solo mais orquestra filarmónica e aqui adaptado para fliscorno solo (instrumento que usei para me alcunhar) mais orquestra de metais.