Está numa localidade que desconheço: está em direto (com minúscula ???).
António Costa não está em Lisboa
Que comunicação na comunicação de crise em Saúde pública: o papel dos meios de comunicação social (MCS)?
(Autora convidada: Professora Isabel de Santiago, Professora Convidada e Investigadora em Comunicação em Saúde Instituto de Medicina Preventiva e Saúde Pública da Faculdade de Medicina da UL)
Os dias de pandemia vieram trazer à arena da sociedade politica nacional e mundial os dilemas e os paradigmas sobre os quais os investigadores e teóricos da comunicação em saúde (CS) se debruçam diariamente: sejam em planos de intervenção para reduzir risco em situação epidémica ou pandémica ou, numa esfera mais caseira, na politica de promoção da saúde e prevenção da doença (PSPD), cujo exemplo mais elevado e recente é o do Governo Regional dos Açores, criando um inteligente pilar de desenvolvimento (humano). Veremos aqui, como se desenharam e desenham os caminhos dos MCS.
Nos últimos 50 anos do século XX, desenharam-se grandes teorias de CS que se atravessaram de forma corajosa e invadindo de forma avassaladora os mundos encriptados das ciências da saúde, da medicina, da psicologia, até da enfermagem. A comunicação em saúde não é senão a maior e melhor ferramenta da saúde pública. Pensarmos que todos têm competências para, começa por ser o erro número um. E o erro número 2, e o maior deles, tomar esta área científica como um arremesso de instrumentalização política. O que se aprendeu no terreno com a doença por vírus Ebola, em países lusófonos, dos quais destaco todo o território da Guiné Bissau1, foi literalmente esquecido com esta pandemia da SARS-CoV2. Ela veio mostrar como a sociologia comportamental dos políticos e a psicologia de determinados egos destruiu aquilo que deveria ser uma mensagem chave singela para os diferentes públicos-alvo, considerando as diferentes idiossincrasias regionais deste País, verdadeiramente vulneráveis. Sem acesso a nada: internet, satélite, televisão por cabo, SMS, jornais ou o que queiram. Os povos deste país, são pobres. São humildes. Sofrem de uma elevada iliteracia em saúde e os maiores responsáveis são os agentes políticos que (des)comunicam saúde para se ouvirem e (des)informarem os seus (inter)pares.
Governe, Dr. Costa. De preferência à esquerda
Não percebo a polémica em torno da “coligação negativa” que aprovou o alargamento dos apoios sociais no combate aos efeitos económicos da pandemia. Por vezes, parece que nos esquecemos que quem realmente manda é o Parlamento, não o governo. Agora, no momento em que não convém a António Costa que assim seja, como em 2015, quando lhe correu tão bem que conseguiu governar, apesar de ter ficado atrás de Pedro Passos Coelho. A democracia representativa, quando nasce, é para todos. E o PS, que governa minoritariamente, e que até rejeitou acordos escritos com os antigos parceiros da Geringonça, que poderiam ter evitado mais este balázio no pé, já devia ter percebido isso.
As contas são algo complexas para um ignorante como eu, mas, grosso modo, a coisa custará uns 40,4 milhões de euros por mês. 3,3% da primeira injecção de 1200 milhões na TAP. 1%, se considerarmos as estimativas que apontam para um investimento total de 3700 milhões até 2024. Substituindo TAP por Novo Banco, estes 40 milhões equivalem a uma miserável percentagem de 0,4% dos 11.263 milhões que já torramos no banco “bom”, até Maio de 2020. 2,2% do custo anual da corrupção em Portugal, estimado em 1820 milhões pelo relatório de 2018, The Costs of Corruption across the EU, do grupo parlamentar dos Verdes/Aliança Livre Europeia. Mas como este é ano de autárquicas, prevê-se um aumento substancial nesta rubrica, pelo que aquela percentagem ainda deve descer. Peanurs, como dizia o outro. E com tanta despesa por executar, tantas cativações e a bazuca quase quase a chegar, não há de ser por 40 milhões por mês que não se ajudam as muitas vítimas das medidas de confinamento.
Moedas, a nova vacina
O candidato Carlos Moedas afirmou que se ganhar as eleições em Lisboa vai criar um “Plano de Contingência para responder a futuras pandemias em Lisboa”. Nas suas doutas palavras:
“Não podemos voltar a ser surpreendidos. A cidade de Lisboa precisa de ter ao dispor dos lisboetas um plano de contingência sobre futuras pandemias que dê alguma previsibilidade, segurança e confiança social e económica”.
A coisa promete em Lisboa. Um disse que quer dar um abanão a Lisboa (e passados uns dias a natureza tratou disso). O outro continua entretido no papel de paineleiro na TVI e cicerone do PR e agora temos o Carlos Moedas a usar a actual pandemia para fazer um número eleitoral. Já só falta entrarem os cuspidores de fogo e os domadores de tigres. É que os malabaristas já estão a jogo.
Como transformar…
Prof. Saúde & Investigadores
Obrigado a todos os profissionais que nos hospitais asseguram o bom funcionamento dos regulares serviços de saúde e simultaneamente lutam contra a Covid. Obrigado a todos investigadores que ajudam a conhecer o vírus, a combatê-lo e se batem contra a desinformação. Este Benjamin Biolay é para vós, merecem-no.
A Astrazeneca e o negócio da pandemia
Em 2020, os lucros da Astrazeneca registaram um aumento de 159%, face ao resultado do ano anterior, fixando-se nos 2592 milhões de euros. A farmacêutica atribui o resultado, em larga medida, aos avanços produzidos no desenvolvimento da vacina contra a covid-19 que, recorde-se, foi subsidiada pela União Europeia, que entregou, sem garantias de absolutamente nada, mais de 11 mil milhões de euros – só em apoios directos!!! – a um punhado de farmacêuticas que estão na corrida às vacinas.
Apesar dos subsídios estratosféricos que recebeu da União, e dos acordos subjacentes aos mesmos, a Astrazeneca tem estado em permanente incumprimento do contrato assinado com as autoridades europeias, havendo já registo de outros clientes que, de bolsos gordos, pagaram para passar à frente da fila. Sorte a deles, o facto de serem conservadores, não socialistas, permitiu-lhes passar incólumes ao spin da direita trauliteira e à ira da bastonária da Ordem dos Gajos com Palito na Boca que Batem na Mulher. [Read more…]
O Fim dos Directos Televisivos
Fechar as escolas?
Os professores
(esses madraços ignorantes, como ainda recentemente demonstrei)
sabem que não há nada melhor do que o ensino presencial. Apesar de serem professores
(e, portanto, pessoas que não percebem nada de escolas, de Educação, de alunos e que têm uma visão limitadíssima da sociedade, porque não fazem a mínima ideia dos problemas familiares, sociais e pessoais dos alunos, esses números em forma de pessoa, e porque só falam com professores),
sabem que o Ministério da Educação não aproveitou o Verão para preparar os vários cenários para o ensino – as salas de aula não estão preparadas, por exemplo, para se darem aulas à distância (nos muitos casos de alunos ou turmas em isolamento); o número de alunos por turma manteve-se igual, não permitindo o distanciamento mínimo aconselhado pela DGS; os computadores para os alunos chegaram tarde e más horas.
Os professores sabem
(mas quem são eles para saber seja o que for, não é?)
que o confinamento dos alunos aprofundará as desigualdades, como tive o atrevimento de afirmar, a propósito de um agradecimento dispensável. [Read more…]
O confinamento e as escolas
Maurício Brito*
Pandemia de Covid 19? Ou será outra coisa?
Sandra Capela*
Entrevista ao Dr. Fernando Nobre por Rui Unas:
“O mundo está a ser flagelado, mas não é pelo vírus”.
Pandemia: breve análise do Acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa
Ricardo Graça, Jurista
Depois de estudar minuciosamente o conteúdo do acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa, venho esclarecer o mais popularmente possível, para entendimento por todos os cidadãos portugueses sejam eles mais letrados ou menos, sempre fazendo uso do meu dever para com a comunidade, o seguinte:
Como é do conhecimento de alguns, foi proferido ACÓRDÃO N.º 1783/20.7T8PDL.L1-3 pelo Tribunal da Relação de Lisboa datado de 11 de Novembro de 2020.
Tal acórdão corresponde a uma decisão de mérito judicial de um Tribunal Superior e não permite recurso para o STJ, pelo que se consolidou na jurisprudência portuguesa.
A título de curiosidade popular, venho indicar que, este acórdão decisão teve origem num “habeus corpus” intentado por cidadãos a que foi decretado o isolamento no Arquipélago dos Açores, em que o Juiz de Instrução Criminal local ordenou, novamente, a libertação por prisão ilegal. Tendo a Direcção Geral de Saúde recorrido para o tribunal superior competente territorialmente, o Tribunal da Relação de Lisboa. O recurso da própria DGS foi apreciado neste acórdão e pela bondade das Sras. Drs. Juízas Desembargadores, incidiu aquele em várias questões que foram suscitadas pelas partes.
Assim sendo, permitiu a aplicação a todo o território nacional e ilhas do seguinte:
Biopolítica, máscaras e evidência científica
Sandra Capela*
CDC – Centers for Disease Control and Prevention
«Although mechanistic studies support the potential effect of hand hygiene or face masks, evidence from 14 randomized controlled trials of these measures did not support a substantial effect on transmission of laboratory-confirmed influenza».
Link: https://wwwnc.cdc.gov/eid/article/26/5/19-0994_article
The Centre for Evidence-Based Medicine (CEBM, UNIVERSITY OF OXFORD)
«The increasing polarised and politicised views on whether to wear masks in public during the current COVID-19 crisis hides a bitter truth on the state of contemporary research and the value we pose on clinical evidence to guide our decisions».
Link: https://www.cebm.net/covid-19/masking-lack-of-evidence-with-politics/
BMJ (British Medical Journal)
«This study is the first RCT of cloth masks, and the results caution against the use of cloth masks. This is an important finding to inform occupational health and safety. Moisture retention, reuse of cloth masks and poor filtration may result in increased risk of infection. Further research is needed to inform the widespread use of cloth masks globally. However, as a precautionary measure, cloth masks should not be recommended for HCWs, particularly in high-risk situations, and guidelines need to be updated».
Link: https://bmjopen.bmj.com/content/5/4/e006577
Negacionismo assim vale a pena
Quinta-feira, pelas 21h15, a TVI apresentou-nos uma reportagem, mas não foi uma qualquer. Pudemos assistir a um chorrilho de chalupices negacionistas em horário nobre. Isto parece uma crítica, mas não, é um agradecimento. Sou apologista de que não se deve calar os estúpidos, porque assim sabemos onde eles andam. Seria muito mais fácil evitar assaltos, se em vez de dizerem que são da contagem da luz, dissessem logo que são gatunos. Facilita.
Só o termo “negacionista” diz que algo está mal. Quando se intitula algo como negacionista, é porque há demasiadas evidências que isso existe. E o Covid-19 é uma dessas evidências. É que estes chalup… negacionistas nem amigos deles mesmos são. Podiam tentar falar de características que geram dúvida, mas concentram-se nas evidências que já foram provadas mais do que uma vez.
A directora do Agrupamento de Escolas Escultor Francisco dos Santos quer que os encarregados de educação tirem selfies:
A bolsa ou a vida?
Num mundo em que a econometria é a fita métrica de tudo, nada pode estar fora da economia, tudo é PIB, crescimento e outras virtudes absolutas. A economia, já se sabe, passou a viver convencida de que é uma ciência exacta, esquecendo-se das suas raízes humanas e sociais. Aliás, deixou de se falar em sociedade, porque tudo é economia.
Nesta visão dominante, o que dá vida à economia são as empresas. Tudo o resto é, na prática, considerado um peso que as empresas, estoicamente, arrastam às costas. Deste modo, poderemos dizer que a sociedade precisa de serviços públicos, como escolas ou hospitais; a economia diz-nos que os serviços públicos são parasitas (a não ser que escolas e hospitais sejam privados ou privatizados – aí, passam a ser economia, mesmo que não sirvam uma grande parte da sociedade).
Viver em pandemia ou com pandemia acrescentou problemas às certezas absolutas que subordinam tudo à economia. Se é verdade que o confinamento afecta a economia, não é menos verdade que o vírus afecta a sociedade (e também a economia). [Read more…]
A propósito do funcionamento do SNS em tempos de Pandemia – o desabafo de um médico
O texto seguinte foi publicado pelo utilizador /u/aleph_heideger do Reddit, reproduzo sem qualquer alteração. Sendo o Reddit uma rede social uma certa dose de pensamento crítico é necessária. Podem consultar o post original e os respectivos comentários aqui.
Meus amigos. Caso tenham paciência para algo diferente do texto diário sobre reconversão para TI ou o anúncio da próxima bolha imobiliária.
Tenho lido e ouvido, aqui e ali, uma série de críticas ao SNS e à DGS sobre a forma como está a ser gerida esta crise sanitária. Da DGS não vou falar porque não apenas têm a sua própria agenda mas também porque as decisões que são obrigados a tomar, parecendo certas ou erradas, são apenas isso: opções. E porque eu não conheço a realidade deles (mas sei que não se vivem dias felizes por aqueles lados).
Vou sim falar na resposta do SNS. Como tem sido a vida dos profissionais no terreno, algo que se calhar muito boa gente desconhece.
Na Bélgica,
a aplicação equivalente à portuguesíssima StayAway Covid chama-se Coronalert. Efectivamente. Exactamente.
E a Festa do Avante, pá?
Num ápice, a Festa do Avante deixou de ser tema. E só voltará a sê-lo, apenas e só, caso seja identificada alguma cadeia de contágio que possa ser comprovadamente associada à festa comunista. E porque deixou a Festa do Avante de ser tema, assim, num ápice, depois de meses a fazer manchetes atrás de manchetes, a alimentar indignações de Rui Rio e outros notáveis militantes do PSD e do CDS-PP, para não falar na fachosfera, para gáudio de uma certa turba embrutecida? Porque o Santuário de Fátima conseguiu fazer incomparavelmente pior que o PCP, que, apesar de tudo – e estou perfeitamente à vontade para o dizer, visto que me opus à realização da Festa do Avante – foi exímio a organizar a sua festa. Já o Santuário de Fátima meteu tanta água, no passado 13 de Setembro, que, a meio das cerimónias, viu-se obrigado a impedir a entrada de fiéis no recinto do Santuário, que se acumularam no exterior, gerando mais um foco de confusão e de potencial contágio. [Read more…]
Cinco questões sobre a celebração do 13 de Setembro, em Fátima
- Marcelo Rebelo de Sousa já criticou a DGS por não apresentar antecipadamente as regras sanitárias para a realização deste ajuntamento de milhares, tal como fez a propósito da Festa do Avante?
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Qual iniciativa garante melhor o distanciamento social entre os seus participantes: o Avante/PCP ou esta peregrinação/Santuário de Fátima?
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Qual é a área disponível por peregrino, considerando a área total do recinto do Santuário? É inferior ou superior à verificada no recinto da Festa do Avante? [Read more…]
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