Fernando Nobre, um Homem Bom, um Candidato Sofrível

Se o mundo fosse perfeito, Fernando Nobre teria a voz e a dicção de Alegre, a altura (em centímetros) de Cavaco, a compleição física de Francisco Lopes, o à-vontade de José Manuel Coelho e a experiência polítiqueira de Defensor Moura.

Se o mundo fosse perfeito, Fernando Nobre não titubearia, não gaguejaria, não falaria para dentro e projetaria a sua voz de modo audível e convincente.

Se o mundo fosse perfeito, Fernando Nobre seria, no terreno, um bom candidato e ganharia as eleições.

Porque Fernando Nobre é o melhor homem entre todos os candidatos e o único com um currículo verdadeiramente ao serviço dos outros, sendo que os “seus outros”  são os mais desfavorecidos, os mais desprotegidos, os mais atingidos, os menos apoiados. Os outros de Fernando Nobre são as vítimas da política e dos maus políticos, as vítimas da economia e da corrupção, do desvio das riquezas, das guerras fraticidas, das catástrofes naturais, da sede, da fome, da ganância e da falta de ética.

Porque Fernando Nobre é o único que tem mundo -não apenas o mundo dos salões e dos poderosos, o mundo medíocre dos políticos banais e seus tecnocratas de serviço- mas o da rua, o da miséria, o da impotência, do conhecimento da injustiça e do sofrimento, da partilha solidária e quase solitária, da assistência humanitária em grande escala; o mundo dos povos do planeta.

Porque Fernando Nobre conhece a eficácia da gestão de recursos, o combate ao desperdício, a luta contra a falta de meios, contra a falta de esperança, contra a insegurança, contra a descriminação étnica, religiosa, económica, social, contra a indiferença.

Finalmente, se o mundo fosse perfeito, Fernando Nobre ganharia as eleições por ser cidadão, por ser um de nós, por não ser daqueles que nos governam e se sucedem como pertencendo a uma casta que trabalha apenas por uma carreira que tem como objectivo final o seu próprio poder e a satisfação dos interesses de uma minoria de apaniguados a quem deve a sua ascenção.

Acontece que o mundo não é perfeito e Fernando Nobre tem falta de carisma, de fotogenia, não “passa” na televisão. É pouco vibrante, falta-lhe sex-appeal, capacidade oratória, articulação teatral – e, já agora, um verdadeiro programa político (tal como aos outros).

Num mundo imperfeito perde, quase sempre, aquele que não reúne em si as capacidades menos importantes.

Comments

  1. L.Oliveira says:

    Mas nós também não precisa-mos de nenhum Messias perfeito.Mas sim de um Homem Livre que não esteja preso,vendido pelos partidos .Melhor assim imperfeito do que CORRUPTO.Ele é a ultima esperança.

  2. A. Pedro says:

    O que eu digo, L. Oliveira, é que ele não “passa” na televisão (e suspeito que ao vivo também não). E, no mundo actual, quem não “passa” na televisão e não tem um carisma que compense essa lacuna, dificilmente ganha eleições. É idiota e redutor, mas é o que temos.

  3. maria monteiro says:

    Fernando Nobre nunca se preocupou em “passar” por nenhuma Junta de Freguesia, por nenhuma Câmara Municipal. Talvez aí, no terreno com os mais pobres… pudesse pelo menos fazer Assistência Médica Nacional, criar emprego … (já que está habituado a pedir para a AMI)

  4. A. Pedro says:

    Talvez porque passasse pelos sítios em que fazia falta, Maria, e esses não fossem as Juntas e as Câmaras.
    Talvez a razão de ser da AMI seja… a assistência médica internacional.
    Talvez seja preciso pedir para fazer funcionar uma AMI ou um banco alimentar.
    Talvez mereça algum mérito por isso e talvez crie um pouco mais que emprego.

  5. Rui Chaves says:

    O meu voto desta vez teria que ser para quem, com todas as suas imperfeições me desse garantias de não alinhar com a Corrupção e os compadrios, nem com a Indiferença. Calhou desta vez surgir o Fernando Nobre, é nele que irei votar. Se fosse outro com as mesmas qualidades teria da mesma forma o meu voto. Ouvi o Fernando Nobre pela prineir a vez numa sessão de recolha de fundos da AMI na Aula magna há cerca de 1 ano. Curiosamente a sua mensagem apresentou-se com uma força tremenda e emocionou os presentes. No entanto na TV tem sido infelizmente uma desilusão. Mas que se há-de fazer? É o melhor que temos. Esperemos que muitos mas mesmo muitos apanhem o essencial e não valorizem o que no fundo deveria ser o menos importante.

  6. graça dias says:

    Pertencer a um partido politico e um clube de futebol, é ponto assente. Segundo o zé povinho portugues. Razão porque temos o país que temos!…

  7. Cristiano says:

    Sou jovem, já tive oportunidade de votar varias vezes mas assim nao o fiz, talvez o devesse ter feito porque como o meu pai me diz muitas vezes e um dever votar nao uma obrigação, mas mesmo assim nunca o fiz porque nenhum partido nenhum politico me inspirou confiança a realmente dizer e este que vai mudar o pais…
    Falo isto porque pela primeira vez me decidi, apos ter visto e revisto varios videos pela primeira vez 1 senhor digamos assim,sem partido,sem medo,com respeito e preocupação directo,frontal e com grande experiencia de vida me cativou a pela primeira vez votar…
    É com ele que acho que o pais daria ou dará a reviravolta…
    Acreditem!!! Eu voto Fernando Nobre…

  8. Fábio Martins says:

    Não concordo consigo.
    Primeiro porque se ele não aparece mais na televisão é porque esta é controlada por lobbies partidários. Segundo, a imagem, os tempos de antena (o melhor de todos) e a mensagem que ele passa são claramente melhores e mais distintas.
    Terceiro, concordo que ele não tenha boa dicção…mas tem boa capacidade de oratória e discurso. Veja-se os discursos dele no último mês, na sua página de Facebook. Não vá pelas noticias de televisão que eles só passam o que lhes dá jeito e estão sempre a mandar abaixo.
    Quarto. A dicção dele é assim porque ele teve um acidente numa das suas milhares acções humanitárias pela AMI. Se as pessoas soubessem disto, veriam que a dicção de facto não importa…mas sim a verdadeira essência do ser humano.

Trackbacks

  1. […] Fui daqueles que saudou a candidatura de Fernando Nobre à presidência da República, enquanto emanação da sociedade civil. No entanto, em abono da verdade, cedo lhe descobri limitações políticas e pessoais. […]

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