[Paula Coelho Pais*]
Expor ao vento. Arejar. Segurar pelas ventas. Farejar, pressentir, suspeitar. Chegar.
Era um modesto hotel de uma cidade de província. Um desses estabelecimentos semifamiliares, em que o dono parece ter conseguido desenvolver o dom da ubiquidade, não só para controlar os empregados e guardar a sua propriedade, mas também para observar com deleite a nossa cara de susto quando nos surpreendia em cada esquina. Era um […]
“Morta por dentro, mas de pé, de pé como as árvores” e (peço desculpa pela javardicezita) “Prefiro morrer de pé do que votar no Luís André“. A primeira dá o mote. A outra… A outra… A outra (ui!), valha-nos Nossa Senhora da Agrela.
OK. Já agora, como é que ficou aquela história do “agora facto é igual a fato (de roupa)”? Alguém sabe? É para um amigo.
É o tema do II Congresso dos Jovens da Família do Coração Imaculado de Maria. Aguardo as conclusões para ficar a saber se sou homem, se sou mulher e se sou de verdade.
Às escondidas. Aguarda-se o anúncio de um feriado nacional dedicado ao terrorismo fascista.
Para ouvir com bolas de naftalina nos ouvidos.
Greve geral nas redacções – página do Sindicato dos Jornalistas.
que pode acompanhar neste link. As primeiras notas, inevitavelmente, dizem respeito ao crescimento da extrema-direita.
Mesmo que não se confirme, o facto de André Ventura apresentar o nome de Miguel Relvas como aliado diz-nos tudo sobre a farsa anti-sistema que o seu partido tenta vender.
de José Pacheco Pereira, regressemos a A São solidária e a função diacrítica de há uns tempos.
Ainda sou do tempo em que o preço do azeite subiu porque mau tempo, más colheitas, imposto é roubo e socialismo. Afinal, era só o mercado a funcionar.
Depois do debate Mariana Mortágua/André Ventura vários comentadores em várias TVs comentaram o dito, atribuindo notas. Sebastião Bugalho, depois de dizer que MM mentiu, diz que ela ganhou o debate. Desde que começou a escrever no Expresso, Sebastião Bugalho marcelizou-se.
Vivi tempo suficiente para ouvir o Ventura dizer que a IL é o partido dos grandes grupos económicos – o que também não é mentira – quando é financiado pelos Champalimaud e pelos Mello.
Depois de o PSD ter anunciado que Luís Montenegro não irá comparecer nos debates frente a PCP e Livre, surge a notícia de que o Sporting CP, SL Benfica e o FC Porto não irão comparecer nos jogos frente a Casa Pia, Rio Ave e Portimonense.
Todos lemos e ouvimos. Todos? A excepção é um canal de televisão cujo estatuto editorial pode ser lido aqui.
A Coreia do Norte tão longe e aqui tão perto…….
Ah! A culpa é da CS de Lisboa! Sim, porque nós somos dragões!
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Que GRANDE LAMENTO!
Como professora não tem obrigação de saber, por isso vou eu armar-me em tal e dizer: nunca ninguém foi respeitado por achar que merece e, muito menos, por pedir respeito. Este, o respeito, é tal como a liberdade, para ser verdadeira, tem de ser conquistada.
E, na verdade, o professor – enquanto profissão – há muito que perdeu a condição para que tal lhe seja concedido e, pelo que se vê – então com certos sindicatos cuja função, como correias de transmissão de forças políticas, mais não é que manipular o professor – muita água sob a ponte terá de passar, para que isso volte a acontecer.
Os tempos em que o professor, pela profissão, ganhava estatuto – pela banalização e pela atitude do professor – já há muito se perderam. De forma que não esperem receber de mão-beijada, o que só aos professores compete conquistar.
Se, no que diz respeito ao ensino, a situação é a que se sabe – não por acaso o negócio das explicações cresce, por fazê-lo na proporção inversa da qualidade do ensino – em termos disciplinares a situação é idêntica, no que respeita à atitude do professor e à percepção da mesma pela população, estamos perante um autêntico descalabro – daí o seu lamento.
Então o exigir o retorno do que a todos foi retirado, e não será devolvido, e a insistência de manutenção de critérios de antiguidade para a obtenção de benefícios, foi a gota de água que fez transbordar o copo.
Para além da questão do respeito, também lhe devo dizer que o lamento não conduz à aquisição de respeito; quando muito poderá levar ao desenvolvimento de um sentimento, muito mesquinho – no que me respeita -, que se poderá traduzir de pena, que é o que de pior vos poderá acontecer – em termos de respeito e dignidade.
Por isso eu digo, não tenho pena alguma da vossa situação: estão a receber aquilo que pediram e para a qual trabalharam; a bola está nas vossas mãos e, acreditem – porque para além e apesar do antes dito, alguém vai ter que ser culpabilizado – não contem com a solidariedade da população.
” Se, no que diz respeito ao ensino, a situação é a que se sabe – não por acaso o negócio das explicações cresce, por fazê-lo na proporção inversa da qualidade do ensino – em termos disciplinares a situação é idêntica, no que respeita à atitude do professor e à percepção da mesma pela população, estamos perante um autêntico descalabro “…
” …da questão do respeito, também lhe devo dizer que o lamento não conduz à aquisição de respeito; quando muito poderá levar ao desenvolvimento de um sentimento, muito mesquinho – no que me respeita -, que se poderá traduzir de pena, que é o que de pior vos poderá acontecer – em termos de respeito e dignidade. …”
“… exigir o retorno do que a todos foi retirado, e não será devolvido, e a insistência de manutenção de critérios de antiguidade para a obtenção de benefícios, foi a gota de água que fez transbordar o copo.” ….
Assim transcrevendo estas suas afirmações, Bento Caeiro, eu subscrevo o seu comentário com o qual concordo inteiramente, e não só por opinião pessoal mas tb por conhecimento concreto da realidade em vários aspectos.
E volto à carga :
quando para ser-se admitido como professor/funcionário público era condição sine qua non ter uma licenciatura da especialidade a ensinar e o denominado curso a nível universitário de Pedagógicas de 3 anos além da licenciatura, o nível dos professores era garantidamente alto e competente, como o testemunhamos nós os da minha geração que tivemos o privilégio de sermos ensinados por excelentes e dedicados professores em condições de competência, autoridade e respeito, apesar de limitações de outra ordem inerentes ao sistema da altura .
Havia o “Quadro de Honra ” para os melhores alunos numa altura em que a palavra honra e a boa educação existia e .fazia sentido e se cumpria entre todos e entre os professores.
…era ” A Bem da Nação”….mas com valores, sim, que se foram perdendo.
Saudades, sim, porque não, não só de tempos de menina e moça apesar de ingénuos, mas de tempos de mais cultura e respeito por esses valores .
Infelizmente os professores são o “low hanging fruit” no que toca às responsabilidades sociais.
Começa pela maioria ser funcionário público que, para o típico tuga desesperado por um tema fracturante para discutir no barbeiro, o torna um alvo preferencial pois há muito que se estabeleceu por tabernas e tascas por esse país afora que todos os funcionários públicos são preguiçosos e demasiado bem pagos. Como lutar para que todos, públicos ou privados, trabalhem menos horas e com melhores salários não faz sentido (os senhores que aparecem na TV dizem que isso é coisa de socialistas. O tuga não faz ideia da diferença entre socialismo e feudalismo mas o senhor da TV parece enjoado por isso só pode ser uma coisa má), é muito mais fácil e “lógico” berrar em tudo o que é sítio que “se eu sou miserável então todos têm de ser igual ou mais miseráveis que eu.”
Sim, porque tornar o sistema público uma referência para o sector privado são políticas comunistas e têm que ser combatidas. Porquê o tuga não sabe muito bem mas na semana passada esteve um senhor engravatado na TV a dizer que sim e como tal, se passou na TV, é porque é verdade.
Como se ser funcionário público não fosse já mau q.b, aqui à uns anos atrás soube-se que um horário completo de professor público eram “apenas” 22 horas lectivas. O tuga não é professor mas às vezes passa ao lado da escola quando têm de ir ao banco e isso é suficiente para opinar sobre coisas que desconhece completamente. Tentar perceber a diferença entre uma hora lectiva e uma hora normal dá muita chatice. Investigar quantas horas de trabalho “normal” estão realmente por trás de uma hora lectiva é moroso demais para o pobre tuga que trabalha 40 e tais horas na firma lá do sítio. É mais fácil ignorar a informação e nivelar tudo pelo mesma régua retardada.
Este testemunho é tanto triste como preocupante. É que os alunos de hoje a quem a escola pública não teve condições de educar convenientemente serão os agitadores de bandeiras de amanhã e os governantes do dia seguinte.
E assim se perpetua o ciclo de mediocridade português.
Cada sociedade tem o ensino que merece. Se é para criar mordomos para os campos de golf, lamento, recebe a mais.
Devo felicitá-la pelo texto. O facto de o ter feito em tom de lamento é apenas a forma de dizer as suas verdades, com certeza evidentes na realidade.
Eu compreendo-a e comungo do “seu ponto de vista”.
Não sou professor, sou apenas um curioso do ensino-aprendizagem e um educador informal, se que que existe esta função.
O mal está dentro de cada um nós. Há muitos “nós” que são a incorporação do mal geral.
O que o texto revela é a verdade. O ataque aos professores e o desrespeito começou há anos, creio que por altura da Ferreira leite. Depois foi também a elevação dos direitos do aluno em detrimento do respeito e disciplina indispensáveis num estabelecimento de ensino. Vi alunos a atirarem ovos a professores, sem que nada acontecesse, os seus carros a ser vandalizados e os pais de alunos a insultarem os professores. Parece-me um mundo ao contrário. A Paula tem razão e o Ministério não presta, nem respeita os professores. Estão a ver se o ensino público acaba para ser o negócio para o privado como fizeram com as IPSS. Paga Zé!.
A única diferença dos professores para outros quaisquer trabalhadores é que sabem escrever bem e têm tempo para isso.
A Paula Coelho tem inteira razão em tudo o que afirma e denuncia e os comentários malévolos provam-no à saciedade. O monstro sai do lodo e espalha-se. Muitos entendem servi-lo, cavalgando a onda, pensando que, desse modo, se engrandecem. Nada de mais errado. Ninguém será poupado. Atacar a classe docente, como fazem os ignorantes e os servos dos interesses instalados, só pode contribuir para hipotecar o futuro e despir as novas gerações das armas para enfrentar a vida. E é isso que está a ser feito. O capitalismo selvagem neoliberal agradece reconhecido e reforça os seus ataques. Ainda não viram nada. Como dizia Chomsky: “Oligarquy?…you ain’t seen nothing yet”….