Foto: Hugo David (https://bit.ly/2YpDTqY)
Se os vossos feitos foram romanos, consolai-vos com Catão, que não teve estátua no Capitólio. Vinham os estrangeiros a Roma, viam as estátuas daqueles varões famosos, e perguntavam pela de Catão. Esta pergunta era a maior estátua de todas. Aos outros pôs-lhes estátua o senado, a Catão o mundo.
— Padre António Vieira, imperador da língua portuguesa, “Sermão da terceira quarta-feira da Quaresma“
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Ontem, depois de ter ouvido a notícia da vandalização de uma estátua do Padre António Vieira, fui reler o Sermão da Terceira Quarta-feira da Quaresma, de 1669. É um dos textos mais bonitos daquele a quem Pessoa chamou o imperador da língua portuguesa. Neste sermão de Vieira, encontramos uma máxima que me acompanha há mais de trinta anos:
Se servistes à pátria, que vos foi ingrata, vós fizestes o que devíeis, ela o que costuma. Mas que paga maior, para um coração honrado, que ter feito o que devia? Quando fizestes o que devíeis, então vos pagastes.
Há cerca de ano e meio, um professor de História na Universidade da Califórnia, Riverside, apoiante e promotor de uma moção que substitiu o Dia de Colombo pelo Dia dos Povos Indígenas, insurgiu-se contra a retirada de uma estátua de Cristóvão Colombo do Grand Park, em Los Angeles. A razão foi a mais elementar de todas: tratava-se de uma decisão sobre um assunto público que não fora devidamente discutida. Qualquer pessoa verdadeiramente democrata percebe isto. No entanto, aqueles que querem impor opinião jamais entenderão as coisas desta forma. Aqueles que impõem opinião não querem nem propor nem discutir seja o que for: querem retirar, pichar e destruir sem qualquer conversa. A minha opinião é irrelevante. A tua opinião é irrelevante. A nossa opinião é irrelevante, A vossa opinião é irrelevante. A única opinião que interessa é a deles. A hipótese de não terem razão não está sequer em discussão, pois essa possibilidade nunca fez parte dos planos.
Desejo-vos um óptimo fim-de-semana.
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Há sempre desculpa, mas numa semana removem-se rapidamente estátuas, bandeiras, e até se muda o nome a bases militares invés de se discutir se ajoelhar é desrespeito à pátria.
Os que levam o presente sem preocupações de moralidade adoram exercer juízos morais sobre o passado,
Pois não há palavras para descrever tais palavras!
Para tamanha profundidade! É o tipo de pensamentp que mereceria ser imortalizado em gigantes letras de latão sobre mármore de Estremoz ,ou ao Menos sobre granito de Santa Comba (o que propiciaria um efeito mais rústico), em lápides plantadas para que florescessem em todas as rotundas deste país.
Palavras essas que assentam que nem uma máscara cirúrgica àqueles que desdenham sobre a sublime estética da íntima relação entre um Salazar e um Cerejeira, ao mesmo tempo que se deleitam a consumir sofregamente filmes de “variações” e outras poucas vergonhas. Um horror!
JgMenos
Se é padrecas da Companhia é melhor não falar em moral. A caca dos pombos cai-lhe logo em cima.
Mas não deixa de ser curioso: os SJ são os liberais da Igreja – umas bichonas – , imagine-se o resto.
Vá até à sauna. Dizem que os padres gostam de Vigo.
O padre menos é o dono da moralidade, só há a dele e mais nenhuma, é mesmo essa, só com factos alternativos.
O repugnante Sa Lazarento a falar sobre moral.
Vê-se cada coisa no Aventar
Zurra, que gosta de ver zurrar.
Geme, geme, rapaz. De gozo.
Vejam como eles e elas se indignam por pedaços de pedra facilmente substituíveis.
Não vejo a sua indignação pela destruição de seres humanos nas guerras de Bush & Amigos…
Que profundidade!
Que abismo!