Fortaleza de Kalemegdan
Autor: Djordje Jovanovic
Chamo-me Paulo Franzini, sou natural de Vale de Cambra e resido em Belgrado desde 2011. É para mim um gosto juntar-me a este blogue de referência e largar também umas coisas ao vento. Para além dos temas normalmente aqui abordados, pretendo acrescentar algo sobre os Balcãs, ainda pouco conhecidos e quase exclusivamente associados aos conflitos que marcaram o fim da Jugoslávia. Mas acreditem em mim, os Balcãs têm muito para oferecer. Entre várias atracções destacam-se Belgrado, Sarajevo, Skopje (ou Escópia), a baía de Kotor no Montenegro, a costa da Croácia e Ljubljana. Conhecida como uma região montanhosa, apresenta várias riquezas naturais e um enorme acervo de contrastes culturais e históricos que influenciam desde a arquitectura a culinária.
Quase todas as cidades ou vilas se fazem com monumentos únicos, uma movida enérgica, formas de viver próprias, custos em geral baixos ou razoáveis, um mosaico social diverso, mulheres atraentes e gajos altos, trânsito caótico, ciganos em carroças a cavalo na “reciclagem” de resíduos sólidos, carros Yugo a cair, esplanadas cheias, kafanas (a tasca da região) atafulhadas, cheias de fumo e tudo a cantar (ou berrar, vá) músicas jugoslavas que conhecem de trás pra frente. Quase todos os países têm o seu folk mas só os sérvios têm o turbo-folk, um estilo de música feito para espantar tristezas, exteriorizar sentimentos, queimar colunas de som e rebentar tímpanos.
Sim, amigos e amigas, o Kusturica não inventou tudo. Os Balcãs também são isso. E eu gosto que sejam assim.
E não deixarei de escrever sobre Portugal. E sobre outras coisas também.
Invejo-o, Paulo Franzini, que sorte viver em Belgrado.
V. bem o sabe. Não deve haver capital europeia menos conhecida e que mais mereça sê-lo. Sobretudo para quem gosta de sair, comer (carne, claro), beber, fumar, tudo que sabe bem e faz mal. Por comparação, Lisboa parece uma vila parola.
As mulheres. Na minha 1a vez aí andei dias com o pescoço dorido: parecia um miúdo na Disneylândia. Por todo o lado sérvias lindas. Não a beleza homogénea das russas; uma mistura ainda melhor. Certa noite levaram-me ao ‘Silicon Valley’. Depois percebi.
Na capital a cultura, a noite, as rafts e bares e kafanas, os prédios ainda esburacados das bombas americanas… no campo a loucura, o caos, os homens de poucas falas, o burek, o kajmak, a rakija, os melhores hamburgers do mundo… não há país como a Sérvia.
O Silicon Valley é de facto um ícone de Belgrado e a culinária é de facto muito boa. Espero que volte um dia.