A maioria dos brancos NÃO é racista

Não tenho a mínima dúvida de que os negros (e os asiáticos, os árabes, os ciganos, os latino-americanos…) são alvo de comportamentos racistas numa escala que os caucasianos nem sonham, pese embora aquilo que dizem os folhetos de propaganda dos movimentos de extrema-direita. É uma situação inaceitável e não há comparação possível.

Igualmente inaceitáveis são parvoíces como esta, que encontrei nos meandros do activismo fundamentalista e incendiário do Twitter, que não servem para outra coisa que não seja promover a divisão e o conflito. A maioria dos brancos NÃO é racista. Não agrediu nem matou ninguém por motivos raciais. Não defende nem promove a discriminação racial. E sim, vê na luta de Martin Luther King um exemplo para todos, maior do que a raça, a religião ou a política.

A maioria dos brancos está onde sempre esteve: do lado certo desta luta. E não é culpada pelos crimes dos seus antepassados. Como negro algum é culpado pelos crimes dos chefes tribais africanos que colaboraram com o comércio esclavagista.

Este tipo de narrativa só interessa a dois tipos de pessoa: aos racistas e àqueles que fazem do racismo um negócio lucrativo. Tudo escumalha, independentemente da concentração de melanina.

Comments

  1. Zé Povinho says:

    O que realmente acontece é que eu gosto de conversar com africanos, asiáticos, etc. quando eles são simpáticos e educados. O que detesto sim é quando nos autocarros e Metro, vão aos gritos a falar ao telemóvel e nos comboios se comportem como selvagens. As pessoas civilizadas sofrem sevicias, já sofri como idoso, ameaças e insultos. por pedir delicadamente, para baixarem a voz, ao telemóvel ! Nada de facciosismos, as pessoas queixam-se, dramaticamente de tais comportamentos!!!

    • Ernesto says:

      Concordo, Zé! Ando muito de comboio e é lindo ver como as pessoas caucasianas falam todas ao telemóvel a um nível de decibéis espectacular.Ah e todos, mas todos sem excepção, gente de bem e educadussima!! Um gajo vê a entrar no comboio e vê logo, gente boa.

  2. JgMenos says:

    Uma cultura feita de ignorância fala de escravidão como se fosse inventada por brancos para oprimir negros, quando ela durante milénios só distinguiu dominantes e dominados.
    Que os interesses ligados à escravidão promoveu uma pseudociência menorizando e até questionando a humanidade dos negros, é distorção tardia que hoje só é lembrada por idiotas que se dizem antirracistas.

    O que não desapareceu nem desaparecerá, apesar dos paspalhos do ‘igual porque sim’, é discriminação por avaliação sob critérios múltiplos: culturais, comportamentais, estéticos e … até ao preconceito.

  3. Anonimo says:

    Normal. Se os brancos eram todos donos ou traficantes de escravos (africanos), também todos eles mandaram um balázio no Dr. King.
    Tal e qual como a narrativa (é assim que diz agora?) de que o racismo é esclusivo dos caucasianos. Realmente os africanos (que para os afro-americanos são todos iguais) não têm qualquer tipo de racismo ou xenofobia para com etnias diferentes das suas, nem indo à relação com mestiços.

    Por acaso acho que todos nós somos racistas, temos um receio, ou algo mais, pela diferença, e tendência para esteriotipar o conjunto consoante experiência individual. A diferença é que alguns conseguem, via educação e empatia, superar esses sentimentos no seu dia a dia, e ter uma relação de igualdade e respeito por quem os rodeia, sejam de que cor ou religião forem.
    Sim, acho o ser humano completamente falível, e capaz do melhor e do pior conforme a situação, já as redes sociais estão cheias de gente que olham para o/a humano/a como um sistema 100% previsível, ou melhor, acham-se eles… e sempre para o melhor possível, sendo que quem discorda está do outro lado, o lado do mal.

  4. Assino por baixo. Isto é tão racista como afirmar que os judeus mataram Cristo, ou que os pretos mataram mulheres e bebés no Uíge. A não ser, claro, que haja quem goze de imunidade nessa matéria.

  5. Paulo Marques says:

    Nas palavras do próprio:

    “First, I must confess that over the last few years I have been gravely disappointed with the white moderate. I have almost reached the regrettable conclusion that the Negro’s great stumbling block in the stride toward freedom is not the White Citizen’s Council-er or the Ku Klux Klanner, but the white moderate who is more devoted to “order” than to justice; who prefers a negative peace which is the absence of tension to a positive peace which is the presence of justice; who constantly says “I agree with you in the goal you seek, but I can’t agree with your methods of direct action;” who paternalistically feels he can set the timetable for another man’s freedom; who lives by the myth of time and who constantly advises the Negro to wait until a “more convenient season.”

    Shallow understanding from people of goodwill is more frustrating than absolute misunderstanding from people of ill will. Lukewarm acceptance is much more bewildering than outright rejection.”

    • JgMenos says:

      Partir da questão rácica nos USA, passada e presente, e transformá-la em modelo universal para brancos de todas as culturas é o serviço de uma presunçosa e ignorante esquerdalhada avessa a sistemas complexos.

      • POIS! says:

        Ora pois!

        Como era exemplo o modelo colonial-salazaresco. Aí os brancos eram muito mais brancos. Lavava-se tudo com OMO.

        • POIS! says:

          Que era, para os que se lembram, o Detergente Oficial do Regime.

          • JgMenos says:

            Que é exemplo, como já sabem, de cretino militante

          • POIS! says:

            Pois, quem?

            Vosselência também foi dos tais militantes colonial-salazarescos que se lavou com OMO?

            Sendo assim, é realmente um exemplo. Desculpe não o ter mencionado.

      • Paulo Marques says:

        Porra, quem é que se lembra de ir buscar palavras de um americano racializado para falar sobre o problema do racismo na américa? Só um doido!
        O importante é que só há dois géneros, o racista e o anti-racista, nem se percebe tanto livro escrito todos os anos para quê.

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