O som do dinheiro

Imagem retirada do Instagram @maismenos

Pela transparência das contas públicas

A Iniciativa Liberal deu entrada de um requerimento no Ministério das Finanças, para se tornarem públicas todas as contas do Estado.

A proposta abrange todas as receitas e despesas, do governo às autarquias, passando por empresas públicas, institutos e observatórios, numa espécie de relatório e contas da nação.

Parece-me um imperativo de transparência, que deveria contar com o apoio de todos os partidos. E, de facto, “não se percebe como é que não existe uma base de dados com esta informação“, como afirmou hoje Carlos Guimarães Pinto à TSF.

Ou se calhar percebe.

Aceito um ajuste directo ou uma avença!

A UNESCO acaba de inscrever o Centro Histórico do porto ucraniano de Odessa na lista do Património Mundial em perigo.

Odesa, a free city, a world city, a legendary port that has left its mark on cinema, literature and the arts, is thus placed under the reinforced protection of the international community,”, declarou Audrey Azoulay, Directora Geral da UNESCO.

Isto prende-se com a invasão da Ucrania por parte da Russia. Porquê? É que quer a Russia quer a Ucrania subscreveram um tratado internacional intitulado Convenção para a Protecção dos Bens Culturais em Caso de Conflito Armado. Este tratado, assinado em Haia, é de 1954. O nosso país subscreveu, mas só em 2005 é que o ratificou. 

Em 1999 foi adoptado, também em Haia, um segundo protocolo àquela Convenção, com efeitos a partir de 2005. Foi ratificado pelo Estado Português em 2018. 

De acordo com essa convenção e respectiva adenda os países (entre os quais a Ucrania e a Russia) obrigam-se a  “not take any deliberate measures that directly or indirectly damage their heritage or that of another State Party to the Convention.” Diz ainda a Directora Geral.

Independentemente do caso concreto (invasão da Ucrania)  cada país comprometeu-se a levar a cabo acções e procedimentos com vista a planear a salvaguarda do seu Património Cultural em caso de conflito armado. Esses passos são claros e assertivos e constam da convenção e respectiva adenda.

E por cá? Já nem falo do tempo que passou entre a assinatura de um tratado e a respectiva ratificação. Nada fizeram. O Estado Português, em matéria de Património Cultural, não cumpre nem faz cumprir aquilo a que se comprometeu perante a comunidade internacional. Percebe-se, não o sabem fazer.

Mas tenho uma solução, se quiserem eu digo como o devem  fazer. Cá espero o respectivo ajuste directo.  Se for uma avença também podemos conversar.

Paulo Portas, as Jornadas da Juventude e a Mota-Engil entram num bar…

Tem-se falado muito no preço exorbitante do palco das Jornadas da Juventude e muito pouco no facto de Paulo Portas ter chegado ao conselho de administração da Mota-Engil uma semana antes da assinatura do ajuste directo de 4,2 milhões para a construção do mesmo. Não quero com isto dizer que os dois acontecimentos estejam relacionados, até porque se há conselho de administração que aposta na diversidade partidária é o da Mota-Engil, mas que é uma coincidência engraçada, lá isso é. Só faltava aparecer o outro a dizer que o Portas tinha posto o Moedas a funcionar.

Oremos.

E por falar em palcos

católicos em Lisboa

Ainda o palco das vaidades

Anacoreta Correia diz que não há tempo para mudar o projecto, que há um contrato assinado e mais um rol de motivos para recusar alterações de última hora.

E eu não posso concordar mais.

Porém, o diabo está nos detalhes e, neste evento, parece também estar no altar-palco.

E os detalhes dizem que este evento era conhecido há anos (não houve tempo para planear?), que os contratos foram feitos por ajustes directos (com valores partidos, para contornar a lei) e que todo este colossal investimento foi mantido fora da discussão pública (antecipam-se as habituais investigações do MP e respectivas fugas de informação daqui a cinco anos).

Anacoreta diz ainda que o retorno é enorme, umas três vezes o investimento.

Se há assim tanta certeza sobre o retorno, pode-se acabar com toda a polémica sobre os custos.

Entra zero dinheiro público e todos valores deverão vir do próprio evento. Simples, não é? Com tanta segurança de retorno, ainda fazem lucro.

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