Os ataques a Greta Thunberg são virulentos e baixos, disparam em todas as direcções. Para quem se incomoda com ela e prefira ouvir a mesma mensagem por uma rapariga alemã mais bem-apresentada, aqui fica ela, Luisa Neubauer. Companheira de Greta e de muitas outras. Fala-nos dos contos de fadas que nos contam e termina:
“Esse novo amanhã não será à medida daqueles que nos conduziram a este caos e em quem não temos razão para confiar e que querem sentar-se à mesma mesa que nós, mas que nunca se sentarão ao nosso lado. Mas será construído para todos os outros, colocará as pessoas acima dos lucros e as vidas acima dos combustíveis fósseis. Será justo e seguro, por fim. Por isso eu diria, mãos ao trabalho.”
Não é novo, mas é sempre bom ouvir. E querer acreditar que David conseguirá vencer Golias. Olhando em volta, não temos razões para pensar que isso será provável. Mas não desistir faz parte da remota (im)possibilidade. E empresta sentido.
Excelente, Ana! Obrigado 🙂
Obrigada João, força aí!
Todos os jovens se acham mais inteligentes e aptos que os ultrapassados adultos. Vão fazer melhor. A Greta não é excepção.
Acho muito bem que tenha consciência social e ecológica, não lhe reconheço é competência técnica ou cognitiva para seguir a Sua palavra.
O seu discurso de jovem zangada não destoa tanto do angry old man.
Ao que parece só há dois grupos, o do ódio pela rapariga, e os do culto messiânico.
É uma duologia que não existe, os “adultos” simplesmente não estão para aí virados.
Assumindo que todos os jovens eventualmente chegam a adultos (não sei se a fluidez de género também se aplica à idade) isso pode ser um problema para a Humanidade…
A falta de acesso à propriedade, quando não à comida, promete tempos diferentes do que a crença cega na tal de democracia neoliberal. Só têm mesmo a perder.
Isso e, eventualmente, também no ocidente uma grande cidade vai ser devastada, talvez até inabitável por falta de acesso a água ou uma cheia que invada o lixo tóxico enterrado, e a coisa vai piar fino.
Espero as soluções e alternativas. As tecnológicas e as sociais.
As primeiras passarão por substituir os combustíveis fosseis e motores de combustão interna por alternativas ecológicas (é uma questão de desenvolver a tecnologia, fácil, basta estalar os dedos e ter boa vontade), bem como substituir o actual modelo de economia extractiva por outro realmente sustentável.
As segundas por mudanças no estilo de vida e modelo de sociedade, reduzir viagens aéreas (adeus férias), transporte por barco (adeus bananas), produção (adeus novo IPhone, aquela coisa a que os jovens não ligam, mas que os velhos adoram), consumo de energia (adeus casa aquecida e portátil ligado à corrente 24h/dia), e aí por diante.
Não sei quais delas conseguirá a Greta implementar, depende se vier a ser engenheira ou cientista social.
A Greta não implementa nenhuma, porque não tem poder para coisa nenhuma, foi só útil para se fazer de conta que se vai resolver.
Mas não só o automóvel não é viável, como há alternativas para as viagens e eficiências muito grandes a ganhar no aquecimento. Perto disso, o portátil são peanuts.
A Greta vai ser só bla bla bla?
Vai trabalhar para comer, como a maior parte das pessoas. Em quê, nem sei, nem me interessa, quem acredita em seres mitologicamente perfeitos não sou eu.
É bastante mais bonita que a Greta, mas não tenho a certeza de que as suas ideias sejam melhores que as dela.
Vale a pena ler o último livro de Václav Smil (“Como o mundo realmente funciona”, acho que é esse o título) para nos convencermos de que o mundo não pode, mesmo, funcionar sem combustíveis fósseis.
“o mundo não pode, mesmo, funcionar sem combustíveis fósseis.”
Accionista da Galp ?
Ou será da BP ?
Compreendo perfeitamente
A sociedade moderna como existe não pode funcionar sem combustíveis fósseis, não. Mas também não pode funcionar com secas piores que o ano passado, ou quando as inundações forem também constantes, ou com dias seguidos de 40º à sombra e 30º à noite, a contínua destruição de espécies de animais e insectos com interacções que mal se conhecem, e por aí fora.
Se calhar podia-se aproveitar a abundância para utilizar os recursos para depender cada vez menos, com tempo e planeamento, invés de gastar muito mais para lidar com os danos e abandonar comunidades… e países que queremos conquistar ou lá o que é.
Secas e inundações, esses eventos inventados pelo Homem.
Curioso, tanto activismo, não se vê muita luta contra o comércio de animais, nem para abolir os animais selvagens como sendo de estimação. Até porque muitas das espécies invasivas são consequência desse comércio.
No fim tudo se resume a isto “any criticism of personal consumption distracts from larger structural and political issues”
Como, não se vê? Até há criticismo às vacas na Nova Zelândia, cuja economia depende absolutamente delas. Não é do dia para a noite.
E, pela enésima vez, não é questão de existirem, é a frequência e a intensidade que já sugam um balúrdio de recursos em mitigação e recuperação; e, economicamente, tal como as ditas vacas a serem substituídas por produção em laboratório, até a competitividade tem os dias contados e será mais outro custo.