Ventura e Montenegro: descubra as diferenças

Nunca pensei dizer isto, mas quando André Ventura fizer ao PSD de Montenegro o que fez àquele pequeno partido do pai da deputada Rita Matias, vou ter saudades do CDS. E vocês também. Eram tempos mais simples.

Entre *caceiteiro e qu’azeiteiro

há um contraste de vozeamento. Direis que *caceiteiro não existe. Existe, sim, garanto-vos. Esteve aqui. Hoje. No Aventar. E é palavra candidata a Palavra do Ano 2023. E só tenho direito a um terço do prémio.

Vida escravinha

Arquivo Rocha Peixoto, Castro Laboreiro, 1902. Fonte: Rede Portuguesa de Museus. Publicado no Blogue do Minho.

Ouvi, há tempos, a entrevista de Fernando Alves a Maria Antónia Lopes, professora na Universidade de Coimbra e que tem centrado a sua investigação num grupo de pessoas que descreve como “os invisíveis” – os pobres e as mulheres. Contava a historiadora que, à sua cadeira de História das Mulheres, os alunos chegam com a ideia de que o trabalho feminino começou na I Guerra Mundial ou, quando muito, nos começos da industrialização. Isto é, que foi só na ausência dos homens que as mulheres começaram a assumir tarefas fora de casa. Tendemos a esquecer-nos, e não são apenas estes alunos a fazê-lo, que as mulheres sempre trabalharam. As mulheres pobres, com certeza. E que esses trabalhos, invariavelmente árduos, deixam a ridículo a etiqueta “sexo frágil”. Estas mulheres eram lavadeiras, pastoras, artesãs, agricultoras. Cuidavam da casa, dos filhos, dos pais. E se perdiam a capacidade de trabalhar, fosse por envelhecimento, doença ou acidente, restava-lhes apelar à caridade. [Read more…]

Este velho caceteiro, dedicado companheiro

Talvez não fosse má ideia criar uma escola de estadistas, porque, na política portuguesa, há um excesso de palavrosos e de caceteiros. Uma pessoa olha em volta, vê sócrates, passos, portas, costas, marcelos e não encontra um estadista, um bocadinho de gravitas que seja.

Santos Silva, que, actualmente, é, pasme-se!, a segunda figura do Estado e putativo candidato a Belém, não destoa.

O actual Presidente da Assembleia da República é um antigo guterrista e socratista reciclado, tal como António Costa, aliás. Se a uns lhes foge o pé para a chinela, a mão de Santos Silva foge-lhe para o cacete, por muito que se disfarce de fato e de gravata. Como mau democrata, se é contrariado o poder que defende ou que exerce, só pensa em bater.

Há uns anos, quando era ministro de Sócrates, ao ser confrontado com protestos de professores, declarou que estes não distinguiam «entre Salazar e os democratas», o que, curiosamente, o afastou do lado dos democratas. Recentemente, criticou, a propósito da greve dos professores, o «modelo anarco-sindical» de «sindicatos recentes» (é claro que, antes disso, disse que as pessoas têm direito a protestar, sim, mas), recorrendo a uma estratégia suja que pretende apenas desacreditar as críticas, não contribuindo, por puro desinteresse, para a resolução dos problemas dos professores, que são, também os problemas da Educação. Tudo isto é triste, tudo isto é fado, tudo isto é costume.

Saudades da guerra santa dos bolsominions

Jihad cristã, como não amar?

Na Mouraria, Montenegro ficou mais próximo de Ventura

No rescaldo do incêndio na Mouraria, que vitimou mortalmente dois emigrantes e expôs as condições desumanas em que vivem, com a cumplicidade dos senhorios que não têm como ser alheios ao que se passa nas suas propriedades, Luís Montenegro apresentou ao país a sua visão para a emigração: um programa para escolher os colaboradores que queremos em Portugal.

Se Montenegro descesse ao país real, rapidamente perceberia que os colaboradores que a economia procura são sobretudo aqueles que estão disponíveis para trabalhar, por salários miseráveis, nas entregas, na restauração, na construção civil e no lado menos glamouroso do turismo. Projectos com nomes pomposos e objectivos moderníssimos como “atrair talento” não resolvem o problema imediato de grande parte dos empresários portugueses, que é encontrar quem venda a sua força de trabalho pelo menor valor possível, para fazer as tarefas que a maioria dos portugueses já não quer fazer.

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Os esquemas de contratações de Santana Lopes na Figueira da Foz

Denunciámos os esquemas de contratações através de avenças de Santana Lopes na Figueira a 4 de dezembro de 2022. Alguma imprensa local publicou o nosso comunicado, como a Figueira TV ou o Diário As Beiras, mas outros houve que pura e simplesmente nos ignoraram. Informalmente, foi-nos comunicado que os editores tinham receio de perder receitas da publicidade institucional da câmara ou de empresas que dela dependem. Também enviámos a denúncia para a Lusa. Na altura, nas redes sociais locais as reações foram mínimas, aqueles que nos atacam furiosamente por tudo e por nada quando criticamos o executivo, desta vez, estavam estranhamente calados, percebemos que houve ordens para não reagir. A estratégia era abafar o assunto. O que é certo é que o assunto esteve perto de ser abafado não fosse a nossa insistência na Assembleia Municipal.

 

O nosso comunicado de dezembro denunciava a distribuição de avenças a alguns dos seus apoiantes, amigos e companheiros de estrada, sem qualquer justificação plausível. Para a Câmara da Figueira vieram pessoas, de Lisboa a Montemor-o-Velho, que trabalharam anteriormente com Santana Lopes no partido Aliança e no PSD para realizar trabalho para o qual já existe pessoal especializado e com qualidade na própria câmara. Uma das avençadas, Ana Isabel Martins, veio assessorar a vereador da Ação Social, auferindo uma remuneração superior à da própria vereadora. [Read more…]