Testemunho real de uma ida à urgência do Hospital de Famalicão

Terça-feira fui encaminhado pelo SNS 24 para o Hospital de Famalicão, após um atendimento rápido, amável e super profissional.

Chegamos à urgência do hospital 10h.

Entramos na triagem às 10:13h.

Fomos atendidos às 10:26h.

Saímos do hospital às 10:41h.

Não falta quem aponte as falhas no SNS – e elas existem, não são poucas e devem ser criticadas – mas eu devo ser um sortudo que, sempre que precisa dele, se safa maravilhosamente.

Sem esperas, sem problemas e atendido de forma impecável.

Terça-feira não foi excepção.

E se o SNS funciona tão bem com todas as lacunas e desinvestimento, imaginem o que seria se fosse bem gerido no topo da pirâmide.

Bem sei que não falta quem queira acabar com ele. Faria um jeitão aos grupos privados de saúde.

Aliás, se isto fosse como a selva americana, onde a saúde é um luxo que a maioria não pode pagar, seria, para os defensores da privatização do tudo, ouro sobre azul.

Também por isso é que a luta pelo SNS é uma luta em duas frentes: contra quem gere mal (apesar de, coincidência das coincidências, acabar não raras vezes com o cu sentado no conselho de administração dos grupos privados de saúde) e contra quem o quer destruir por mero fundamentalismo ideológico.

E hoje, mais do que nunca, é preciso defender esta conquista de Abril. Por ser a melhor solução e porque FUNCIONA!

Viva o SNS!

Comments

  1. balio says:

    A situação é melhor no Norte do país do que no Sul e em Lisboa, porque nesses sítios há uma grande falta de médicos de família e, por consequência, mais pessoas preferem ir às urgências.
    Além disso, creio que a grande afluência às urgências não é às dez da manhã, quando as pessoas estão a trabalhar, e sim à noite, quando as pessoas não têm mais que fazer e então decidem ir tratar da saúde.

    • Carlos Almeida says:

      Certo. É exactamente isso

    • Paulo Marques says:

      Acho que tem mais a ver com a preocupação do patrão com a qualidade dos seus recursos.

  2. Manuel Gomes says:

    Caro João Mendes:
    Impressionou-me o que conta porque comigo tem-se passado o mesmo. Tive, em 1996 no Hospital de Coimbra, uma má experiência. Depois disso tudo tem funcionado extremamente bem e am vários locais do país onde já recorri ao Serviço Nacional de Saúde. nomeadamente: Coimbra (de novo), Lisboa, Oeiras, Macedo de Cavaleiros, Carregal do Sal etc. Até já fui submetido a intervenções cirúrgicas, etc. Já experimentei o privado e não achei melhor. Pelo que tenho lido e ouvido nas notícias a minha reacção tem sido igual á sua: Que sortudo que eu sou. Se calhar é mesmo sorte. Não sei explicar….

  3. Anonimo says:

    Parabéns pela experiência (usando o neo jargão).

    Num Domingo do mês passado a mesma linha dirigiu-me para um CS que estava aberto, isto para não ir à urgência do hospital. Infelizmente o mesmo estava fechado. Foi azar.

    (do pessoal do SNS só tenho coisas boas a dizer; excepções há, já apanhei maus profissionais, e pessoal mal-disposto, mas todos têm direito a um dia mau. Já da organização… podia ser melhor, e não é exclusivamente uma questão de investimento. O utente também tem algo a melhorar, nomeadamente no modo como abusa do mesmo.)

  4. Luís Lavoura says:

    As coisas nas urgências dependem muito do dia que é e da hora do dia. Os médicos que fazem serviços de urgência sabem perfeitamente prever quais são os dias e as horas em que vai haver mais filas de espera. Por exemplo, nos dias de futebol a única clientela são mães de crianças, nas urgências pediátricas; nenhum homem tem problemas de saúde urgentes nos dias e horas dos jogos de futebol. Também nos dias de festa, por exemplo no Natal, as urgências dos hospitais estão vazias, porque os problemas de saúde supostamente urgentes desaparecem quase todos nesses dias.

    • Anonimo says:

      Qual a fonte dessa excelente e apurada análise estatística?

    • Paulo Marques says:

      Até certo ponto, nem tudo é previsível, e com números pequenos, menos certo. Por muito que para a tutela 0 e 1 ou 2 casos por dia seja a mesma coisa, para as pessoas que morrem por falta de acesso, nem por isso.

    • Salgueiros says:

      “Os médicos que fazem serviços de urgência sabem perfeitamente prever quais são os dias e as horas em que vai haver mais filas de espera. ”

      E como aqui no Aventar. Quando joga o clube de ciclismo, isto por aqui fica deserto

Discover more from Aventar

Subscribe now to keep reading and get access to the full archive.

Continue reading