Ser ou não ser (um populista)?

Terrorismo em Lisboa?

Hoje, Lisboa, testemunhou um crime horrendo. Felizmente, as forças policiais actuaram com profissionalismo e rapidez evitando números ainda piores. O acto deste radical terá como consequência imediata que demagogos, xenófobos e outros tresloucados entrem no velho espiral primário de fobia ao outro. Seja o outro branco, negro, católico, judeu ou muçulmano. E os “Chegas” da vida vão aproveitar a coisa até ao tutano. E vão ter acolhimento em muitas casas espalhadas por Portugal continental e ilhas. Como acontece com os primos desta malta noutros países. E porquê?


Por causa de uma política que, em Portugal, começou nos anos 90 e agrava-se a cada ano que passa: a cultura do fácil na Educação. O facilitismo. O não se pode ser exigente com as criancinhas e os jovens. Se na geração dos meus pais o exagero de exigência era tal que até sabiam, na ponta da língua, todas as linhas de comboio passámos para o mínimo dos mínimos para não traumatizar os meninos e, de repente, nem os “Cinco” escapam à ditadura da ignorância. Sim, fomos do oitenta ao oito em pouco mais de três décadas. Uma maravilha para a execução das lavagens cerebrais de extremistas. A ignorância é a mãe de todos os aproveitamentos extremistas. Sejam eles de direita ou de esquerda. E não se vai conseguir discutir, como adultos, a questão essencial. A extrema esquerda vai gritar “racistas”, a extrema direita vai gritar “fechem a porta” e o bom senso vai ficar fora da sala…

Uma pequena lufada de ar fresco no jornal A Bola

Some argue that explicit instruction methods encourage children to view mathematics as a set of facts and procedures rather than a reasoning process.
— Fisher et al. (2012)

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Efectivamente, o excelente comunicado de Éder, o herói de Paris, é uma lufada de ar fresco n’A Bola.

Com carácter e adoptada, sim, mas também Outubro e objectivo.

 

A Bola, francamente, o herói Éder grafou Outubro e objectivo (alguém d’A Bola deu-se ao trabalho de traduzir — e mal , obviamente —  *outubro e *objetivo).

 

Exactamente.

Valha-nos o Éder.

No entanto, com o Diário da República… [Read more…]

Cavaco & Moedas

Para o desmentir Carlos Moedas, na ode que dedicou ao “humanismo” de Cavaco Silva e onde lhe elogia a “dignidade, credibilidade e respeito democrático”, basta uma nome, um banco e uma infraestrutura: Sousa Lara – que entretanto já foi porta-voz do Chega – o BES – que faliu um par de dias depois de Cavaco garantir a sua robustez e a carga policial da ponte 25 de Abril. É este, a par das negociatas obscuras, o legado do cavaquismo: ignorância, submissão ao sistema financeiro e muita porrada.

David não é Ron Jeremy

Nem só de wokes alienados se faz a imbecil cultura do cancelamento. Nos EUA – where else? – um puritano evangélico entendeu que apresentar uma imagem do David de Michelangelo nas aulas dedicadas ao Renascentismo era expor o seu filho a pornografia.

Sim, pornografia. Para este indivíduo, a pila de pedra do David equivale a uma suruba suada com esperma por todo o lado.

Ou vocês acham que os fundamentalistas religiosos são melhores que os fundamentalistas que querem “higienizar” a semântica?

É tudo malta muito virtuosa.
E estúpida.

Quem se lixou foi a directora da escola – privada – que acabou no olho da rua.

A guerra cultural em curso tem tanto de patética como de perigosa. E ambos os lados da contenda são igualmente dementes.

E inimigos da democracia.