Imposto só é roubo quando um país é governado por ladrões

Não sei quanto a vós, mas eu adoro a patranha neoliberal que garante, com arrogância pseudo-académica, que os nossos jovens abandonam o país devido à carga fiscal, porque, lá está, “imposto é roubo”.

Depois vai-se a ver para onde estão a sair os nossos jovens e constata-se que estão a trocar o Reino Unido – onde Rishi Sunak anunciou há dias a intenção de reduzir impostos – pelos países nórdicos.

Imposto só é roubo quando um país é governado por ladrões. Porque, até ver, ainda não se produziu um sistema mais funcional, decente, humano e capaz de gerar tanto bem-estar a tantas pessoas como aquele que assenta precisamente na ideologia que propõe impostos elevadíssimos para financiar um estado social amplo e eficaz. Chama-se social-democracia, é filha do socialismo, neta de Marx, Engels e Lassalle.

Imposto não é roubo. Roubo é querer deixar o cidadão comum ao Deus-dará, para proteger as grandes fortunas que, regra geral, são quem mais beneficia dos serviços e infraestruturas do Estado. E do favor dos sucessivos governos. Taxem-se.

Comments

  1. Paulo Marques says:

    Imposto, que não estamos na idade média, é o retorno do investimento para limitar o uso e redistribuir recursos reais. Discutir se é alto ou baixo faz tanto sentido como qualquer outro indicador que seja suposto usar para descrever toda a economia.
    Se é gasto no estado social é uma escolha que a social-democracia passa por impossível, enquanto mantém mínimos para impedir uma revolta.

  2. JgMenos says:

    ‘ideologia que propõe impostos elevadíssimos para financiar um estado social amplo e eficaz’

    O amplo que abriga, todo o coirão que resolve não fazer nada de útil, a boiada de treteiros que se dizem políticos votados ao serviço público, a tolerância a toda a bandalheira.

    A eficiência que nunca é definida ou medida, que se invocada como objectivo logo desperta as ‘dignidades’ ofendidas.

    • Paulo Marques says:

      Crescem e vivem bem, sempre é melhor eficiência do que indicadores da treta que nem conseguem prever ou relacionar com coisa nenhuma. Não se preocupe, como finalmente confessa a patroa disto tudo, é para ir tudo para a rua até o moral melhorar.