Lisboa é por estes dias uma cidade cosmopolita, pressionada por elevada procura de turistas que nos visitam e contribuem fortemente para o PIB. São argumentos que todos já ouvimos até à exaustão. Agosto é por excelência o mês de época alta do turismo em Portugal, com os preços mais elevados do ano. O centro histórico de Lisboa, onde se incluem o Marquês de Pombal, Av. da Liberdade e Baixa pombalina, é obviamente incontornável para esta actividade económica.
Restringir fortemente a circulação a nacionais e estrangeiros, causando constrangimentos à vida de cidadãos e empresas, apenas lembraria a governantes terceiro-mundistas, arvorados em Coronel Tapioca, preparados para se colocarem em bicos de pés, ávidos por aparecerem na foto. Os custos serão pagos pelos mesmos de sempre, os que ainda pagam os estádios do Euro 2004 e caso a candidatura Ibérica do Mundial 2030 saia vencedora, irão pagar os custos de mais um mega-evento. Além do TGV, nova travessia do Tejo, aeroporto de Lisboa, dezenas de estudos e pareceres para todos os gostos que suportam todas as decisões e suas contrárias, porque o plano rodoviário nacional está muito avançado e já não há muitos quilómetros de auto-estrada por construir.
Não está obviamente em causa a Igreja Católica, ou sua legitimidade para organizar eventos, mas as JMJ em Madrid foram realizadas sem financiamento do contribuinte espanhol. No Panamá em 2019, realizaram-se com um palco, mas em Portugal teremos vários, do Parque Tejo ao Marquês de Pombal, passando por Belém. Um dia saberemos os custos reais deste evento, realizado com recurso a ajustes directos, apesar da organização até ter beneficiado de mais 1 ano para se preparar, face ao adiamento motivado pela pandemia.
Não é preciso ser especialista para perceber que não haverá retorno futuro que compense o investimento a que o contribuinte português uma vez mais é chamado a financiar, além dos prejuízos causados à cidade de Lisboa, em particular às suas pequenas e micro-empresas, começando desde já na diminuição de estadias em hotéis e alojamentos locais, uma vez que estamos a afugentar turistas que consomem por viajantes low-cost. Mas Marcelo, Costa e Moedas terão lugar nas fotos da imprensa mundial, sentados na primeira fila.
Pois é!
A JMJ vai ser o maior fiasco, logo a seguir à estrondosa deslocalização da Autoeuropa para as Filipinas, após uma sucessão de greves selvagens, e outras ainda piores, comandadas por sindicaleiros esquerdeiros que garantiam estadias na Colónia de Férias da CGTP do Meco aos grevistas mais persistentes (e que colocavam, sorrateiramente a trabalhar na montagem da Festa do Avante!).
E foi o que se viu. Quando um dia acordaram e resolveram ir ver como estava o trabalho, encontraram as linhas de montagem já todas encaixotadas e a serem carregadas para contentores da HDL, logo rapidamente recolhidos por um porta-contentores fundeado no Tejo, disfarçado de cacilheiro para não atrair suspeitas.
Agora choram, e até já consta que vão para o parque Eduardo VII à espera do Papa, a quem vão pedir proteção divina para os postos de trabalho que já não existem!
Bandidos!
Caríssimo homónimo
Gostei imenso do seu post, particularmente desta parte :
“além dos prejuízos causados à cidade de Lisboa, em particular às suas pequenas e micro-empresas”
E olhe que estou muito longe de ser papista
Alguém proteja o santo Alojamento Local, que nem o Moedas nos salva!
Um país parado.
Venha o Mundial.
Pois a tua mãe de quatro. Fosses tu trabalhar na Auto Europa, com horários desrregulados, escravatura, o raio que o parta. É claro que o capitalismo não tem pátria, vieram para Portugal pensando que Portugal não tinha lei, que os trabalhadores portugueses não tinham espinha, que seria um paraíso para sua exploração. É claro que teriam de ir em busca de um paraíso, as Filipinas, um povo humilhado, não humilde, nas mãos de um militar psicopata cujos esquadrões da morte até já mataram doentes de cancro porque os confundiram com consumidores de droga. Essa gente é que a leva direita, quem for de esquerda leva um tiro nos cornos, quem exigir direito leva um tiro nos cornos, viva o paraíso tropical. Ninguém vai morrer de fome por causa da partida da Autoeuropa. Alemãs nazis, já vão tarde. O mundo anda, a vida continua, essa empresa que veio para cá porque o Cavaco lhes prometeu 10 anos sem impostos pode mesmo ir para as Filipinas ou para mais longe ainda. Ninguém precisa de vampiros.
Pois tá bem!
Tenha calma, “whale project”, tenha calma!
Vosselência não percebeu pêvea! Estava melhor quietinho! Para homilias já bastam as do Doutor Papa!
E seja mais bem educadinho, deixe as mãezinhas de parte!
É uma chatice é ter-se matado o AL, assim invés das candidaturas aumentarem 68% tinham aumentado 680% e éramos o país mais rico do mundo!