Julgo que descobri, finalmente, um bom uso para um dos termos favoritos dos novos fascistas, dos populistas, dos nacionalistas que veneram alemães, dos adolescentes que odeiam mulheres, porque nenhuma está para os aturar, e dos extremistas de direita em geral.
Falo-vos, claro, do termo “jornalixo”.
E se há caso em que o termo faz realmente sentido, esse caso é esta capa do jornalixo do CH, que dá pelo nome de Folha Nacional.
Todos conhecemos vários casos de mentiras descaradas, manipulação de dados e estatísticas ou sondagens marteladas – mais um dia no escritório lá do sítio – mas fico-me por esta capa que, em boa verdade, resume muito bem o que é a propaganda do CH: um contínuo de aldrabices e de insultos à inteligência de qualquer ser humano.
Para alimentar o ódio aos imigrantes, um dos segmentos de mercado mais rentáveis para o CH, decidiu-se propagar, uma vez mais, uma mentira canalha: que os imigrantes usam o SNS à custa dos portugueses. Como se nenhum deles trabalhasse ou pagasse impostos. O que não deixa de ser irónico, num tempo em que milhares de portugueses recebem reformas graças ao trabalho dos imigrantes, que garantem, hoje, o superavit da Segurança Social.
Para reforçar a aldrabice, o que fizeram os responsáveis por esta capa tão canalha que nem para forrar as janelas de um tasco em obras serve?
Usaram a fotografia de uma sala de espera repleta de imigrantes que se vê na capa do jornalixo em baixo.
Problema: esta fotografia não existe.
E este momento nunca aconteceu.
É uma montagem, que usa diferentes fotos e inteligência artificial, cujo objectivo é somente um: aldrabar os portugueses que Ventura e o CH garantem ser aldrabados pelo sistema, quando é o sistema do André que os aldraba, todos os dias, quase sem excepção.
Que os aldraba, e insulta, que troça da sua inteligência e os trata como idiotas e mentecaptos.
E sim, isto é intencional.
Esta fotografia não existia, alguém teve que a criar. E tem a marca de água do jornal do CH.
E, convenhamos, o artista que inventou esta porcaria fez um péssimo trabalho. Entre pessoas sem pernas, mãos deformadas e outros sinais claros de manipulação digital, rapidamente se desmascarou a aldrabice. Mas não sem antes iludir uns quantos papalvos.
Imagina teres estas pessoas a governar Portugal.
Note-se na fotografia que todos os imigrantes são do subcontinente indiano. Não se vê brasileiros, chineses nem africanos. Muito menos se vê imigrantes europeus, que também os há muitíssimos.
Isto mostra que a atual rejeição dos imigrantes, em Portugal, se origina e tem como alvo basicamente apenas as pessoas do subcontinente indiano.
Trata-se de um fenómeno de rejeição racial e cultural contra um tipo de pessoas ao qual os portugueses não estão habituados.
Onde se lê “imigrantes” na propaganda do CHEGA dever-se-ia ler “indianos”.
Lá lhes faltou a fotografia das que vêm com malas, directas do aeroorto, para parirem portugueses de gema!
Pois cá está!
JgMenos pronto, de dedos em riste no teclado a tentar desviar a malta da constatação da aldrabice jornalixica.
Podia ter sido mais eficiente, com um comentário do tipo “lá lhes faltou a fotografia dos que vêm com malas, directas do aeroporto, para encherem os gabinetes dos Chegarrascas na Assembleia da República” ou, com muito mais eficiência “as abetardas, na Beira Baixa, migraram do Alentejo e estão a comer as cerejas todas”.
É compreensível. Começando a considerar mais seriamente a perspetiva do ansiado encontro com o seu ídolo Oliveira da Figueira estar para breve, vem dar um jeitinho de proteção aos seus aldrabões preferidos, a Turma do Pastorinho, com o sagrado objetivo de começar a purgar a alma.
Sim, porque aldrabão que acode a aldrabão tem 100 anos de perdão.
Há aqui um erro: onde se lê “Oliveira da Figueira” deve ler-se “Oliveira da Cerejeira”. No caso, a identificação da árvore em causa é da maior importância!
Fora o já analisado, deviam fazer o quê? Serem legalizados e não ter direitos? Morrerem em qualquer lado quando não estão legais e não têm direito? Pagarem um seguro aos donos da Chaga?
Não devemos desistir de dizer a verdade! sabemos que uma parte da comunicação-social, é paga com os nossos impostos, mas está ao serviço da burguesia e do capitalismo em particular!
Espero e desejo que um dia mude , só não sei, é quando!