A escolha pró-Kremlin de André Ventura

André Ventura escolheu António Tânger Corrêa para cabeça de lista do seu partido às Europeias de Junho.
Trata-se de um antigo diplomata, com um histórico que inclui o recebimento de “prendas” em funções – uma delas foi um veleiro, não estamos a falar de caixas de robalos – e a gestão irregular das finanças da Embaixada Portuguesa em Vilnius, que Ventura foi buscar ao “sistema” que diz combater.
Mas o mais interessante aqui não é mais esta prova provada da desonestidade da narrativa do partido de André Ventura. É o facto de Tânger Correia ter subscrito a teoria de que os responsáveis da invasão russa da Ucrânia são… os ucranianos.
Sendo conhecedor das posições de Tânger Correia sobre a invasão da Ucrânia, alinhadas com a narrativa do Kremlin, André Ventura não hesitou na sua escolha. Isto num quadro em que a situação actual na Ucrânia representa uma das principais ameaças existenciais à sobrevivência da UE.
A outra ameaça é o próprio grupo parlamentar de Ventura em Bruxelas, que congrega a ala dura dos eurocépticos, alinhados com o trumpismo isolacionista, que pretende deixar a Ucrânia à sua sorte e, por conseguinte, o Báltico e os Balcãs em pânico.
Estranhamente, a imprensa que Ventura acusa de perseguir o seu partido não o confronta com estes factos. Dá uma entrevista por dia e não há um jornalista que tenha a coragem de lhe perguntar se está alinhado com a sua família política europeia na cruzada pela destruição da União Europeia.
Uma vítima do sistema, coitado.

Legislativas 2024 – Sosseguem: isto ainda pode piorar

Nada ficará decidido hoje.

E será interessante perceber o que farão os protagonistas nos próximos dias.

O PS não quer acordos com o CH.

Montenegro disse que “não é não”.

Ventura já se fez à AD e até avisou, há dias, que tinha amigos no PSD. Apesar de se referir ao partido como “prostituta”.

Problema: se PS e AD se entenderem, a oposição fica entregue ao CH. E isso fará com que o CH cresça ainda mais.

Outro problema: se a AD fizer um acordo com o CH, perde a face e será penalizado no futuro.

Terceiro problema: o PS até pode ganhar, mas não tem ninguém com quem se entender.

Tenho o pressentimento que teremos novas eleições em breve.

Por isso sosseguem: isto ainda pode piorar.

Vá lá que o ADN não elegeu um chalupa. Mas faltou pouco.

 

Foi você que perdeu um cérebro?

Pensei que fosse gozo, mas é mesmo verdade: no Twitter, André Ventura garante que a sede do CH foi atacada por activistas climáticos, sem apresentar uma única prova, acusando-os de atacarem o seu gato. O tweet vem acompanhado com uma foto do gato com uma mancha verde de meio centímetro de diâmetro.
Pior: há pessoas, com cérebros, que acreditaram nisto.

[Read more…]

Mulheres: um voto em André Ventura é um voto contra os vossos direitos

Dia Internacional da Mulher.

O dia perfeito para recordar que o partido de André Ventura tem militantes que defendem a remoção dos ovários das mulheres que recorrem à IVG.

Entre outras ideias que visam reduzir a mulher ao papel que teve durante o Estado Novo: uma subalterna do marido ou do pai, submissa, na cozinha, sem carreira profissional, de pernas abertas sempre que o homem quiser.

Sem levantar ondas.

Calada e obediente.

Ou, regressando ao léxico fascista do Estado Novo, “recatada e do lar”.

Mulheres: um voto em André Ventura é um voto contra os vossos direitos. [Read more…]

Breaking: André Ventura recruta cabeça de lista num prostíbulo

Rui Cristina, o político sorridente que surge nesta foto com André Ventura, é o cabeça de lista do CH por Évora. Em Janeiro, era deputado do PSD, o partido “do sistema” que Ventura apelidou recentemente de “prostituta”. Quer isto dizer que Ventura recruta cabeças de lista em prostíbulos?

Who’s the whore now?

Admitam: os imigrantes fazem mais falta que o partido de André Ventura

Raro é o dia em que não lido com indianos, nepaleses, brasileiros e pessoas de outras nacionalidades que chegaram à Trofa nos últimos anos, em busca de uma vida melhor.

Vamos sublinhar já esta parte: em busca de uma vida melhor.

Como aqueles portugueses que começaram a sair daqui quando Portugal era uma ditadura fascista. Fugiam de um regime opressor, fugiam da guerra e da miséria. Os mesmos motivos que levam indianos, nepaleses e brasileiros a fugir.

Ao contrário daquilo que afirma a extrema-direita e a direita radical, coro ao qual se juntou recentemente Pedro Passos Coelho, não se registou qualquer aumento de insegurança, ou mesmo da criminalidade, decorrente da chegada destas pessoas ao nosso país.

É falso e é uma canalhice usar este pretexto para atacar os imigrantes.

E é xenofobia também. [Read more…]

André Ventura e as forças vivas do PSD

Do Volksvargas.

André Ventura, o grau zero da credibilidade

Diz-se anti-sistema, mas acobarda-se contra os donos disto tudo.

Diz-se contra as elites, mas é financiado por algumas das maiores fortunas do país.

Diz-se contra corrupção, mas enche o peito para anunciar um vídeo de apoio de Viktor Orbán, um dos políticos mais corruptos da Europa.

Diz-se implacável contra os criminosos, mas tem vários condenados nas suas listas.

Diz-se um homem do povo, mas passou a campanha fechado em salões, longe da rua. [Read more…]

Quem financiou o partido de André Ventura?

O partido de André Ventura, que se propõe limpar Portugal com criminosos condenados nas suas listas, foi notícia por suspeitas fundadas de financiamento ilegal, devido a milhares de euros de donativos cuja origem não é conhecida ou explicada pelo partido.

Querem ver que é desta que se descobrem lá alguns rublos do Putin?

Ventura e o orgulho de ter Miguel Relvas como aliado

Mesmo que não se confirme, o facto de André Ventura apresentar o nome de Miguel Relvas como aliado diz-nos tudo sobre a farsa anti-sistema que o seu partido tenta vender.

A escolha de Pedro Passos Coelho

Pedro Passos Coelho entrou na campanha da pior maneira.

No Algarve, região do país que, de forma literal, não sobrevive economicamente sem os imigrantes que chegam ao país, o antigo primeiro-ministro escolheu a demagogia, associando a imigração ao aumento da insegurança em Portugal, sem um único dado ou facto que sustente a sua insinuação.

E, de uma assentada, o discurso de Passos Coelho teve 3 efeitos imediatos:

  1. Revelou a permeabilidade do espaço político da AD a uma das mais perigosas ideias populistas defendidas pelo partido de André Ventura, o que nos dá indicações preocupantes sobre o futuro.
  2. Demonstrou que o PSD está disponível para combater o CH no lamaçal da demagogia. Um erro já tentado noutros países, sempre com o mesmo resultado: com a derrota da direita moderada.
  3. Fez mais pela mobilização do eleitorado à esquerda que qualquer aprendiz de fascista. Um erro táctico.

Dir-me-ão que Passos estava só de passagem. Mas eu sou céptico e não acredito em coincidências na política. E elas começam a ser muitas.

Como a proposta de Paulo Núncio para referendar o direito ao aborto.

Caminhamos sobre gelo fino.

O dia em que Ventura cuspiu no prato que Passos Coelho lhe serviu

No debate com Luís Montenegro, André Ventura teve a cara de pau de arremessar o memorando da Troika contra o seu adversário.

Tal como Montenegro, Ventura era militante do PSD quando o governo Passos Coelho aplicou cortes nas pensões. E não se lhe conhece uma palavra contra a decisão.

Aliás, o PSD que aplicou esses cortes foi o mesmo que apoiou a sua candidatura a Loures. E que não deixou cair Ventura quando o recital de racismo e xenofobia começou.

Ventura fala muito de vergonha, mas não tem nenhuma na cara. Maquiavélico, no pior sentido da palavra, não olha a meios para atingir os seus objectivos pessoais. E o PSD, se tem amor-próprio, nunca, em tempo algum, aceitará acordos com um demagogo que cospe desta forma no prato que comeu. Será o seu fim.

A miséria

Há dias, durante a manifestação em Lisboa que reuniu cerca de uma centena de fascistas, nazis e apoiantes do partido de André Ventura em geral, gritou-se por Salazar.

Este saudosismo, sempre presente nos comícios e conclaves do CH, é um alerta autoexplicativo sobre o que nos espera caso a extrema-direita chegue ao poder. O próprio slogan do Estado Novo, “Deus, Pátria, Família”, foi orgulhosamente apropriado pelos seus apoiantes.

Torna-se, por isso, importante recordar o que foi o Estado Novo. O que foi o salazarismo.

As vezes que forem necessárias.

E o salazarismo foi, essencialmente, um tempo de miséria. [Read more…]

RAP expõe a fraude do avô fascista em 2 minutos

Para mais informações sobre o avô fascista do partido André Ventura, façam o favor de consultar esta posta.

E, para mais motivos para não votar no partido André Ventura, podem consultar esta.

Rui Cruz, o militante mais corajoso do partido de André Ventura

Não perdi muito tempo com o congresso da unipessoal de André Ventura. O meu fim-de-semana é demasiadamente precioso para gastar uma hora que seja com o projecto político pessoal de um mitómano sem originalidade, que se limita a fazer copy/paste da demagogia populista de personagens sinistros como Trump, Bolsonaro ou Milei.

Mas fiz há bocado um intervalo, a meio do turno de Sábado à noite, para fumar um cigarro. Aproveitei para espreitar o que se passava no Twitter e dei de frente com Rui Cruz, que pelos vistos escreveu uma moção com António Pinto Pereira, um dos muitos nomes que a extrema-direita “anti-sistema” foi recrutar ao sistema. Ao mesmo PSD onde Ventura se fez político. [Read more…]

Liberais até dizer Chega

“Dissidentes da IL estão a colaborar com o Chega.”

Os amigos de Ventura são amigos de Putin

Na foto podemos ver André Ventura com os cabeças de cartaz do evento da sua Unipessoal, que decorreu na passada semana.

Ao seu lado direito temos Marine Le Pen, directamente financiada pela oligarquia do Kremlin, que defende, imaginem vocês, o fim das sanções contra o regime de Putin.

Por esta é que vocês não estavam à espera.

Ao seu lado direito temos Tino Chrupalla (os trocadilhos que podíamos fazer com este nome), que também é um bom amigo de Moscovo (e de Pequim), onde ia com frequência. A convite, vejam lá vocês, do governo russo.

Quando isto da “operação militar especial” terminar, Ventura devia convidar Putin para cá vir a um dos seus eventos. Existe tanto em comum entre eles que seria uma pena se não se conhecerem. Quem sabe não nasce dali uma nova amizade. Tantos amigos em comum não podem ser coincidência.

André Ventura e a farsa de ser anti-sistema

Questionado sobre se teria quadros para preencher tantos assentos parlamentares, o líder do Chega garantiu que sim: tem “muitos” que vieram do CDS, garantiu, e uma maioria que chega ao partido vinda do PSD e do PS – “os que governaram este país nos últimos 50 anos”, lembrou, desta vez como argumento para atestar a competência da governação.

(via Expresso)

[Read more…]

José Luís Carneiro posicionou-se

Contra Pedro Nuno Santos, contra a Geringonça e a favor de deixar um governo minoritário PSD/IL governar, para manter o CH do lado de fora da cerca sanitária.

Era uma vez Miguel Castro, o líder do CH Madeira que meteu baixa para fazer uma arruada

Miguel Castro, cabeça de lista do partido de André Ventura às regionais na Madeira, definiu o “combate à subsidiodependência” como umas das suas principais bandeiras eleitorais.

Gajos a viver à pala do Estado?

O CH é contra.

Seja qual for a razão por trás do subsídio.

Se não forem todos dependentes dele, a propaganda populista não vende tão bem.

  • Mas ó Miguel, trata-se de uma viúva de 94 anos com 70% de incapacidade!
  • Não interessa, que vá trabalhar! [Read more…]

Partido CH, uma ameaça à segurança nacional

Um dos argumentos mais usados pela extrema-direita para vender o seu projecto de autoritarismo e supressão da liberdade é o da segurança. Sempre de mãos dadas com o medo. Medo de crentes de outras religiões, medo da imigração, apimentada por teorias estapafúrdias de substituição populacional programada, medo de tudo o que é diferente.

Azar o deles, Portugal não padece de nenhum desses problemas. E voltou a surgir no top 10 do Global Peace Index, como o 7º país mais seguro do mundo. Uma chatice para a minoria liderada por André Ventura, que lá terá que continuar agarrada aos ciganos. [Read more…]

Será que André Ventura os tem no sítio?

André Ventura não gosta do Papa Francisco. É natural. Francisco tem alertado para a ameaça que representam a instigação do ódio e a instrumentalização da fé católica para fins políticos, duas das especialidades de um político que por várias vezes se assumiu como enviado ou escolhido por Deus.

A táctica de autopromoção de Ventura, contudo, obriga-o a não hostilizar o Papa, como de resto não hostiliza padres pedófilos. No entanto, atendendo a que o Papa Francisco afirmou, há dias, que a guerra da Ucrânia está a ser alimentada pelos interesses de vários impérios, e não apenas pelo interesse do império russo, o mínimo que Ventura e os funcionários da sua unipessoal podem fazer, depois da vergonha a que ontem submeteram a Assembleia da República, é convocar nova manifestação para as Jornadas Mundiais da Juventude, acusar Francisco de servir Putin, insultá-lo e insultar todos os que o seguem. Seria giro de ver, se André Ventura os tivesse no sítio.

Fun fact: não tem.

Açores, uma lição de estabilidade

A Geringonça durou quatro anos.

A versão açoriana de direita, com a extrema-direita na equação, durou dois e meio.

A piada não está na durabilidade de cada solução.

Nem no espantalho da instabilidade que se agitou todos os dias, entre Novembro de 2015 e Outubro de 2019.

Esta no facto de terem sido os partidos que não aguentaram o acordo do Açores até ao fim a agitá-lo.

Se não conseguem entender-se para governar uma região autónoma, como conseguirão fazê-lo para governar o país?

Karma is a what?

André Ventura recebe os amigos de Putin

Em menos de 24 horas, André Ventura recebeu o emissário de Orbán, principal aliado europeu de Putin e força de bloqueio de sanções da UE ao Kremlin, e questionou os aliados de PCP, BE e PS, com Moscovo nas entrelinhas e acusações de hipocrisia. [Read more…]

Luís Montenegro: a cópia, o original e o comunismo

Marcelo avisou, aquando das lamentáveis declarações sobre a imigração, mas Montenegro fez orelhas moucas. Talvez seja parte de uma estratégia de curto prazo para atrair eleitorado do CH, mas, no longo prazo, a lição do presidente da República será implacável: entre o original e a cópia, o original leva sempre a melhor. Sempre. E isso terá um custo enorme para o maior partido da oposição.

Não contente, o líder do PSD continua na senda da radicalização. Nos últimos dias, o discurso de Luís Montenegro vem a apostar num delírio populista, que assenta na ideia de um PS comunista. Nada o distingue, a este respeito, daquela que é a narrativa do CH. Mas nem o PS é comunista, nem o governo tem políticas comunistas. É uma absoluta falsidade com a agravante de ser deliberada. [Read more…]

Carlos Moedas e a imigração sem noção

Carlos Moedas fez um número de circo político como há muito não se via. Visivelmente incomodado com as críticas certeiras de Marcelo Rebelo de Sousa, que alertou a cúpula do PSD para os perigos de se remeter ao papel de cópia de um perigoso original, a propósito das intervenções infelizes de Moedas e Montenegro sobre os problemas da imigração, o edil de Lisboa saiu-se com esta:

Eu fui emigrante, sou casado com uma imigrante, não aceito lições de ninguém nesta matéria.

Imagino as dificuldades que atravessou o emigrante Moedas, numa frágil jangada de madeira a caminho do Goldman Sachs. Ou a arriscada travessia do deserto que fez, a pé e sem comida, de Portugal até Bruxelas. Que importantes lições terá aprendido, nessas jornadas onde a morte está sempre à espreita? A da noção não foi de certeza.

Párem de comparar a IL com a extrema-direita

Meter a IL e o CH no mesmo saco é, tão somente, um favor que se faz ao CH. E a todos os que pretendem um fosso tão grande entre a esquerda e a direita que acabe de vez com a comunicação. Não darei para esse peditório. Não faço favores à extrema-direita. Quem quiser que os faça.

O “sistema” em defesa de André Ventura: o caso de Miguel Relvas

Disse Miguel Relvas, a propósito da integração da extrema-direita num governo PSD:

A verdade é que  há um grande preconceito por parte da comunicação social e do país em relação ao discurso do CH e à imagem do CH.

Mas Relvas não partilha desse preconceito. Aliás, não lhe repugnaria ver o CH integrado num governo PSD. Se dúvidas restassem sobre a capacidade da elite capitalista em acolher a extrema-direita nos seus braços, Relvas foi claro e transparente a esse respeito. Coisa que Montenegro, entre uma dissimulação e outra, não conseguiu ainda ser, apesar de ser evidente, o caminho que pretende seguir.

P.S: Se André Ventura é tão “antissistema” como afirma ser, estou certo que rapidamente se afastará deste endorsement. Ou expõe ainda mais a sua hipocrisia e a falsidade da sua narrativa.

Ventura e Montenegro: descubra as diferenças

Nunca pensei dizer isto, mas quando André Ventura fizer ao PSD de Montenegro o que fez àquele pequeno partido do pai da deputada Rita Matias, vou ter saudades do CDS. E vocês também. Eram tempos mais simples.

Na Mouraria, Montenegro ficou mais próximo de Ventura

No rescaldo do incêndio na Mouraria, que vitimou mortalmente dois emigrantes e expôs as condições desumanas em que vivem, com a cumplicidade dos senhorios que não têm como ser alheios ao que se passa nas suas propriedades, Luís Montenegro apresentou ao país a sua visão para a emigração: um programa para escolher os colaboradores que queremos em Portugal.

Se Montenegro descesse ao país real, rapidamente perceberia que os colaboradores que a economia procura são sobretudo aqueles que estão disponíveis para trabalhar, por salários miseráveis, nas entregas, na restauração, na construção civil e no lado menos glamouroso do turismo. Projectos com nomes pomposos e objectivos moderníssimos como “atrair talento” não resolvem o problema imediato de grande parte dos empresários portugueses, que é encontrar quem venda a sua força de trabalho pelo menor valor possível, para fazer as tarefas que a maioria dos portugueses já não quer fazer.

[Read more…]