Ensino Privado: E novidades?….

Nos últimos dias a publicação de um suposto “ranking” das escolas deu, como sempre, que falar. Nestas alturas e perante este tipo de rankings estilo “produto do ano” ou “escolha do consumidor” ou “Best European destination” lembro-me sempre da notícia do Jornal de Notícias sobre os resultados nas universidades dos estudantes oriundos do ensino privado.

O estudo em causa, que comparou os resultados de 1700 alunos que frequentaram a Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) entre 2007 e 2014, foi realizado por uma investigadora do CINTESIS. Não sei se existem estudos mais recentes. Tenho dúvidas que os resultados fossem muito diferentes.

Querido páisinho

Bilhete encontrado na secretária do Senhor Presidente e ilustre Administrador desta Empresa, que lhe deve ter caído das mãos quando se sentiu mal ao lê-lo e que aqui se traz a despacho:

“Querido páisinho:
Estou muito felis a Dona Açunção Cristas dice que quem não tem nota para entrar na univercidade púbica pode entrar se pagar uma tacha com dinheiro que o páisinho tem muito e o meu quaze não xega para a gasolina do Proche a mâesinha já dise que está bem e queria muito ter um filho dôtôr e assim e tá dezerta para me ver de kapa e batina e essas coisas eu sei que o páisinho tabém porque era melhor eu entrar na empreza do páisihno com um cruso suprior e eu não tenho notas proque os porfeçores não gostão de mim e teem inveja do meu carro e das minhas rôpas e isso que eu bem sei e agora todos entram na univrecidade menus eu e eu até já dice a eles que eles podem ter notas na páuta mas tenho notas no bolço á á á já ovi dizer que o que a senhora dona Cristas axa é parecido com o PAN porque açim até um camelo pode ser dôtôr mas é tudo inveija o paizinho pagame aquele dinheiro para eu entrar na univrecidade não paga? obrigado paisinho agora é que eles vam ver que eu não sou buro nenhum ã ã ã. De certeza que hádes fazer isso com já fizestes doutras veses.
Beiginhos páisinho estou tam contente !!!
Benardo”

A manipulação de notas

pescadinhaA entrada para a Universidade em Portugal depende, na maior parte dos casos, da classificação final do ensino secundário, o que inclui a avaliação do trabalho dos alunos ao longo de três anos e os resultados dos exames, que poderão ter pesos diferentes conforme correspondam ou não a disciplinas específicas escolhidas pelas instituições de ensino superior.

Assim, um aluno que queira entrar para um curso superior tem de se preocupar apenas com as classificações. O “apenas” pode parecer estranho, como se tirar boas médias fosse fácil, mas a verdade é que ter como única preocupação uma média aritmética é empobrecedor e enganoso, porque não é garantia de que um aluno fique verdadeiramente preparado e, mais do que isso, não é suficiente para ficar a saber se escolheu o percurso académico que se ajusta às suas características.

São frequentes as referências à necessidade de rever o sistema de acesso ao ensino superior, que deveria passar por um papel mais activo das próprias universidades, uma vez que, no fundo, se limitam a seleccionar os seus alunos com base no trabalho realizado no ensino secundário. As razões para esta abstenção universitária serão várias, incluindo falta de recursos para realização de provas de acesso e de entrevistas, por exemplo. [Read more…]