É de pequenino que se corrompe o menino

Na capa do Expresso da semana passada, nada de novo: há colégios privados que continuam a corromper o sistema e a vender médias elevadas para quem as pode e quer pagar.

Seja génio ou mandrião, qualquer filho ou filha de pais ricos pode corromper o sistema educativo e comprar as notas que pretende para o curso que quiser. É um modelo de negócio de décadas, e eu ainda sou do tempo em que alunos do meu liceu, na Trofa, iam para colégios no Porto “subir a média”.

Igualmente grave é a afirmação na primeira página do Expresso:

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E andamos nós a gastar milhões de euros com estes tipos

Escolas privadas continuam a inflacionar notas no secundário” [Expresso]

A manipulação de notas

pescadinhaA entrada para a Universidade em Portugal depende, na maior parte dos casos, da classificação final do ensino secundário, o que inclui a avaliação do trabalho dos alunos ao longo de três anos e os resultados dos exames, que poderão ter pesos diferentes conforme correspondam ou não a disciplinas específicas escolhidas pelas instituições de ensino superior.

Assim, um aluno que queira entrar para um curso superior tem de se preocupar apenas com as classificações. O “apenas” pode parecer estranho, como se tirar boas médias fosse fácil, mas a verdade é que ter como única preocupação uma média aritmética é empobrecedor e enganoso, porque não é garantia de que um aluno fique verdadeiramente preparado e, mais do que isso, não é suficiente para ficar a saber se escolheu o percurso académico que se ajusta às suas características.

São frequentes as referências à necessidade de rever o sistema de acesso ao ensino superior, que deveria passar por um papel mais activo das próprias universidades, uma vez que, no fundo, se limitam a seleccionar os seus alunos com base no trabalho realizado no ensino secundário. As razões para esta abstenção universitária serão várias, incluindo falta de recursos para realização de provas de acesso e de entrevistas, por exemplo. [Read more…]

Acho que vou dar melhores notas

Se as notas de matemática são assim tão importantes, caramba, vamos a isso, pela felicidade nacional!

Nota: um excelente vídeo para mostrar a todos os estudantes e, já agora, a todos os pais.

Em Alfena não se realizaram Conselhos de Turma sem todos os professores presentes

alfena
Perguntei em post anterior se seria verdade que na Escola E B 2 3 de Alfena se realizaram Conselhos de Turma sem todos os professores estarem presentes por motivo de greve. Pelos vistos, os Conselhos de Turma não se realizaram mesmo e, por isso mesmo, cumpre-me pedir desculpas a toda a comunidade educativa de Alfena pela minha suposição.
Uma suposição que, de resto, partiu de um inacreditável erro do agrupamento. Durante todo o fim-de-semana, os alunos e seus encarregados de educação puderam consultar as suas notas do 3.º período através da plataforma do GIAE. E pelo menos num dos casos, estavam lançados todos os níveis à excepção dos da disciplina de Inglês. Suposição óbvia dos encarregados de educação: a professora de Inglês fez greve e a reunião foi realizada na mesma. Da forma como este Governo pressiona os seus directores, não seria algo de tão extraordinário assim.
Felizmente que não aconteceu, que a lei se cumpriu e que o agrupamento de Alfena deu mostras da sua honestidade. Mas em vez de insultos na caixa dos comentários do Aventar, por parte de 2 ou 3 professores, talvez fosse de bom tom o agrupamento reconhecer erros próprios. É que não fui eu que disponibilizei as notas aos alunos antes ainda da realização dos Conselhos de Turma.

Provas de aferição de matemática e de língua portuguesa – aumento das “negativas”

Foram hoje conhecidos os resultados das Provas de aferição de matemática e de língua portuguesa do 4º ano do ensino básico (antiga 4ª classe).

Como o próprio MEC reconhece, os resultados baixaram, principalmente a matemática onde a média desceu 14%.

(de 68,3% do ano passado, para 53,9% este ano).

Mas, há um dado esmagador – em 2011 houve 19% de alunos com “negativa” (nota D e E), enquanto este ano foram 43%, ou seja, na prova de aferição de matemática do 4º ano quase metade dos alunos tirou negativa.

A língua portuguesa, o insucesso aumentou 8%.

Perante esta catástrofe, Nuno Crato, o matemático, tem muito para analisar – sugiro que possa começar pelos dados que o MEC divulgou – e só para abrir as hostilidades, um número que surpreende, pelo menos com o olhar de Professor de matemática: houve 59% de “negativas” no capítulo da organização e tratamento de dados (estatística).

Isto não faz qualquer sentido! Ou será que faz, considerando a prova que foi feita?

Ah! Pois é. Se calhar chegou até aqui à procura dos resultados das provas de aferição do seu “filho” ou dos seus alunos. Lamento, mas esses dados são divulgados apenas ao nível de escola, logo sugiro que aproveite para ir até lá.

Que Notas São Estas?