Paraíso do Argumento ou Sibéria do Insulto?

1. Gostaria de enfatizar um ponto em matéria de colaboração e prazer de aventar, não como um presidente de clube que proclama confiança no treinador que irá despedir, mas como um coração amoroso, afectuoso, que ama e admira os companheiros aventadores, no seu brilho e na sua esplêndida liberdade, se revê inteiramente em Nelson Mandela, mas talvez escreva como Átila e olhe para a bloga como um espartano deseja com lágrimas a primeira linha do combate: por isso declaro que eu, Joaquim Carlos, estou perfeitamente à vontade quer com o volume quer com a substância dos insultos, ataques pessoais rasteiros e leituras debochantes que os meus posts por vezes merecem de anónimos viscerais, como eu, mas demasiado facciosos, irracionais e ideologizantes para misturar discordância com destruição e desmoralização. Vivo bem com isso. Bem sei que alguma ingenuidade e indiscrição minhas podem ser usadas contra mim. Aceito-o. Mesmo vindo de anónimos. Quem vai a combate, arrisca-se todo. Ou não vai.

Mas, numa sociedade menos imbecilizada e menos fanatizada, nunca deveria estar em causa quem escreve. Portugal não é o Egipto. Os números do País são frios. Os compromissos do Memorando foram assumidos e a sua revisão-suavização só poderá advir do cumprimento à partida. Pressupostos de boa vontade e boa fé negocial entre partes, quaisquer partes, fazem dos projectos de democracia, Democracias. Os riscos económicos de Portugal são comuns a demasiados países na Europa: esta é uma crise que é muito nossa, portuguesa, filha da corrupção e do eleitoralismo de décadas, e só agravada pelos problemas dos demais países, no pós-2008. Podemos debater e argumentar. Quem, ao invés, prefere insultar-me, rebaixar-me, é bem-vindo na mesma. Pode vir. Nem ameaças à minha integridade suscitarão, prometo, qualquer acto de censura ou a uma corrida aos armamentos da verve estéril. Não estou a pedir paz nem a acenar com a bandeira por tréguas. Estou a dizer que venham. Venham, se são homens. [Read more…]

Anónimos

                                

Dedico esta reflexão a todos os anónimos: aqueles que não assinam o que escrevem, aqueles cujo nome não é conhecido, aqueles que querem manter-se desconhecidos, a todos os outros anónimos que não cabem ou não gostam desta definição copiada do Wikcionário e, finalmente, a todos os que continuam a ser anónimos no derradeiro minuto…

São os anónimos que fazem o mundo continuar a girar apesar de tudo – e o nosso país em particular. São eles (nós) que podemos fazer a diferença. É neles que acreditamos, cada vez mais.
Não é por acaso que o Governo lançou a iniciativa «O Meu Movimento» (ver portal do governo)  que permite a cada cidadão, de uma forma “lúdica e simples” , fazer-se ouvir (saindo um pouco do anonimato!)… É só visto a quantidade de movimentos criados até ao momento –  sintoma de muitas carências no nosso país… [Read more…]

Libertação imediata do camarada Carlos Santos, o povo vencerá!

Há anónimos de quem gosto, porque lhes vim a conhecer a identidade e, sobretudo, a personalidade, e anónimos em blogues de esquerda, de direita, de cima e de baixo. E exagera também ao incluir a Jugular na lista de blogues com anónimos: tanto quanto sei, todos assinam pelo seu nome (apesar de, se te lembrares, nunca ninguém ter visto o Rogério:).

(…)

Algumas piadas e ameaças a jornalistas e editores de jornais, são inócuas vindas de mim ou de ti, e não o fazemos. Mas, se se demonstrasse, virem de assessores de um qualquer governo, seriam um grave atentado político ao Estado de Direito. O apelo subliminar a associações a grupos económicos para calar um jornalista como se fez aqui, confesso que me perturba. Ai do país em que isto venha do seu governo. Não seria asfixia democrática. Seria atentado à democracia!

Carlos Santos, A Regra do Jogo