A Irritante Busca da Verdade

Estamos pacificamente de acordo quanto à criminalidade subjacente ao caso BPN. Também deveríamos estar todos de acordo quanto ao processo manhoso, de dolo difuso, em que consistiu a nacionalização manhosa dos prejuízos do BPN, com manutenção privada dos suculentos activos SLN agregados ao mesmo Banco. O Bloco Central de Interesses vela por si mesmo, enquanto nos lixa sem piedade. Tem sido assim. E por vezes uma guerra para ver quem carrega com mais culpas ou o silêncio total quando não interessa escavar mais. Por isso, o que não percebo é por que motivo ainda não vi o visado a desmentir este incentivo aos swap em forma de despacho de 2009 ou alguém a entrevistar o Caimão para todos ficarmos a saber quem é que ilicitamente andou a ganhar dinheiro precisamente quando, em 2011, os juros da dívida portuguesa, nas diversas maturidades, rebentavam a escala e, por alguma razão mística, o Governo Português retardava o pedido de resgate. A busca da verdade é irritante, tirando o facto de andar pelos media um fermento de absolvição instantânea da Esquerda, se é que o PS é ou pode ser visto como tal coisa quando no poder. Esquerda ali é só para disfarçar outros desígnios que só o Caimão saberá.

Mais Carlos Costa SwaPinanço

Caimão Bicho

A chave está no Caimão.

Está por fazer um estudo documentado e a cores da arte do desmentido e do desmando nas duas legislaturas anteriores. Merece tese, aliás de fácil demonstração. Os desmentidos e farsas de desentendido desse passado reeditam-se, quando é preciso. Foi assim com as PPP. Foi assim com a Parque Escolar. É assim com os swap.

Trata-se de uma guerra de biombos, aparências, feita do ataque como a melhor defesa; repleta de treta para a arena cacofónica dos media. Pode ser que se escape por entre os pingos de chuva artificial e da poeira que se faz por levantar. Em vista da notícia que hoje explode a medo no Expresso, era de esperar, rápido como um raio que o parta, um desmentido carlos-costa-pínico do Mega-Ultra-Swap da EGREP. Ei-lo.

Acontece que no corpo desse desmentido está contida a chave para a completa viciação do jogo das meias-verdades, camuflado completo das meias-mentiras, pois quando o mega-swaper Costa Pina diz que o contrato ultra-swapinante com a EGREP recebeu parecer positivo da DGT e IGCP, é uma vez mais necessário recordar que fauna viciosa e parcial presidia às ditas siglas. Nestas matérias, os dois Governos anteriores jogavam em casa. A casa estava armadilhada. [Também tinham armadilhado a casa da Justiça, mas isso agora não interessa nada, embora explique quase tudo.] Tinham o árbitro por si. Era caseiro. E não havia equipa adversária.

Recorde-se e insista-se nisto: se era, e era!, o Caimão a presidir ao IGCP, qual a surpresa para um parecer ao gosto do freguês?! Qual a surpresa pela sordidez swap 2005-2011?! E em que é que um parecer positivo fanhoso de uma e de outra siglas defendeu os interesses do Estado, dos Contribuintes, protegendo-nos da voracidade-Casino da Banca?! Enganar as contas, empurrá-las com a barriga foi giro, não foi?! Vê-se.

Adenda: ainda sobre o conteúdo aflitivo do desmentido costa-pínico-pânico, eram 16:12, a certo passo, no ponto (iii), diz-se o seguinte, emenda que piora o soneto: «[… sobre o swap tóxico assinado por Costa Pina, importa esclarecer que se trata de uma operação realizada em 2006 que] foi alterada em 2007 e extinta em 2008 – por decisão da empresa, apesar de parecer contrário do IGCP -, e substituída, com data de 29 de Janeiro de 2009, por uma nova operação, sem autorização, intervenção ou prévio conhecimento da tutela». Ficamos todos muito mais descansados.

A Pergunta do Dia

O pior, todavia, o pior, em minha opinião, está nos negócios de venda de dívida pública portuguesa fora de mercado a investidores institucionais e a particulares e as outras operações nos mercados monetários. São esses negócios que têm de ser investigados prioritariamente, no IGCP e no Governo socialista, em paralelo com os swaps mais ou menos especulativos.

Do Portugal Profundo

Quais foram os governantes socialistas e apaniguados que lavaram o seu dinheiro sujo utilizando a porta guardada pelo Caimão comprando dívida pública portuguesa de curto prazo beneficiando de juros cada vez mais elevados enquanto tudo faziam para adiar o pedido de ajuda internacional, sabendo que quanto mais tarde a pedissem mais os juros de curto prazo subiam e maior seria o rendimento que obteriam com o seu dinheiro sujo com o sangue dos portugueses? O DCIAP já para o IGCP!!!

Ibidem