Para seres

ovos gigantes
O Anível diz que tem pareceres. Lembro-me do Vítor Constâncio, quando era Governador do Banco de Portugal, também dizia que tinha recebido “pareceres” que diziam estar tudo bem com o BPN. Isto anda tudo ligado, não anda?

Olha, lá diz o provérbio no programa da Manela Bocas: “à mulher de César não basta ser honesta, é preciso pareceres”.

[imagem: Petros Chrisostomou]

A Irritante Busca da Verdade

Estamos pacificamente de acordo quanto à criminalidade subjacente ao caso BPN. Também deveríamos estar todos de acordo quanto ao processo manhoso, de dolo difuso, em que consistiu a nacionalização manhosa dos prejuízos do BPN, com manutenção privada dos suculentos activos SLN agregados ao mesmo Banco. O Bloco Central de Interesses vela por si mesmo, enquanto nos lixa sem piedade. Tem sido assim. E por vezes uma guerra para ver quem carrega com mais culpas ou o silêncio total quando não interessa escavar mais. Por isso, o que não percebo é por que motivo ainda não vi o visado a desmentir este incentivo aos swap em forma de despacho de 2009 ou alguém a entrevistar o Caimão para todos ficarmos a saber quem é que ilicitamente andou a ganhar dinheiro precisamente quando, em 2011, os juros da dívida portuguesa, nas diversas maturidades, rebentavam a escala e, por alguma razão mística, o Governo Português retardava o pedido de resgate. A busca da verdade é irritante, tirando o facto de andar pelos media um fermento de absolvição instantânea da Esquerda, se é que o PS é ou pode ser visto como tal coisa quando no poder. Esquerda ali é só para disfarçar outros desígnios que só o Caimão saberá.

BPN = ainda + 6 submarinos

A frota de hipotéticos submersíveis que nunca o foram, continua a crescer, somando-se aos das PPP, comissões, etc. A juntarem-se aos dois operacionais – os melhores do mundo, segundo dizem os especialistas na matéria -, aqui estão mais uns tantos, directamente saídos do estaleiro BPN.

BPN e a Anedota do Estado de Direito

O caso de polícia BPN poderia ser a última gota da minha paciência com o Regime pastoso em Portugal, assente numa pedra angular chamada ganância e nada mais que a ganância, mas acho que ainda posso conter o vómito por mais algum tempo e continuar a fazer-lhe a autópsia. É difícil. Mas posso tentar. Para mais, há dois BPN e não apenas um. O BPN criminal de Oliveira e Costa averbava a simpática e módica quantia de 1,8 mil milhões de euros sem paradeiro. Mas depois houve um Governo competentíssimo que quis salvar Portugal desse buraco aberto pelos velhos e malcheirentos apparatchiks do PSD cavaquista e, como tudo em Portugal se trata de uma questão de amigos, a coisa rapidamente montou aos 8,3 mil milhões sem paradeiro. Era o Governo Competentíssimo da Bancarrota a ‘salvar’ Portugal. O que se passou? Política. Se foste corrupto e roubaste à vista dos meus olhos, roubarei também à vista dos teus. Manterei silêncio acerca do teu roubo, se mantiveres silêncio acerca do meu. Com os nossos dois silêncios somados, prosperaremos. E assim sucessivamente. [Read more…]

Olh’ó B(PN)uíça!


Nem um nem outro querem que saiba coisa alguma e dedicam-se ao vetusto teatrinho de sombras chinesas para português ver. O PS teme o deslindar do período da nacionalização dos prejuízos. O PSD nem quer ouvir falar daquilo que ainda está em curso, ou seja, o processo de reprivatização. Em suma, o Caso BPN é uma espécie de trança de alhos atirada à cara da vampiragem.
Pelo seu lado, o país quer saber tudo, tudo desde o início. Quer saber o que no BPN se passou desde o seu fatídico nascimento. Quer saber tudo acerca de quem nele se envolveu, não se olhando a Partidos, nomes, cargos passados ou figurões em exercício. Quer saber o porquê do buraco negro financeiro em que este banco se transformou, esmifrando os contribuintes.
Desta vez, exige-se que tudo não permaneça naquele habitual limbo a que o esquema vigente remete todos os assuntos ameaçadores.
Claro que estamos conscientes deste Caso BPN bem poder ser o Buíça da República. No entanto, vejam-no pela positiva, pois não se disparará um único tiro. Ninguém será abatido pelas costas.

Paulo Rangel e o BPN

Não interessa apenas quem diz, mas o que diz

bpnNa edição do Público de hoje, Paulo Rangel levanta uma série de questões pertinentes a propósito do BPN; sobretudo da avaliação pública do que o actual governo está a promover no domínio da privatização do famigerado banco, a favor do BIC de Amorim e Isabel dos Santos, dirigido por Mira Amaral. Rangel questiona indirectamente a ética da forte injecção de dinheiros públicos, por aumento de capital (600 milhões de euros) e  através de um recente empréstimo da CGD (300 milhões), para transaccionar um banco por, apenas, 40 milhões.

Tudo isto sucede, diz ele, num momento em que o governo está a impor aos portugueses um programa de medidas de austeridade, cuja legitimidade tem de ser irrepreensível.

Discordante da nacionalização do BPN desde a primeira hora, devido à megalómana ideia de risco sistémico do sistema bancário, Rangel refere a opacidade da operação em curso, e respectivos custos, como, de resto, sublinhei há dias, neste texto.

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As duas faces da moeda: a “oculta” e a “ocultada”

Dias LoureiroCavaco Silva, há tempos no ‘Expresso’, inspirou-se na Lei de Gresham, de Sir Thomas Gresham (1558), utilizando-a como metáfora para sustentar que os “maus” políticos acabariam de ser expulsos pelos “bons”. Do escrito, depreendia-se que a tese da proscrição se aplicava, então, a Pedro Santana Lopes, hoje Provedor da SCML por escolha de Passos Coelho.

Cavaco, se original no uso da metáfora, foi plagiado, nestas histórias monetárias, pelo ‘Sistema de Justiça Português” que baptizou de ‘Face Oculta’ o processo de investigação e acção judicial, envolvendo o sucateiro Godinho, Armando Vara, os Penedos, pai e filho, e outras figuras conectadas com o PS – o próprio Sócrates, até agora não pronunciado, é alegadamente protagonista de escutas suspeitosas.

Temos, pois, a moeda de ‘Face Oculta’, mas como a circulação da “má moeda” é intensa no espaço do “centrão”, entre a diversidade de operações duvidosas e correntes, existe uma outra, a do caso BPN, à qual, auxiliados pela imaginação dos investigadores e outros agentes do aparelho judicial, damos o nome de ‘Face Ocultada’.

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