A última esperança

A luta que os Professores têm vindo a desenvolver no último mês tem sido exemplar em muitos aspectos, nomeadamente ao nível da mobilização da classe que atingiu, em GREVE, dimensões nunca antes atingidas.

Mas, se os professores estão a lutar de forma singular, os boys de serviço continuam a não entender o que está em cima da mesa e que Pacheco Pereira tão bem descreveu esta semana:

O que está em causa para o governo na greve dos professores   é mostrar ao conjunto dos funcionários públicos, e por extensão a todos os portugueses que ainda têm trabalho, que não vale a pena resistir às medidas de corte de salários, aumentos de horários e despedimentos colectivos sem direitos nem justificações, a aplicar ao sector. É um conflito de poder, que nada tem a ver com a preocupação pelos alunos ou as suas famílias.

No DN, Pedro Tadeu, coloca a questão no ponto certo

O direito à greve foi assim transformado numa inalienável hipocrisia constitucional: um grevista é sempre, a priori, acusado por esta gente de estar a fazer mal ao País. E em qualquer empresa privada quase ninguém faz greve pois arrisca, logo, o desemprego.

Este jogo que parece ter de um lado os Professores e do outro Nuno Crato é bem mais complexo do que a espuma dos dias parece mostrar e todos começam a ter essa percepção. Obviamente, todos (ou quase!) defendem o direito à GREVE, mas nunca aquela em concreto: ou porque é cedo e não é tarde, porque é nos comboios e deveria ser nos aviões, porque é com alunos e deveria ser com os doentes, ou o diabo a quatro[Read more…]

III – Religião, Economia e Manifesto Comunista. As pretensões da família Marx

O Manifesto do Partido Comunista combina a seriedade filosófica mais profunda com o talento mais mordaz. Imagine a Rousseau, Voltaire, Holbach, Lessing, Heine e Hegel fundidos numa só pessoa – digo fundidos e não confundidos num monte – e o meu amigo terá o Dr. Marx.

O Manifesto acaba com uma revisão da actividade política dos partidos comunistas e do socialismo em todos os países da Europa e com uma expressão de temor: Uma parte da burguesia procura remediar os males sociais com o fim de consolidar a sociedade burguesa. Nessa categoria enfileiram-se os economistas, os filantropos, os humanitários, os que se ocupam em melhorar a sorte da classe operária, os organizadores de beneficências, os protectores dos animais, os fundadores das sociedades de temperança, enfim os reformadores de gabinete de toda categoria. [Read more…]