Os Vencedores de 26 de Março#1:

Declaração de interesses prévia: Até hoje os dedos da minha mão direita chegam e sobram para contar as vezes que estive com Marco António Costa e nos cumprimentamos. Não o conheço pessoalmente nem ele a mim.

Feitas as apresentações, vamos ao tema. Ao longo das últimas semanas e em especial durante a campanha para as directas no PSD, alguns bloggers e outros tantos opinion makers, apresentavam como exemplo negativo dos apoios de Pedro Passos Coelho, entre outros, o Marco António Costa. Como vivo na mesma região do actual Presidente da Distrital do Porto, conheço melhor o seu trabalho que o dos restantes exemplos apontados.

Ora, para os críticos, Marco António Costa é um aparelhista cuja única obra conhecida seria/será arregimentar ovelhas para o rebanho laranja. Sem perder tempo com explicações sobre liberdade, pensamento próprio e outras, no entender dos críticos, minudências, prefiro lançar a debate as realizações palpáveis de Marco António.

Enquanto autarca fez um bom trabalho em Valongo e está a repetir a façanha em Gaia. Pelo que me é dado a ver, a sua capacidade de trabalho é imensa. Aliás, segundo sei por amigos comuns, é frenético no que toca a trabalho. Enquanto líder da distrital, a ele se deve o crescimento do PSD no distrito nos últimos anos. Nas recentes eleições autárquicas foi uma peça fundamental para os autarcas da região e marcou presença em todo o lado. A sua equipa de trabalho, nota-se, está bem coordenada e raramente falham.

Foi deputado na Assembleia da República e conseguiu uma visibilidade suficientemente positiva para ser convidado como um dos elementos fixos de um dos painéis de debate da RTP. Nas últimas legislativas preferiu não se recandidatar ao lugar, demonstrando não estar agarrado a nada.

Então, qual é o problema de Marco António para gerar tantos anticorpos? É fácil: é um homem do Norte. Daqueles que não esquece nem renega as origens e isso, como todos sabem e nós por cá já estamos habituados, causa pele de galinha a muito boa gente para quem, nós, nortenhos, não passamos de uns broncos e, quiçá, não temos hábitos de higiene.

Quer se queira, quer não, Marco António é um dos vencedores da noite de 26 de Março e mereceu-a. Quem quiser e estiver de boa-fé acredita que foi trabalho. Quem preferir alimentar a maledicência e nos considera a todos acéfalos, continuará a acreditar na teoria do rebanho.

Leituras Directas:

O Carlos Sá Carneiro no Albergue Espanhol questiona a ERC.

No Blasfémias, o Carlos Abreu Amorim assume publicamente o seu apoio.

As Directas PSD #1:

Que me desculpem mas não vou discutir currículos. Qualquer um dos três candidatos a presidente do PSD é senhor de um excelente currículo. Os militantes do PSD, neste momento, e os portugueses em momento posterior, precisam que o PSD tenha um verdadeiro líder. Alguém que se apresente como uma verdadeira alternativa para Portugal.

Os militantes do PSD terão de analisar, daquilo que conhecem de qualquer um deles e dos seus programas, qual dos três está melhor preparado para conduzir o país rumo a um desenvolvimento equilibrado e com políticas geradoras de riqueza e postos de trabalho. Mais, qual deles é merecedor da confiança da maioria do eleitorado, quem consegue transmitir uma mensagem de esperança e de mudança para melhor. Não é, entendo, o currículo académico ou profissional que o dita. É, sobretudo, a forma como sabe escolher e rodear-se dos melhores, em cada área, de molde a criar uma alternativa construtiva e uma mudança necessária. Quer sejam militantes, quer sejam independentes.

Uma candidatura vencedora numas eleições internas num partido implica, necessariamente, que o candidato se rodeie de militantes. Mas quem pensar que é única ou condição sine qua non, então não percebeu algo fundamental: o país está a ver, espera que o PSD resolva as suas questões internas e que saiba eleger um líder sinónimo de esperança para o eleitorado. É preciso analisar, com o devido cuidado e atenção, qual dos candidatos se está a rodear dos melhores na sociedade civil, de especialistas nas diferentes matérias, de homens e mulheres com provas dadas nas suas diversas actividades, em suma, de mais-valias. Espero, sinceramente, que o PSD saiba ouvir o país. Creio, com toda a sinceridade, que em breve os portugueses nos vão dar um sinal.

Ouvir os portugueses, saber interpretar os sinais da sociedade civil, chamar até nós os melhores, independentemente de qualquer filiação partidária, eis o caminho para todos e cada um dos militantes do Partido Social-democrata. O caminho da mudança.