Volte sempre, Cavaco Silva!

Sempre que Cavaco abandona o seu retiro presidencial para fazer política, interrompendo a luxuosa transumância entre o Convento do Sacramento e a propriedade na Herdade da Coelha, permutada com o impoluto amigo Fernando Fantasia, três coisas acontecem.

A primeira é o cerrar de fileiras dos partidos à esquerda. Não que se vão entender todos para ressuscitar a Geringonça, mas parece-me evidente que Cavaco tem o poder de, aparecendo, recordar muita gente daquilo que foi o cavaquismo. Que teve todos os defeitos do Costismo e de outros ismos mais.

A segunda é a menorização da liderança do PSD. Montenegro, o primeiro político da história deste país que se propôs a estar 5 anos em campanha para umas Legislativas, tem sido uma desilusão. Não consegue impor-se, apesar da sucessão de casos em São Bento, não consegue travar a ascensão do CH, que se faz, sobretudo, à custa de antigos eleitores do PSD, não se liberta, ele próprio, dos casos e casinhos que o ensombram, entre ajustes directos, ligações opacas em Espinho e uma mansão não declarada, e não descola nas sondagens, pese embora o valor relativo dos estudos de opinião. Teve que vir Cavaco para provocar a agitação que Montenegro é incapaz de causar. [Read more…]

O espectro do socialismo que paira sobre o PSD

Pinto Balsemão afirmou, na intervenção que fez na cerimónia dos 49 anos do partido, que defende um PSD de centro-esquerda, à imagem daquilo que sempre defendeu Francisco Sá Carneiro. Imagino a ovação. E o ar perplexo dos doutores de Castelo de Vide, que acham que o Sá Carneiro era um feroz neoliberal e o PSD um partido nascido para combater o socialismo.

João Galamba e Marques Mendes: a mesma luta

No tempo do socialista Cavaco Silva, “xuxas” como Luís Marques Mendes, Dias Loureiro, Arlindo Cunha e Fernando Nogueira, entre muitos outros, conseguiram bons empregos para as suas esposas nos ministérios dos seus camaradas.

O que mudou de lá para cá?

Nada.

E continuará a não mudar. Porque a nossa classe política, a que realmente governa e manda, não é mais que o reflexo daquilo que somos como povo. E dos subterfúgios que sempre encontramos quando a bola do esquema, da trafulhice ou da corrupção é conduzida por jogadores da nossa equipa.

Saímos das colónias, mas nunca saímos do terceiro mundo. Nem do universo salazarista do medo e da apatia.

Cavaco, o incrível

Cavaco Silva deu ontem o ar da sua imensa graça e saiu-se com esta:

Segundo estudos, a credibilidade leva muito tempo a recuperar.

Tem toda a razão, o político mais político da história da política portuguesa. Basta ver o seu caso. Nunca mais recuperou a sua e é pouco provável que recupere.

Cavaco bem.

Açores, uma lição de estabilidade

A Geringonça durou quatro anos.

A versão açoriana de direita, com a extrema-direita na equação, durou dois e meio.

A piada não está na durabilidade de cada solução.

Nem no espantalho da instabilidade que se agitou todos os dias, entre Novembro de 2015 e Outubro de 2019.

Esta no facto de terem sido os partidos que não aguentaram o acordo do Açores até ao fim a agitá-lo.

Se não conseguem entender-se para governar uma região autónoma, como conseguirão fazê-lo para governar o país?

Karma is a what?

Montenegro refém do populismo

Luís Montenegro continua a ignorar o alerta de Marcelo. Ficará para a história como mais um líder falhado do PSD, que desistiu do eleitorado moderado ao centro para se dedicar ao populismo de direita e perder para André Ventura.

Luís Montenegro: a cópia, o original e o comunismo

Marcelo avisou, aquando das lamentáveis declarações sobre a imigração, mas Montenegro fez orelhas moucas. Talvez seja parte de uma estratégia de curto prazo para atrair eleitorado do CH, mas, no longo prazo, a lição do presidente da República será implacável: entre o original e a cópia, o original leva sempre a melhor. Sempre. E isso terá um custo enorme para o maior partido da oposição.

Não contente, o líder do PSD continua na senda da radicalização. Nos últimos dias, o discurso de Luís Montenegro vem a apostar num delírio populista, que assenta na ideia de um PS comunista. Nada o distingue, a este respeito, daquela que é a narrativa do CH. Mas nem o PS é comunista, nem o governo tem políticas comunistas. É uma absoluta falsidade com a agravante de ser deliberada. [Read more…]

Carlos Moedas e a imigração sem noção

Carlos Moedas fez um número de circo político como há muito não se via. Visivelmente incomodado com as críticas certeiras de Marcelo Rebelo de Sousa, que alertou a cúpula do PSD para os perigos de se remeter ao papel de cópia de um perigoso original, a propósito das intervenções infelizes de Moedas e Montenegro sobre os problemas da imigração, o edil de Lisboa saiu-se com esta:

Eu fui emigrante, sou casado com uma imigrante, não aceito lições de ninguém nesta matéria.

Imagino as dificuldades que atravessou o emigrante Moedas, numa frágil jangada de madeira a caminho do Goldman Sachs. Ou a arriscada travessia do deserto que fez, a pé e sem comida, de Portugal até Bruxelas. Que importantes lições terá aprendido, nessas jornadas onde a morte está sempre à espreita? A da noção não foi de certeza.

PSD: A falta de gravitas

Quando se trata de um tema tão sensível como esse, nós temos de ter muito bom senso no seu tratamento. Estamos a falar de pessoas, de pessoas que são vítimas em muitos casos de redes de utilização de seres humanos, e estamos a falar de deficiências do funcionamento do enquadramento dessas pessoas na sua legislalização ou no acompanhamento da sua atividade laboral, e isso já é uma responsabilidade nossa”, Marcelo Rebelo de Sousa.

Quando é preciso que seja Marcelo Rebelo de Sousa a chamar a atenção às crianças na sala, está tudo dito. O Presidente da República, que sabe mais a dormir que esta malta acordada, já percebeu que o centro direita foi tomado pela falta de bom senso. Portanto, se para Montenegro “Portugal deve “procurar pelo mundo” as comunidades que possam interagir melhor com os portugueses“, já Moedas prefere a regra “imigrantes só com contrato de trabalho“. Um tipo distraído ouve, entre uma mini e uns tremoços, e até é levado a concordar: então não e melhor que saibam português e que tenham contrato de trabalho? O bom é mesmo inimigo do óptimo e Marcelo lá teve de explicar à canalha a realidade: “Quando se trata de um tema tão sensível como esse, nós temos de ter muito bom senso no seu tratamento. Estamos a falar de pessoas, de pessoas que são vítimas em muitos casos de redes de utilização de seres humanos, e estamos a falar de deficiências do funcinamento do enquadramento dessas pessoas na sua legislalização ou no acompanhamento da sua atividade laboral, e isso já é uma responsabilidade nossa“.

Vamos ao mundo real. Traduzindo para português corrente, Montenegro prefere que os imigrantes sejam “falantes” de português. Isto se não formos interpretar a coisa de forma mais lata e entender que a palavra “interagir melhor” acrescenta “ocidentais” aos falantes tugas. Enfim, para o caso a interpretação mais restrita chega. Já Moedas não faz a coisa por menos: “imigrantes com contrato de trabalho“. Vamos então por partes.

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O PCP tem razão, mas…

O meme do PCP não diz mais do que a verdade. A questão é que voltar a colocar isto nas mãos de PS ou PSD terminaria com a história a repetir-se. E a gestão da empresa, a julgar pelo histórico, seria um desastre. Conseguem imaginar a Galp gerida por boys e girls formados numa “universidade” de Verão?

Eu também não.

É deixar a empresa quieta em mãos privadas. Taxem-se os lucros excessivos, imponham-se limites à usura e apertem-se as regras, à Galp e restantes membros do cartel das autoestradas, e já não estaremos muito mal. Recomprar é para dar merda. Uma TAP por geração é mais que suficiente.

Monte negro e Moedas pretas

Temos que escolher pessoas mais compatíveis com o nosso modo de vida. Procurar pelo mundo comunidades que melhor possam interagir com os portugueses

Esta frase, ao contrário do que possa parecer, não foi dita pelo líder da extrema-direita portuguesa. Foi dita pelo proto-líder da oposição, o presidente do PPD sem SD, Luís Montenegro, aos microfones abertos de alguns jornalistas, quando questionado sobre o incêndio que vitimou duas pessoas imigrantes na Mouraria.

Traduzindo, diz o líder dos laranjas que imigrantes em Portugal só se forem da nossa cor, partilhem da mesma cultura e tenham muitos euros na conta (numa offshore suíça, de preferência). A maçonaria fez muito mal a Luís Montenegro (e o legado de Passos Coelho, também).

O PPD vive este dilema (e não é se assume, ou não, a herança de Pedro Passos Coelho – essa herança passeiam-na com bastante orgulho): se se afasta do CHEGA para conquistar eleitorado ao centro (e, por conseguinte, ao Partido – quase nada – Socialista) ou se se cola à extrema-direita para ir buscar eleitores que, descontentes, votaram nos proto-fascistas portugueses. Nuns dias, aparece-nos como moderado, dizendo que quer voltar a ocupar o centrão e a pôr de parte o papão da extrema-direita; noutros, decide imbuir-se do espírito populista e demagogo que André Ventura e a sua máfia destilam por esse Portugal afora. Mas terá de se decidir rapidamente. Ou quer ser o partido do centro e tirar o lugar ao PS, ou quer ocupar a direita inteira, fazendo também o papel dos populistas. O Montenegro só cá quer montes brancos. 

Se Luís Montenegro não se galvanizar e não for galvanizado, Carlos Moedas, hoje presidente da Câmara Municipal de Lisboa, estará à coca para lhe ocupar o lugar. Mas, infelizmente para os portugueses, Moedas decidiu, também, abrir a bocarra para nos fazer sentir o seu bafo de onça.

Imigrantes em Portugal só se tiverem contrato de trabalho

A tradução: imigrantes em Portugal só endinheirados e montados num unicórnio colorido que vomite muitos euros. Moedas não quer cá moedas pretas.

Portanto, talvez seja ainda pior a emenda do que o soneto. E se é este tipo de posições políticas e este tipo de políticos que o PPD tem para oferecer, a bem que se juntem ao CDS e se enterrem na mesma campa, porque para lá caminham. Um partido que está refém da extrema-direita, pois sabe que não chegará ao poder sem a ajuda do ex-militante André Ventura (um prodígio, convém lembrar, lançado por Passos Coelho), é um partido que não pode, em condições algumas, governar Portugal.

Lia por aqui sobre os dilemas do PPD na assunção da herança de Passos. Não há qualquer dilema: o PPD juntar-se-á à extrema-direita, que foi uma criação do ex-Primeiro-ministro, e tem todo o orgulho em fazê-lo, por muito que o esconda para não parecer mal (e Miguel Pinto Luz – e, imagine-se, Miguel Relvas – já não o esconde). Pedro Passos Coelho baixou as calças do PPD e mostrou o olho a André Ventura, que se lambuzou todo e está, desde 2017, a sodomizar o partido de Sá Carneiro.

André Ventura enfiou o braço todo no PSD. Bem até lá ao fundo. E eles estão a adorar. É um amor de perdição.

PSD: O dilema

O PSD pós Passos tem mesmo um problema grave. Estava a ver o Expresso da Meia Noite. Tema, os professores. Professores e jornalistas a dar pau no governo. Ok. Fala a representante do PSD e TODOS lembram 28 mil profs mandados borda fora, congelamento dos salários, etc. Mudou logo a agulha…..

Não estou nem a criticar nem a elogiar. Estou a constatar um facto. Ou o PSD assume integralmente as políticas do passismo (boas ou más não discuto) ou então terá de fazer um corte radical com o passismo. Se ficar no meio da ponte não sobrevive.

Mais vale tarde….

…que nunca:

Depois de lhe ter feito, aqui no Aventar, uma critica sobre a questão PSD/Chega não me custa nada publicar esta sua intervenção que contraria os meus piores receios. Antes assim.

O “sistema” em defesa de André Ventura: o caso de Miguel Relvas

Disse Miguel Relvas, a propósito da integração da extrema-direita num governo PSD:

A verdade é que  há um grande preconceito por parte da comunicação social e do país em relação ao discurso do CH e à imagem do CH.

Mas Relvas não partilha desse preconceito. Aliás, não lhe repugnaria ver o CH integrado num governo PSD. Se dúvidas restassem sobre a capacidade da elite capitalista em acolher a extrema-direita nos seus braços, Relvas foi claro e transparente a esse respeito. Coisa que Montenegro, entre uma dissimulação e outra, não conseguiu ainda ser, apesar de ser evidente, o caminho que pretende seguir.

P.S: Se André Ventura é tão “antissistema” como afirma ser, estou certo que rapidamente se afastará deste endorsement. Ou expõe ainda mais a sua hipocrisia e a falsidade da sua narrativa.

Na Mouraria, Montenegro ficou mais próximo de Ventura

No rescaldo do incêndio na Mouraria, que vitimou mortalmente dois emigrantes e expôs as condições desumanas em que vivem, com a cumplicidade dos senhorios que não têm como ser alheios ao que se passa nas suas propriedades, Luís Montenegro apresentou ao país a sua visão para a emigração: um programa para escolher os colaboradores que queremos em Portugal.

Se Montenegro descesse ao país real, rapidamente perceberia que os colaboradores que a economia procura são sobretudo aqueles que estão disponíveis para trabalhar, por salários miseráveis, nas entregas, na restauração, na construção civil e no lado menos glamouroso do turismo. Projectos com nomes pomposos e objectivos moderníssimos como “atrair talento” não resolvem o problema imediato de grande parte dos empresários portugueses, que é encontrar quem venda a sua força de trabalho pelo menor valor possível, para fazer as tarefas que a maioria dos portugueses já não quer fazer.

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Conversas Vadias – Segunda temporada, episódio 1

Com a presença de António de Almeida, João Mendes, Francisco Miguel Valada, Orlando Sousa, José Mário Teixeira, Fernando Moreira de Sá e António Fernando Nabais, regressam as Conversas Vadias. Falou-se de professores, de greves, de coisas e coisos, de presidente-comentador, de comentador-presidente, do palco papal, do retorno ou talvez não e terminou-se com sugestões: [Read more…]

Conversas Vadias
Conversas Vadias
Conversas Vadias - Segunda temporada, episódio 1







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PSD: Montenegro ainda não percebeu?

Ao longo das nossas vidas fomos conhecendo pessoas. Na nossa rua, na escola, na universidade, no trabalho, etc. Umas parecidas connosco. Algumas muito diferentes de nós. E foram diversos os laços criados. Aliás, seja na rua, na escola ou no trabalho as diferenças existem. Criam-se grupos, existem lados e fazem-se escolhas. É a vida em sociedade.

Quem nunca teve um amigo mais bronco? Daqueles que sabíamos que tanto nos podia deixar perdidos de riso como cobertos de vergonha? Quem nunca? Aliás, quem teve “grupos” de amigos sabe que existia sempre um que era como aquele tio que nos deixa desconfortáveis nas festas de família. Porém, com o tempo, e sobretudo com a seriedade das coisas e dos momentos, a nossa complacência para com o amigo bronco vai desaparecendo. Em princípio pela vergonha perante as suas atitudes e depois pelo nosso sentimento de incapacidade. Não fomos capazes de lhe explicar que a cor da pele, o credo, a ideologia, a orientação sexual não faz das pessoas nem melhores nem piores. Fomos incapazes de lhe incutir os chamados “mínimos de civilização”. E com o agravar dos sintomas a amizade perdeu-se na medida em que a esperança se foi. E essa foge-nos entre os dedos com o passar dos anos. Porque “burro velho não aprende línguas” e nós não podemos estar sempre nem a justificar o injustificável nem em permanente explicação. Não. Primeiro deixa de ser um amigo, depois deixa de ser um conhecido e finalmente transforma-se num activo tóxico.

Esta é a realidade do PSD em pleno 2023. Nem dilema pode ser.

E seja claro, não há linhas vermelhas nem azuis nem amarelas, o que existe é um só caminho: Não se dá a mão a grunhos. Não há espaço para saudosistas de ditaduras, para racistas, para homofóbicos, para machistas ou marialvas de pacotilha. E não, a frase do enganador do Ventura está errada, a frase do PSD deveria ser esta: “Não há governos de direita em Portugal com o Chega!”

Ao longo da sua vida o PSD procurou ser uma espécie de “grande casa do centro direita e direita” em Portugal. O albergue espanhol daqueles que eram conservadores ou liberais ou democratas cristãos ou de qualquer outro grupo de centro direita e direita. E sabia que existiam uns tipos meios raros, os tais aparentados daquele nosso amigo grunho. Nos vários conclaves, melhor dito, nos grandes eventos do partido não era assim tão estranho no meio de toda aquela gente existir uma (ou duas ou três) ave rara que, num corredor ou no bar, entre uns finos, tivesse uma qualquer tirado sobre as maravilhas do tempo da outra senhora ou que arrotasse umas coisas desagradáveis sobre africanos ou ciganos ou sobre o lugar das mulheres. Com o passar dos anos, tal como nos nossos grupos de amigos, o grunho foi-se sentindo rejeitado. As piadas já não resultavam em risadas e o desconforto era notório. Era um activo tóxico. E ele percebeu que estava na hora de se juntar aos seus e partiu.

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O PSD já percebeu?

…ou é preciso fazer um desenho?

O Chega é, também, isto. Sou insupeito, como bem sabem os leitores do Aventar, de gostar de Catarina Martins/BE mas ainda menos de grunhos e o PSD/Montenegro ainda não percebeu o que para ali vai..

Ricardo Sá Fernandes e os autarcas corruptos

Para Ricardo Sá Fernandes, os baixos salários dos autarcas ajudam a explicar a corrupção nos municípios. O argumento poderá servir os interesses de alguns dos seus clientes, em particular os autarcas corruptos e/ou acusados de corrupção, mas é, recorrendo ao cancioneiro humorístico nacional, gozar com quem trabalha.

O salário mais baixo que um autarca pode auferir em Portugal ronda os 2900€. Só alguém que vive numa bolha de privilégio, totalmente alheio à realidade do país, poderá achar que este é um salário baixo. E não estou aqui a contabilizar ajudas de custo, viaturas de serviço, que dispensam inúmeros autarcas de terem carro próprio (e restantes despesas que daí decorrem), e outros benefícios como almoços – literalmente – grátis e viagens-passeio.

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Montenegro engolido pelo vórtex

Quando escrevi o post anterior, ontem à noite, não imaginava que a capa do CM de hoje seria esta. Mas é mais do que merecida. O Bloco Central nunca desilude!

…e, suspeito, Luís Montenegro acaba de tirar bilhete para se transformar no António José Seguro do Carlos Moedas. Quem lhe mandou começar a campanha de 2026 em 2022?

PSD: Não Alimentar o Chega

Vejo Espinho nas televisões e jornais. No ar a ligação entre o anterior presidente de Câmara e Luís Montenegro. Já cheira a eleições internas no PSD. Não se faz oposição séria e credível com esqueletos no armário…

Sobre a normalização do fascista Bolsonaro

É bom recordar que não foi só André Ventura e o CH a alimentar a falsa equivalência entre Lula e Bolsonaro. Também no seio da IL, PSD e CDS ouvimos vozes a normalizar o extremismo. Por muito que agora assobiem para o lado, fica o alerta para o futuro.

Vórtex Central

Andei distraído com a tentativa de golpe de Estado no Brasil desde Domingo, e hoje lá decidi espreitar que tal estava a correr a implosão do PS. Descobri que foi hoje detido Miguel Reis, autarca de Espinho, acusado de corrupção. O Dream Team de António Costa está imparável, pensei eu.

Mas eis que novas notícias dão conta que o principal visado da Operação Vórtex é o antecessor de Miguel Reis, Joaquim Pinto Moreira, hoje vice da bancada parlamentar do PSD. O tal que era autarca no tempo em que o escritório de seu amigo e conterrâneo Luís Montenegro ajustou directo 400 mil euros em serviços às câmaras de Espinho e Vagos, ambas governadas pelo PSD.

De maneira que, caros amigos, habemus alternativa.

I Love Bloco Central

«Poder local foi “a maior conquista” do 25 de Abril»

«O presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses, Fernando Ruas, considera que “o poder local foi a maior conquista” do 25 de Abril de 1974, permitindo democratizar o investimento público.», JN, 25 Abril 2011

Qual é a pressa?

Versão António Seguro em tons laranja. O primeiro foi de carrinho.

«Montenegro concorda com Marcelo: “não há nenhuma razão” para que o Governo caia agora»

Se calhar tem razão. É melhor esperar que o governo cometa alguma asneira das grandes. Como por exemplo entrar em colapso a partir de dentro, com demissões após demissões.

 

Há 13 anos, hoje e sempre: amor vincit omnia

Fotografia retirada do Instagram de: Bloco de Esquerda

Assinalam-se hoje, dia 8 de Janeiro de 2023, 13 anos desde que a Assembleia da República aprovou e legislou o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Em 2010, uma das lutas mais antigas do Bloco de Esquerda foi aprovada com os votos a favor do próprio partido, do Partido Socialista, do Partido Comunista Português e do Partido Ecologista “Os Verdes”. O Partido Social-Democrata e o CDS-PP votaram contra, sendo que sete deputados/as do PSD se abstiveram e duas deputadas independentes do PS votaram contra.

Os direitos não são eternos, conquistam-se e, se não houver zelo, num instante os perdemos. É, então, necessário mantermo-nos alerta e não deixar que as forças reaccionárias de direita revertam os direitos sociais que foram conquistados nos últimos 20 anos.

Voltamos a estar numa situação em que forças extremistas de direita querem usurpar o Estado de Direito para si, para assim o poderem destruir para criar outro em que o Direito não dite leis fundamentais.

Se a votação decorresse hoje, seria novamente aprovada, como é óbvio. Perante a nova conjugação de forças, é sabido que os que aprovaram a lei em 2010 (BE, PS e PCP), a voltariam a aprovar. Não é linear, hoje, a posição do PSD, uma vez que nos últimos anos vários militantes e figuras de proa do partido assumiram, em público, a sua homossexualidade; mas desconfio que se absteriam. O CH votaria contra, ocupando o lugar do CDS. E a IL, apesar de alguns movimentos conservadores dentro do partido, votaria a favor, tal como o PAN e o Livre.

Mas, por muito que a aferição nos diga que, hoje, a posição talvez saísse reforçada, há tendências da sociedade cada vez mais extremistas que nos fariam questão de lembrar que, para além dos ciganos, das gajas e dos pretos, os gays são um dos maiores problemas da sociedade.

Zelemos pelos nossos direitos e digamos a quem ainda não se habitou: é lidar.

O fabuloso aperto de mão entre Pedro Nuno e Marcelo (c/vídeo)

É um aperto de mão mas podia ser uma medição de pilas. Diz-nos muito sobre o estado a que isto chegou.

Luís Montenegro: do México, com amor

“O PSD não terá um segundo de descanso.”

Alguém ponha o Carlos Moedas a funcionar, perdão, a aquecer, que o PSD precisa de reforçar o sector da atacante.

“Quem os pariu que os lamba”

Vocês (nós) que continuam a votar nos partidos do sistema. Vocês (nós) que continuam a pagar os impostos sem ai nem ui. Vocês (nós) que continuam a aceitar ter serviços públicos de merda pagando imposto de nórdicos. Vocês (nós) que continuam mais revoltados com o golo em fora de jogo contra o vosso clube do que com a mão que embala os vossos impostos para as mordomias dos senhores da política. Vocês (nós) que se irritam mais com as entrevistas do Ronaldo do que com as tristes figuras do Presidente da República. Vocês (nós) que preferem votar no que rouba mas faz na vossa autarquia do que ouvir gajos que sejam sérios e que se limitam a dizer a verdade. Vocês (nós) que preferem a novela da TV a pensar e agir em colectivo contra a forma como esta merda é sugada pelos mesmos de sempre.

Vocês (nós) não se podem queixar da senhora dos 500 mil ou de qualquer um dos outros senhores de outros tantos 500 mil dos nossos impostos gastos em despesas cómicas (entre telemóveis, carros de serviço, gota, férias, jantaradas e outras mordomias x 300 municípios e um sem número de institutos públicos ou direcções gerais ou o caralho a quatro) mensais todos os anos. Não, vocês (nós) não se podem queixar porque não fazem nada para o evitar. Não se organizam. Não tomam em mãos a acção. Na verdade não quereis saber. E nem vos passa pela cabeça organizar uma desobediência civil a, por exemplo, não pagar impostos (é onde lhes dói mais). Nada. E por isso, não se queixem sobre os 500 mil da senhora e de tantas outras senhoras e senhores. Porque vocês (nós) são cúmplices. A culpa não morre solteira. É vossa. É nossa.

Como dizia  a minha avó, “quem os pariu que os lamba”. É começar a dar à língua…

André Coelho Lima ARRASA a extrema-direita

Este PSD tem que sair do armário e impor-se ao PSD que quer alianças com a extrema-direita. Ao PSD que faz fretes ao CH. Ao PSD que não aprendeu a lição de Angela Merkel. Ao PSD que, no fundo, deu à luz André Ventura. Ponham os olhos em André Coelho Lima. Nesta fase do campeonato, com o seu partido já tão comprometido com o CH, é preciso coragem para chamar os extremistas pelos nomes.