Às vezes não vejo os vídeos que acompanham os textos e, portanto, compreendo que, relativamente aos vídeos que coloco, haja leitores que façam o mesmo. No caso de hoje, peço o favor de escutarem esta interpretação do tango «Yira, Yira» por Carlos Gardel, pois é importante ouvi-lo para compreender o que quero dizer:
Num texto de uma outra série, contei-vos os trabalhos que passei para traduzir um livro do grande escritor argentino Ernesto Sábato, («Heróis e Túmulos»). Estudara língua e literatura castelhana, mas a cada passo surgiam vocábulos que desconhecia e que os dicionários, incluindo o da Real Academia, não registavam. Escrevi então ao Sábato dando-lhe conta da minha dificuldade e ele, muito amavelmente, enviou-me um extenso glossário com termos argentinos e, inclusivamente com modismos «porteños», ou seja, bueno-airenses.
Na letra do tango cantado pelo Gardel, existem casos desses. A começar pelo título, Yira, Yira (pronunciado de forma semelhante á do português) – em castelhano dir-se-ia «Gira, gira», pronunciando-se como fonema fricativo velar surdo – velar, por ser articulado junto do véu palatino (os portugueses quando querem falar portunhol, resolvem o problema, transformando o «g» ou o «j» em «r» – exemplo – rúlio iglésias). [Read more…]
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