Escherichia coli: “os atingidos comem esterco”

Mas o que é que leva a comunicação social a dar tanta importância a uma bactéria, que se lembrou, e muito bem, em adquirir novas características, provando que, afinal, a evolução existe? Quando surge algo de anormal (?) nada melhor de que obter dividendos financeiros ou, então, dar cabo da economia de uma qualquer região ou atividade. Coitados dos pepinos, coitados dos produtos vegetais, coitados dos contribuintes, e lá se foram para o esterco centenas de milhões de euros e o aparecimento de mais crises económicas. Mas há lucros? Claro! Quanto mais olhos, quanto mais ouvidos para estes assuntos, melhor.  (…)

Leia Olá escherichia coli. Tudo bem? de Massano Cardoso, num jornal da província agora perto de si. Em Coimbra costumávamos guardar a ciência na aldeia, mas depois do choque tecnológico já partilhamos.

Começou?

Ainda hoje de manhã aventava a possibilidade da criação do gabinete de crise e.coli para contabilizações diárias como aconteceu com a Gripe A. É uma questão de esperar por amanhã para confirmar se tal já começou a ser feito.

Para já, basta olhar para os diversos órgãos de comunicação social para perceber que há uma não-notícia a ser massivamente divulgada:

(…) as pessoas em causa “estiveram na Alemanha, adoeceram com cólicas gastro-intestinais e estão a fazer exames”. Mas “não estamos preocupados com a sua situação clínica” (…). “Há um risco mas é pequeno.” (…) “a situação [as infecções] está seguramente cirscunscrita ao Norte da Alemanha.” [PÚBLICO]

«No entanto, o responsável sublinhou que não há ainda certeza de infecção, acrescentando que não são quadros clínicos importantes.« [TSF]

Portanto, segundo o responsável da Direcção Geral de Saúde está tudo bem e no entanto esta  não-notícia está plantada em todo o lado (Público, TSF, DN, JN, ionline, SIC, RTP, TVI, etc.). Um caso a seguir.

Talvez ainda vá a tempo para a campanha socialista

A esquizofrenia da gripe A Tal como em 2009 com a Gripe A*, talvez a ministra da gripe ainda consiga organizar um gabinete de crise E.coli a tempo da presente campanha eleitoral.

* ver O caótico flop da gripe A